Aprender com as Diferenças
 

Uma Noite de Terror! - 19/06/2006
Blind Joker

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Quando um dos quatro homens tentou me pegar, fugi por uma porta lateral.

Eles correram atrás de mim.

Pulei da varanda sobre o teto de um dos carros estacionados, amassando-o quase completamente e pulei ao chão, correndo rente ao muro da casa.

Podia ouvir os gritos dos meus perseguidores e os latidos dos cães, agora também em meu encalço.

Nem pensava em olhar para trás, só queria saber como me livraria da sanha daqueles bandidos. Quando alcancei o portão, percebi que era apenas fechado por um trinco.

Puxei a lingüeta e saí, batendo-o atrás de mim, no exato momento em que os cães chegavam, esbarrando-se contra este.

Continuei correndo pelas ruas escuras do condomínio, até chegar à guarita de entrada.

Abri o portão, deixando-o escancarado, e corri até onde deixara meu carro.

O interessante é que eu sabia que meu carro estava ali, mas não sabia como chegara e nem quando.

Entrei e como a chave encontrava-se na ignição, liguei o motor e saí do local em disparada.

Eles não se deram por satisfeitos.

Logo três carros me perseguiam pelas ruas da cidade.

Eu dirigia como louco, embora fosse de madrugada e o trânsito estivesse tranqüilo.

Vez por outra, um farol alto refletia no retrovisor interno, ofuscando-me.

Minha cabeça latejava e meu corpo denunciava as marcas do espancamento que sofrera na mão dos bandidos.

Não conseguia entender porque estava prisioneiro daqueles homens e nem mesmo o que eles queriam comigo.

O que eu teria ou saberia que valia tanto?

Tentei fazer uma retrospectiva das últimas horas, mas não conseguia lembrar de nada até o instante da minha fuga.

Como fui parar naquela mansão? Quem era o chefe desses bandidos?

As respostas não vinham, mas meus perseguidores se aproximavam.

Desesperado, entrei numa rua transversal, tentando despistá-los.

Percebi que um carro também entrou na mesma rua, logo atrás do meu, "cantando" os pneus.

Aumentei a velocidade tentando me distanciar e me preparando para entrar numa outra rua, em uma intersecção que havia a algumas quadras adiante.

Quando estava a uns cem metros da citada esquina, tive meu caminho bloqueado por dois automóveis, deixando-me sem qualquer alternativa, a não ser a de colidir com estes veículos, provocando um acidente e talvez a morte dos ocupantes destes e até a minha própria.

Instintivamente pisei forte no freio, travando as quatro rodas do carro, riscando o asfalto, com um barulho arrepiante e estridente.

Imediatamente sentiu-se no ar o cheiro de borracha queimada.

Assim que meu carro parou, foi cercado por quatro daqueles brutamontes, todos armados.

Um deles, que parecia o chefe, abriu a porta do meu carro e quase me estrangula ao retirar-me à força de dentro.

Fui arrastado até um dos carros que parara à frente do meu e jogado no chão, diante da porta traseira.

O vidro foi baixado e então pude ver o rosto do meu algoz. Andrea Bocelli, o cantor cego!

Não entendi nada.

O que o Bocelli poderia querer comigo?

Que mal eu lhe teria feito?

Não me contive e gritava, repetindo desesperado:

- Andrea, o que você quer comigo?
- Andrea, o que você quer comigo?
- Andrea, o que você quer comigo?

Ao gritar pela terceira vez, recebi um murro na barriga e pude ouvir claramente estas palavras:

- Acorde, descarado! Quem é esta Andrea?

Fim.

"Brincar, sorrir e sonhar, são coisas sérias!"
Editor: Luís Campos - Blind Joker
Salvador - Bahia – Brasil.

Avaliação deste Artigo: 5 estrelas
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1 COMENTÁRIOS

1 Joaquim Reis - Salvador
Um bem narrado sonho-desculpa para disfarçar para sua mulher quem era a tal "Andrea"...
23/02/2008 22:54:50


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