O tempo de cada um em deficiência mental - 18/07/2007
Por Débora Didoné - Edição Especial da Revista NOVA ESCOLA - Outubro 2006
Ficamos felizes em ter recebido de uma amiga querida a revista acima porque ela é rica de depoimentos e de informações sobre pessoas com deficiências variadas, e o ingresso ainda que por pouco tempo no universo riquíssimo tanto dessas pessoas como daquelas que as orientam e com paciência e generosidade nos alimenta o espírito; sabemos bem que é a marca de muitos professores brasileiros, levar esses alunos a horizontes jamais sonhados de realização humana.
A História de Hoje
Aos 7 anos, este garoto atento ao exercício nem sequer pronunciava o próprio nome: Henrique. Sua família pouco sabia como ajudá-lo. Na escola, ela pode conhecer a si mesmo, o manejo das coisas, as outras crianças... Estudar foi a primeira porta aberta para o desenvolvimento, que ele encontrou num ensino que respeita O TEMPO DE CADA UM.
“Hoje a escola é sua casa” conta Regina Graner, professora da 4ª série da EMEF Professor Taufic Dumit, em Piracicaba, a 160 quilômetros de São Paulo. “Ele conversa, participa das aulas e troca idéias com os colegas.”
Para Henrique Michel da Silva, é uma grande conquista. Aos 10 anos, está aprendendo a comandar a própria vida, que antes era dominada pela deficiência mental. Alem de ter dificuldade para falar e se fazer entender, ele não conseguia comer nem se vestir sozinho. Sua mãe achava isso um impedimento insuperável. “Ele sempre foi mais lento para aprender as coisas” justificava a dona de casa Elizângela de Fátima Oliveira da Silva quando era indagada pela professora do filho.
Elizângela não imaginava do que Henrique seria capaz se fosse incentivado de maneira adequada. Foi com a ajuda da professora Marta Giuste da Silva, na 1ª série, que ele conseguiu dizer seu nome claramente pela primeira vez. “Comecei um trabalho com ele desde a pronúncia.”, diz a educadora. Daí em diante o processo deslanchou. O menino revelou-se um dedicado aprendiz na sala de aula, daqueles que não se calam cada vez que têm uma dúvida. Ao mesmo tempo, a professora conversou comigo com a mãe de Henrique e conscientizou-a de que a escola regular tinha a obrigação de receber seu filho.
Na sala de apoio, o garoto contou com uma professora para ajudá-lo a se desenvolver no que tinha mais dificuldade. Com o tempo passou a ler histórias por meio de imagens e a contá-las aos amigos. “Ele já monta pequenas frases, desenha e organiza livrinhos” diz a educadora especializada Maria Aparecida Valelongo Cunico.
Há pouco tempo, o destino provável de Henrique seria uma classe só com crianças com retardo mental. Hoje, seu direito de estudar na escola regular vem sendo respeitado, ainda que falte à maioria das pessoas entender o que é deficiência mental. “É um atraso na adaptação ao aprendizado, ao convívio social e às funções motoras” explica o psiquiatra José Belisário Cunha, da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI) em Belo Horizonte.
Quem tem deficiência é capaz de muita coisa: ler, escrever, fazer contas, correr, brincar e até sempre independente. “A grande novidade é que, se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir em tudo o que ela faz”, afirma Belisário.
Ou seja, ela precisa de novos desafios para aprender a viver com mais autonomia. E não há lugar melhor do que a escola para isso. Qual o papel do professor nessa história?
Em primeiro lugar, bancar o desconfiado. O diagnóstico de deficiência mental não determina o potencial da criança.
“Pode ser que o aluno não apresente na escola os problemas que tem em casa. Isso resulta, muitas vezes, da falta de acompanhamento da própria família” diz Belisário. Por exemplo, como uma criança consegue desenvolver a fala se a família não conversa com ela?
Nas aulas de leitura, a professora aproveitava a empolgação de Henrique para ajudá-lo a se desinibir na frente dos amigos. “Ele foi se soltando até conseguir divertir a turma toda com uma história”, diz ela. O garoto dava um toque de emoção às tramas, como quando encenava o sopro do lobo na casa dos três porquinhos. “A classe toda aplaudia”, lembra Marta. Henrique numa faltou a uma só aula.
Claro que a Educação Inclusiva tem algumas dificuldades operacionais importantes, que não podem ser ignoradas. Para que dê certo é preciso que haja empatia, vontade de superar barreiras tanto da parte da professora como do aluno, é preciso estimular o entusiasmo do aluno, fazer com que suas reações, sua afetividade, sejam respeitadas. Aí e somente aí os problemas começam a perder a gravidade e a se tornarem banais diante da riqueza da educação ampliada e sólida que o aluno passa a receber.
1 neyde - belémpa
preciso urgente do simbolo usado para identificar o portador de deficiencia intelectual. obrigada...
neyde
24/02/2010 11:08:57
2 elaine - sao paulo sp
gostei muito desda materia porem tenho um filho com deficiencia mental que na data de hoje a prefeitura tirou o seu direito de educacao pois ele estava em uma instituiçao educacional vinculada com a prefeitura onde acabou perdendo o convenio porque e necessario esta em escola comum,concordo o meu filho estuda em uma escola do estado porem a prefeitura nao permite mais que meu filho e outros filhos desda instituição frequente a mesma porque tem que esta em uma escola da prefeitura onde voce nao consegue vaga e perde o direito de ver seu filho pelo menos escrever seu proprio nome por um capricho politico fiquei comovida com o caso do henrique acho que isto tambem poderia acontecer aqui tambem bjs e desculpa pelo desabafo
28/05/2009 19:17:49
3 Sylvia Suely Silva Aguiar - Santa Rita do Passa Quatro
Em primeiro lugar gostaria de dar os parabens para essas pessoas maravilhosas que ajudaram o Pequeno Henrrique e com certeza muitos outros alunos a ter uma vida mais ampla e com muito colorido !, tenho um filho (Leon ) que tambem esta com 7 anos e desde que comecei a perceber que havia algum errado comecei a correr atraz de ajuda profissional da saude, posso dizer que desses profissionais eu consegui bons resultados porem sem aspirações futuras ,tudo parou por ali , Leon é um menino lindo sem aparencia de problemas mentais calmo ,carinhoso nasceu com 4 Kl parto normal e até 1 ano e 6 estava tudo muito bem ,ja falava corria pela casa toda brincava com os animais de estimação ,mas quando nasceu a irmã Lyvia ele entrou em panico não aceitava a irmã de nem uma forma ,até que parou de andar de falar e passou a ser um nenem outra vez, ficou trez anos sem falar uma palavrinha e eu sempre correndo atraz de medicos ,piscologos, fono ,e por fim um pisquiatra que definiu o Leon como (bloqueado pelo ciumes da irmã )então começamos a tratar com medicamento (Tegretol) que ele toma até hoje , cresceu muito perto do que era ,o atraso dele chegou a 4 anos e hoje ele ja ganhou 1 ano sendo que agora tem uma cabecinha de uma criança de 4 anos de idade, eu e minha familia tratamos Leon normalmente sem restrições pesadas ,apenas não gritamos e nem batemos (nunca), ele ja fala de tudo com uma certa dificuldade mas entendemos tudo ,o problema esta na escola onde ele ja cursou o jardim 1,jardim 2, e o prè, mas existe a dificuldade da cordenação motora fina e por tanto ele não aprende a escrever nem se quer seu nome mas vontade ele tem ,sinto falta de vontade por parte da escola em geral onde sei que Leon teria direito a uma sala especial com um professor especial que abaraçasse a causa não só dele mas de todas a crianças que tem dificuldades de ordem mental e fisica e por tanto eu briguei muito nessa escola pois foi muito dificil a acetação dele na escola publica ,chorei muito por sentir dos pais de alunos o preconceito ,e quantas vezes eu ouvi tanto de prefessor como de outros pais que meu filho deveria estar na Apae e não junto com crianças normal, isso começou a me corroer por dentro até que levei o meu Leon pra fazer uma avaliação na Apae e la sem nada de exames passaram por cima do medico que cuida do Leon dizendo que meu filho era altista e que deveria começar as aulas lá , então aceitei o desafio , Leon ficou 9 dias na Apae chorando e pedindo mamãe, e isso só atrasou todo andamento do tratamento dele com o Pisquiatra , Leon passou a fazer tudo que os meninos faziam lá , cuspia no chão e passava a Maõ, começou a se agitar a gritar , e tudo que ele assistia la dentro ,eu não aguentei ver o sofrimento do meu filho , quando eu ia busca-lo- ele agarrava no meu pescoço como um carrrapato e não soltava nem pra tomar banho quando chegava em casa , eu dormia com ele agarrado em mim , o medo era tanto que ele começou a falar com muita dificuldade ( Mamãe lá tem nene dodói ) depois de ouvi-lo a falar isso e chorando eu nunca mais levei na Apae e nem dei mais confiança pra quem falasse do meu filho pois eu não quero um filho prodigio e nem super dotado, Eu quero um FILHO FELIZ, e meu filho é feliz porque eu briguei e mostrei pra todos que meu filho é um menino maravilhoso um menino que eu amo e não vivo sem ele , agora Leon vai para o primeira serie escolar de uma outra escola e o meu medo começa a fluir novamente , por tanto gostaria de saber quais os direitos do Leon na escola , e de que forma vcs podem me ajudar a mostrar para os professores como podem ajudar o Leon . muito obrigada por essa oportunidade de mostrar que meu filho apesar das dificuldades é uma criança muuuuuitoooooooo FELIZ, e que jamais deicharei de brigar para o bem do meu leon e tambem de outras crianças injustiçadas pelo preconceito e pela falta de oportunidade ! Que Deus ilumine os caminhos desses profissionais que tanto lutam pelo nossos filhos ! Deixo bem Claro que não tenho nada contra a Apae, mas sim com certas pessoas que estão ali´dentro ! muito obrigada ! ass: Sylvia Suely Silva Aguiar !.... aguardo resposta se possivel!
10/09/2007 23:53:16
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