Assaltaram a Gramática
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Linguagem do Messenger - 30/04/2009
Adequação da Linguagem em Diversas Ocasiões

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Muitosprofissionais da área da educação estabelecem extensas discussões a respeito da forma como algumas pessoas, principalmente jovens, escrevem através de Messenger ou outros canais de comunicação online ou não.

É natural apontarem a pressa do dia a dia como a causa do uso excessivo de abreviações.

Porém, é de nosso conhecimento que várias pessoas, mesmo em meio a uma rotina extensa de atividades que diariamente precisam realizar, não utilizam abreviações nem ao menos parecidas com as que vemos ao nos comunicar com alunos ou outros jovens através do Messenger.

Por isso, a pressa não pode ser apontada como a única causa do uso excessivo de abreviações.

Contudo, professores, pais ou quaisquer outros cidadãos que não aprovam, pelo menos num primeiro momento, esse tal comportamento, precisam compreender que não é muito lógico corrigir os que assim desejam escrever através da comunicação do Messenger, pois a linguagem deve ser usada como vestimenta, ou seja, para cada ambiente um conjunto de peças de determinado estilo deve ser escolhido.

E é nesse ponto que a questão da escrita dos nossos jovens deve ser pensada.

Todo professor deve empenhar-se para transformar alunos em cidadãos capazes de discernir o momento adequado para cada forma de comunicação.

Perguntas que todos nós precisamos buscar respostas são:

Será que nossos alunos sabem adaptar a linguagem a diferentes ocasiões? Será que realmente sabem a diferença entre escrever uma carta de amor e escrever um memorando para os funcionários de uma empresa? Sabem a diferença entre um manual de videogame e de uma receita de bolo?

O que ocorre é que muitas vezes nas nossas aulas de língua portuguesa nós nos preocupamos excessivamente com o ensino de nomenclaturas gramaticais, e não fornecemos aos nossos alunos a competência necessária para se expressarem em diversas formas ante a assuntos de ordens diferenciadas.

É interessante atentarmos também que algumas formas de linguagem são alvo de preconceitos, o que tem desencadeado uma série de discussões a este respeito, e que causam bloqueios nos estudantes, no que se refere às aulas de língua portuguesa, se acaso sentirem-se excluídos apenas pelo modo de se expressarem em situações de informalidade.

Como profissionais comprometidos com o bom desempenho de nossos alunos no mundo fora da escola devemos nos empenhar para que o jovem estudante conheça não apenas a linguagem do grupo social ou familiar que pertence, mas também as várias outras formas de se estabelecer comunicação.

O problema não é se a linguagem que os jovens usam na internet é ou não prejudicial, pois todo aluno bem-instruído jamais utilizará tais abreviações em provas de vestibulares ou concursos, por exemplo.

Precisamos de métodos eficazes que integram, verdadeiramente, o jovem estudante ao mundo da leitura.

Se os nossos jovens tiverem acesso a diversos gêneros de leitura e os entenderem como uma rica fonte de informações, experimentarão aumento significativo no vocabulário e saberão adequá-lo a cada ambiente em que estiverem presentes.

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7 COMENTÁRIOS

1 Pamela almeida - Sao Paulo
ESSA LINGUAGEM NOS ATRAPALHA MUITO POIS ENTROU EM NOSSA VIDA DE FORMA PERPREQUIÇA.
09/08/2010 15:00:23


2 GABRIELLE - SP
OI MEU NOME É GABI E EU TENHO 07 ANOS E EU GOSTO MUITO DE VOCEIS E BORALHEIRA TOMA CUIDADO COM A RATAZANA E COM OS BEBEIS E TODOS TOMA MASTANTÃO CUIDADO BEJOS THAL:
11/07/2010 21:15:33


3 Nelcio Oneides Sousa Silva - Barra do MendesBA
Percebo que no decorrrer de minha vida que o uso desordenado de abreviaturas e uso exagerado do internetês vem causando polêmica. Os alunos já não discernem mais a escrita formal com essa tal linguagem. Tornouse um cìrculo vicioso, acredito. È imprencidível que seja trabalhada as mais diversas formas de linguagem e que contextualize tais linguagens.
02/11/2009 14:49:45


4 Renata Gonçalves Silva - Bertioga
É fato que a didática do professor em sala de aula tem que ser realizada de forma envolvente, ainda mais quando é necessário apresentar novo conteúdo específico aos alunos, principlamente sobre as nomenclaturas gramaticais como fala a reportagem. Quando o público alvo é os jovens esta didática deve estar aliada a criatividade e inovação. Agora, é de supra importância que professores de Língua Portuguesa façam com que seus alunos percebam que não existe uma única forma de comunicação, mas que precisam adequar sua linguagem de acordo com a situação: não dá pra escrever pô meu... num requerimento ao diretor da escola, mas é claramente permitido num papo com o amigo pelo Messenger. E mais, a simplificação de palavras e troca de fonemas são permitidos na conversa pelo tão famoso MSN, porém não é aceito numa conversa formal. Expor aos alunos novas formas de comunicação e o entendimento de saber usála no momento certo é um grande passo para uma aprendizagem com sucesso e nada melhor que finalizar a receita com sucesso!
05/06/2009 23:38:37


5 Ana Paula Dias Morales - Lençóis Paulista
Como trabalho com Educação Infantil, não tenho experiência com trabalho em Lingua Portuguesa, que acaba sendo uma realidade bem forte no Ensino Fundamental, mas já pensei muitas vezes no uso da linguagem dessa forma que é feita, principalmente, através do Messenger. Posso então falar como usuária do recurso. Concordo com o início do texto que discute que não se justifica o fato de dizerem que tantas abreviações podem ser usadas por causa da pressa do dia a dia, e também concordo que a linguagem deve ser usada como roupagem, adaptandose a realidade do ambiente. Porém, acredtio que o problema real está em que, atualmente, os jovens não sabem escrever corretamente, independete do tipo de texto que produzem. Falo isso analisando o meu comportamento. Quando iniciei o uso da ferramenta messenger, não conseguia fazer nenhuma abreviação, era muito estranho algumas vezes ter que escrever até errado só para economizar algumas teclas na digitação, como ksa, por exemplo. Com o passar do tempo, comecei a me acostumar com certas abreviações mais simples como: vc, pq, q, fds, bjs... mas há várias coisas que não consigo utilizar. Enfim, o que posso concluir com isso é que por fazer uso correto, formal da linguagem, sinto dificuldade em usála incorretamente e sei que há lugares específicos para seu uso, o que não acontece com aqueles que não se apropriaram ainda da forma correta formal de escrita .
21/05/2009 11:56:24


6 Edilene Faco do Prado - Lençóis Paulista
Podemos observar com o passar do tempo que os alunos só irão escrever bem e melhor através de diferentes textos e recursos, pois estes facilitam a intereção do aluno com omeio e com a tecnologia ao qual está inserido. Se trabalharmos tendo um objetivo específico e usarmos a tecnologia a nosso favor só teremos benefícios.
05/05/2009 15:22:20


7 Ilana Gottardi - Lençóis Paulista
Creio que é muito interessante esse posicionamento a respeito do uso da liguagem adaptada aos meios informáticos, vez que a maioria dos educadores apressentam uma visão diversa sobre o tema. Assim, a maioria tem cosiderado prejudicial o uso da linguagem difundida pelos meios eletrônicos, sob a desculpa de transmitir tais erros para a prática da linguagem culta.
05/05/2009 14:17:10


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