Trabalho em Equipe - 01/07/2010
Kaká e Robinho
“Acompanhando os jogos da Copa, fui inspirada a escrever este pequeno texto. Por favor, pelo fato da autora não ter os conhecimentos profundos do assunto, descontem as possíveis limitações com relação aos conceitos de futebol. Entretanto, acredito que da mesma forma que a analogia me desafiou e me inspirou, talvez possa fazer o mesmo no leitor e gerar uma inquietação produtiva (Daniela Suto)”.
Particularmente, gosto do time de Dunga (aqui já devo ter despertado várias reações do leitor) pelas características de trabalho em equipe. Quando acontece um gol, ninguém comemora sozinho, mas se abraçam e fazem do acerto individual um evento coletivo, como de fato o é.
Frequentemente os jogadores agradecem uns aos outros e reconhecem a participação uns dos outros para o alcance do objetivo maior: o gol. É bonito ver a comemoração após o gol, como também é bonito ver o capitão Lúcio incentivando o time, às vezes firmemente, outras vezes reconhecendo o esforço que não foi eficaz. Podemos ver aí alguns aspectos da liderança situacional em operação.
O que me chama a atenção também e que saliento aqui é a postura de Kaká e de Robinho. Estabeleço aqui, para fins didáticos, uma diferenciação entre os dois jogadores, mais uma vez ressaltando as limitações quanto ao entendimento dos aspectos técnicos “futebolísticos”.
Kaká, apesar de muito competente naquilo que se propõe a realizar e no que é esperado do seu papel no time, não tem postura de estrela e sabe que sozinho não consegue atingir o resultado esperado. Corre, sua a camisa e dá o melhor de si para que a bola chegue aos pés de quem estiver mais bem posicionado para acertar o alvo: o gol.
Este, teoricamente, é mesmo o seu papel como meio de campo. Porém, nem todos os jogadores de meio de campo apresentam este desprendimento. Parece-me, como leiga no assunto, que ele realmente joga pelo time, imprimindo ritmo, colocando seus talentos e competências a favor da equipe. Passa a bola e cruza para quem possa fazer o gol.
Agora, vejamos o caso do Robinho. Inegável o talento desse jogador. A competência técnica, a inteligência e agilidade. Realmente admirável. Porém, percebo algo no Robinho. Ele tem “um quê de estrela”. Tem fama de ser “fominha” (aqui alguns podem pensar que atacantes devem ser assim). O ponto é que, várias vezes, no meu ponto de vista, ele poderia passar a bola, cruzar para alguém mais bem posicionado dentro da área, mas na maioria das vezes não o faz porque tenta fazer o gol sozinho.
Algumas vezes é bem-sucedido, mas por muitas vezes não e acaba tendo que se desculpar com a equipe. De maneira nenhuma pretendo aqui tirar o mérito deste jogador extremamente habilidoso e importante para a seleção. Reforço que o objetivo é mais didático e reflexivo do que uma análise técnica.
Fazendo uma analogia com a nossa realidade e tentando traçar alguns aprendizados para nossa vida, considero que primeiro fazemos parte de um mesmo time, mas muitas vezes jogamos como Robinho e não como Kaká. Realizamos esforços individuais e estanques isolados do time. Até percebemos que existe alguém em melhor posição que nós para atingir o objetivo, mas a tentação da glória do gol, dos holofotes, por vezes, torna-se irresistível.
Na verdade, ninguém está livre desta sensação e de cair nesta tentação. Esforços individuais são importantes e necessários, porém, acredito que precisamos, e isto serve primeiro para a autora deste pequeno e despretensioso ensaio, é agir como Kaká. Cruzar a bola, compartilhar os talentos e competências, dar o melhor pelo time, vibrar pelos sucessos uns dos outros como se fossem próprios (na verdade o são quando o trabalho é realmente em equipe).
O quanto podemos compartilhar no coletivo? O quanto temos a contribuir com nossos talentos, competências e visão de mundo no coletivo? Fazemos parte da mesma seleção e que, a começar em mim, possamos ser mais Kaká e menos Robinho.
1 Edyane - São José dos Campos
Interessante a comparação com o futebol e as pessoas envolvidas: Kaká e Robinho.
Kaká é a figura que todos gostariam de ter em uma equipe: humilde, prestativo, solidário, líder, companheiro.
Analisar uma equipe de futebol foi uma grande sacada para refletirmos como andam as nossas equipes.
Dani grande beijos, lindo artigo!
09/10/2010 19:22:44
2 sheila miguel - barueri
ola
meu nome é sheila gostaria de arrumar uma escolinha de futebol de futebol para meu filho treinar,ele treina aqui em barueri ele é zagueiro ele tem muito voltade de jogar em algum time se que é muito caro as escolinhas não posso pagar se ouver uma oportunidade pra ele me avise por favor é o sonho dele entra em algum time
obrigada
24/08/2010 15:19:19
3 Carolina Lewin - São Paulo
Muito interessante a analogia com o futebol, afinal a profissionalização do futebol o faz se tornar mais parecido com o mundo corporativo,afinal, a temporada anual é um ano contábil.Parabéns pelo artigo.
23/07/2010 12:11:31
4 Otto Arnoldo Indiani Pinto de Oliveira - Jacareí
Olá Daniela!
Interessante seu ponto de vista, me inclino a concordar com sua analogia, contudo acredito que outros exemplos ilustram melhor o mundo corporativo, tendo em vista estarmos diante de uma equipe e não somente 2 dois indivíduos. Sua análise alcança o objetivo proposto e seria ainda mais precisa se comparássemos indivíduos na mesma posição no grupo. Afinal, cada um tem a sua função na equipe, assim como em uma orquestra, ou em um circo, ou em outro esporte coletivo, etc.
Reconhecer qualidades, dar feedback dos processos em andamento, acompanhar pessoas e finalizar um trabalho é o que falta para o mundo corporativo, por esta razão muitas empresas prestadoras de serviços cometem tantos erros como os do Robinho e Kaká, e em alguns casos, comprometendo o resultado do coletivo.
Parabéns pela coragem em abordar o assunto do mundo corporativo.
14/07/2010 02:32:47
5 Carla Lima dos Santos Oliveira - Jacareí
Simplesmente...magnífico!!!
Eu como já trabalhei, fui aluna, sou amiga e acima de tudo muito sua fã, sou mais suspeita que sua própria prima.
Dani, por várias experiências nossas posso dizer com toda certeza que você é a versão KAKÁ feminina no mundo coorporativo e que sua analogia no texto é a sua filosofia de vida profissional, pessoal e acadêmica.
PARABÉNS!!! Que esse seja o primeiro de vários que ainda virão, tenho certeza!!!
02/07/2010 22:45:29
6 Sandra Regina - São José dos Campos
Oi Dani
Seu texto está ótimo. Realmente, existem pessoas que sofrem a ilusão do “estrelismo” e que vai brilhar pra sempre complexo de eternidade. Além disso, pensam que brilham por si mesmas...
Acredito que há a necessidade de se estimular a visão de competências coletivas. As pessoas que não estão em cargos de gerência ou coordenação, raramente conseguem fazer suas idéias serem notadas. Por isso, acredito, que o estímulo e a sustentação devem “vir de cima”, pois deverá advir mudanças de comportamento , de técnicas, de sistemas ...
01/07/2010 18:48:59
7 CATARINA MARIAS CABRINO - SANTO ANDRÉ, SP
Como prima da minha querida Daniela sou um pouco suspeita para comentar a respeito do artigo que achei ótimo, aliás, bem melhor do que alguns jogadores da nossa seleção... Parabéns Daniela, você demonstrou de maneira clara e objetiva como as coisas da vida se entrelaçam, se cruzam e como podemos tirar proveito de tudo, até de uma partida de futebol, PARABÉNS !!!
01/07/2010 18:20:29
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