Educação Profissional
Gisele Vitório Coordenadora pedagógica em instituição de ensino profissional, consultora educacional e formadora internacional da Aprendizagem Sistêmica-Kagan na Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil. Já atuou como professora técnica, expositora e facilitadora de aprendizagem em oficinas de simpósios e eventos internacionais de educação.

Por que as crianças param de brincar quando entram no ensino fundamental? - 09/05/2016
Gisele Vitório

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Garota brincando com balões

As crianças que saem da educação infantil ao completar a idade da educação fundamental se deparam com a triste realidade de ter que “crescer” e parar de brincar. E a educação fundamental impõe um currículo extenso que não permite as brincadeiras em sala de aula. Mas será que é isso mesmo?

Nossos alunos enfrentam um ensino fundamental que impõe certa rigidez no aprendizado. A abordagem lúdica do ensino infantil é deixada de lado e uma abordagem centrada em lápis, caderno, lousa e fileiras de alunos toma conta da sala de aula. Através dessa abordagem, deixamos de desenvolver a criatividade, a espontaneidade, a resolução de problemas além de outras inúmeras habilidades. Para verificar isso, compare as possibilidades de criar brinquedos com uma caixa de papelão entre uma criança de ensino fundamental e uma criança do ensino infantil. A criança do ensino infantil desenvolverá muito mais, pois pode ousar mais. Já a criança do ensino fundamental terá maior dificuldade, pois está centrada em executar tarefas e não criá-las.

Ser um bom aluno no ensino fundamental é ter boas notas e bom comportamento, mas não necessariamente é saber lidar com pessoas, problemas e desafios, que são os grandes pontos para qualquer profissional que trabalhará no século XXI. Estamos preparando mal nossos alunos? Sim, talvez estejamos preocupados em prepará-los para os vestibulares e outros testes, mas a vida é bem mais que isso.

Contudo, o medo e o conformismo dos educadores devem ser abandonados. Existem muitas técnicas que são excelentes caminhos para estimular o aprendizado e as competências do século XXI. No entanto, implementá-las requer coragem por parte do educador que além de ser o regente passará a ser um facilitador de aprendizagem. Essa mudança requer ainda acompanhamento constante para que o aluno se desenvolva ao brincar. O conhecimento adquirido através de experiências lúdicas se torna agradável e compensador, uma vez que o aluno não sente tédio ao aprender, ao contrário, se motiva e busca aperfeiçoar-se para ser ainda melhor.

O brincar não deve ser encarado como algo próprio da primeira infância, mas sim como um processo de simulação da realidade, portanto é essencial para o desenvolvimento independentemente do estágio de vida. Quanto mais uma criança tem a oportunidade de brincar, mais experiência ela adquire para lidar com situações cotidianas, por exemplo, quando uma criança brinca com cartinhas que simulam dinheiro além de estar aprendendo o sistema monetário, está aprendendo a negociar e a lidar com finanças, imitando a rotina da vida adulta.

Brincar é, portanto, algo muito sério e valioso, que nos prepara e que deve ser estimulado em todas as fases da vida. Se uma criança tem a oportunidade de aprender brincando com certeza assimilará melhor o aprendizado bem como as experiências adquiridas farão mais sentido, para isso, escola e família devem cientizar-se que o tempo gasto com brincadeiras tem fundamental importância para a construção de habilidades e para tornar significativo o aprendizado.



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