Parceria fundamental: Escolas e Professores - 20/01/2006
É preciso melhorar os planejamentos e as relações de trabalho
Devemos pensar em cada um dos movimentos que pretendemos efetivar
para que tenhamos mais êxitos que fracassos no trabalho em educação.
Pode até parecer um contra-senso o título escolhido para o primeiro Editorial do ano. Alguns internautas devem até estar pensando que a exposição exagerada aos raios solares durante as merecidas férias de final de ano queimou alguns de meus neurônios. Não, o título foi escolhido de forma consciente e tem uma estreita relação com o período que vivemos todos os anos a partir da segunda quinzena de janeiro, época em que fazemos nossos planejamentos e elaboramos nossas estratégias para o trabalho nas escolas.
Há, evidentemente, uma enorme preocupação por parte das escolas quanto aos novos projetos, materiais, perspectivas pedagógicas, recursos adicionais a serem utilizados em aulas, novos professores, instalações das escolas e alguns outros pormenores realmente importantes para o pleno e adequado desenvolvimento das aulas.
Percebe-se, no entanto, que muito pouco tem sido feito no sentido de auxiliar os professores na elaboração de seus planejamentos. Outro ponto falho nesse início de trabalho educacional pode ser percebido na forma pouco festiva e incentivadora que as escolas têm adotado ao recepcionar seu corpo docente no retorno das férias escolares.
Diálogo é fundamental para estreitar as parcerias nas escolas. Somente
através da
constante troca de idéias, práticas e sugestões pode-se
implementar o trabalho
educacional. Para que isso se efetive os professores
têm
que se sentir num ambiente que seja efetivamente democrático.
Quanto ao apoio a ser dado nos planejamentos surgem, a priori, alguns questionamentos e objeções. Há professores que irão afirmar com total certeza que não necessitam de nenhuma ajuda pois dominam perfeitamente a técnica e conhecem os trâmites para a produção de seus planos de ensino. Surgirão dúvidas quanto a quem deve ajudar os professores nessa tarefa. Outro questionamento básico se refere a como se prestará esse auxílio ou ainda de que forma qualquer orientação externa pode auxiliar os especialistas em determinados conteúdos e saberes.
Os professores que afirmam total independência quanto a um suporte em seus planejamentos são, provavelmente, aqueles que mais necessitam de apoio. Por que afirmo isso? Invariavelmente esses professores utilizam-se de práticas que reproduzem em seus planos de ensino já há algum tempo. Nesse sentido carecem de atualização e, através de contatos com outros professores, com coordenadores, orientadores ou mesmo com a direção, podem ter novas idéias para suas aulas e projetos ao longo do ano escolar.
Vivemos um outro tempo, onde há recursos ainda inexplorados ou pouco utilizados no ambiente educacional. A clientela que atendemos renovou-se a partir do contato com uma gama de novidades na área tecnológica que ampliou as possibilidades de informação e comunicação. Não podemos desprezar essas circunstâncias, são fatos consolidados que explicam porque os estudantes têm demonstrado tanta animosidade em relação à escola. Espera-se que o professor tome consciência dessa nova realidade e que participe ativamente da mesma para que a escola possa também vivenciar as mudanças e criar melhores perspectivas para todos que por ela passam.
Cabe ao professor estudar e aperfeiçoar seus conhecimentos para que suas
aulas sejam cada vez melhores. Ao agir dessa forma os educadores não apenas
aumentam seus conhecimentos como também incentivam pelo exemplo seus
estudantes
a se aplicar mais em seus próprios estudos.
Mas, voltando aos questionamentos anteriormente mencionados, quem deveria ou poderia ajudar os professores nos planejamentos? Inicialmente seria fundamental que o próprio educador se mostrasse consciente da necessidade de rever seus planos e projetos de trabalho. Nesse sentido caberia a ele pesquisar alternativas, buscar melhorias e pensar em projetos pedagógicos mais condizentes com o mundo em que vivemos.
Onde encontrar as respostas passaria a ser então um dilema a ser confrontado pelos professores. Reafirmo o que tenho dito já há algum tempo, ou seja, cabe aos educadores pesquisar em revistas especializadas em educação (Educação, Nova Escola, Ensino Superior, Pátio,...), publicações destinadas às disciplinas (National Geographic, revistas de história, materiais sobre literatura,...), sites educacionais e científicos (como o nosso Planeta Educação ou todos aqueles que indicamos em nossa coluna Dicas de Navegação) ou ainda através de referências culturais (como filmes, peças teatrais, obras de arte, música, dança,...).
Além de uma busca pessoal por novas informações e dados que possam auxiliar seu planejamento, o professor tem que contar com o apoio dos outros membros do corpo docente. A socialização de informações e a criação de um ambiente de interação constante entre todos os professores estimulam e contribuem para que ocorra o enriquecimento do trabalho coletivo.
Somente o trabalho coletivo irá levar um time a vitória. Isso não se aplica
somente aos esportes mas a todas as áreas de atuação humana, entre as quais,
a educação. Todos os jogadores são importantes e contribuem para que o sucesso
seja o resultado de seus esforços. Nunca deixem alguém de lado ou para trás...
Isso não quer dizer que os professores não devam contar com os valiosos préstimos de orientadores, coordenadores e diretores. Pelo contrário, a eles cabe esclarecer a linha pedagógica dos trabalhos, orientar quanto a novas possibilidades didáticas, auxiliar em caso de dúvidas e dar suporte para novas idéias e projetos.
Temos que atuar com responsabilidade e profissionalismo na educação e isso implica, também, em admitir que não somos conhecedores de tudo aquilo que se refere à educação. Temos nossas limitações e o apoio dos demais colegas de trabalho é importantíssimo para que possamos aprender e melhorar o nosso desempenho enquanto professores. Essa humildade pode fazer muita diferença durante o ano escolar a nosso favor...
Quanto ao segundo tópico destacado no início do artigo, em que me refiro à forma pouco incentivadora e festiva de recepção dos professores pelas escolas, vale destacar que não imagino que esse retorno deva ser saudado com uma festa de arromba...
O que se espera é que as escolas dignifiquem essa volta para casa com boa vontade, respeito, disposição e simpatia. Li um livro nas férias chamado “O monge e o executivo” em que uma das principais idéias trabalhadas tinha estreita relação com essa necessidade. Não se trata, na verdade, de um conceito novo, pelo contrário, é tão velho quanto à própria cristandade.
Ensinava o monge da história relatada no livro que não entendemos com clareza o que significa o conceito de amar o próximo como a si mesmo ensinado por Jesus Cristo. As pessoas traduzem essa idéia literalmente e acham complicado torná-la parte de suas vidas por não conseguirem entender a sutileza contida nessa afirmação.
Basicamente o que Jesus queria transmitir era a necessidade de tratarmos os outros com decência, respeito e dignidade da forma como gostaríamos de ser tratados. Invariavelmente confundimos a afirmação por pensarmos na palavra amor como tradução do sentimento e não da ação respaldada por atitudes de compreensão, simpatia e cooperação entre os homens.
Conheço histórias e já vivenciei situações em que mantenedores, diretores, coordenadores, orientadores ou mesmo professores tratam colegas de trabalho com indiferença ou pouco caso não se permitindo nem ao menos cumprimentos, saudações ou atitudes cordiais. Em ambientes poluídos como esses é pouco provável que a produção e o trabalho sejam desenvolvidos de forma alegre e saudável. As pessoas carecem de atenção e querem ser tratadas com respeito, é o mínimo que se exige.
É claro que um bom café da manhã para recepcionar os professores ou um almoço coletivo em que as pessoas consigam conversar e estreitar suas relações também ajuda, mas muito mais importante é demonstrar real preocupação, atenção e carinho para com aqueles com os quais trabalhamos. Nesse sentido várias escolas têm que melhorar (e muito) a parceria que precisam criar com seus professores e funcionários, caso contrário jamais se efetivará uma parceria autêntica e verdadeira...
1 Welcione Sebastião da Silva - Mundo Novo Goiás
Trabalhar em coletivo, unidos num só objetivo aceitando as diferenças e de cada um e buscar corrigir os erros juntos e com ajuda mutua e uma das melhores formas de garantir a aprendizagem dos nossos alunos.Aproveitem o dia do trabalho coletivo em sua escola da melhor forma possível para você e seus alunos e vera ótimos resultados.Acredite!
10/05/2012 23:54:48
2 José Marcos de Sousa - Governador Valadares,MG
Parabéns pelo artigo!Sou estudante de pedagogiaUFMG,ainda não ministrei aula,mas persebo um desnivelamento na educação,por exemplo,a maioria dos professores estão insatisfeitos.É muito ruím,permanecer num ambiente sem ter prazer,pois não há produtividade se não houver a verdadeira alegria.Fica aqui a minha contribuição.Abraço!
02/10/2009 12:30:26
3 jones pereira de oliveira - cachoeiro de itapemirim.ES
DIANTE DE MUITAS PROCURAS NOS OUTROS IMAILS,ESTE PARA QUAL ESTOU ESCREVENDO ESTTÁ DE PARABÉNS,POIS TEM ME AJUDADO MUITO,SOU GRATO POR MAIS UMA OPORTUNIDADE CONHECER UMA NOVA FAMÍLIA QUE SÃO VOCÊS.DESDE JÁ QUERO PARABENIZA LOS PELA COPETÊNCIA E ATITUDES DE POR ESSE PROGRESSO A FRENTE DESTE SÉCULO QUE ATUALMENTE VIVEMOS.
20/05/2009 15:26:39
4 Denise Gomes Perez - São Paulo
Sou professora de artes nas redes munipal e estadual. Sinto muitíssimo a falta de interesse de colegas em trabalhar em equipe e com projetos. Muitos dos temas de projeto ao longo do ano vem de cima para baixo, e agora então com cartilhas...
Acho que muitos dos nossos educadores só olham para seu próprio umbigo, e no fundo nem estão preocupados com qualidade, é aquele velho feijão com arroz.
Realmente muitas vezes acontece de comprimentar colegas e sermos ignorados, ou mesmo a falta de dignidade de ter que conviver até com gritos de gestores extremamente descompensados por uma série de fatores.Temos ainda que conviver com sérios problemas sociais que chegam à escola através das relações humanas, com dos nossos alunos e suas respectivas famílias, condições de vida desses, a dura realidade. E não são valorizados, aqueles que vão em busca de estudar, prepararse com cursos de especialização, ou pós graduação.
Profª Denise
02/02/2009 17:50:50
5 sueli - santo andre
achei otimo pois me ajudou muito para o planejamento de 2009 .
01/02/2009 14:48:00
6 João Batista Cavalcanti - LimoeiroPernambuco
Trabalho em educação básica pública há 27 anos, e fazem três anos que fui eleito gestor escolar de uma escola de ensino fundamental na Cidade de Limoeiro mesmo com tanto tempo de caminhada como educador, esta nova função que estou exercendo tornouse um grande desafio em minha vida a maioria dos colegas professores e funciionários lotados na escola, não valorizam as reuniões para elaboração dos planejamentos, poucos se interessam em trabalhar com projetos didáticos e as relações de trabalhos são conflituosas, o que me deixa muitas vezes sem estímulo para continuar na função de gestor escolar acredito que muitos profissionais que trabalham na escola púlbica precisam passar por reciclagem constante na sua formação como educador, pois a escola pública existe para garantir o direito uma educação de qualidade para todos.
Um forte abraço a todos e a todas.
Atenciosamente
Professor João Batista Cavalcanti
Gestor da Escola São Francisco
Limoeiro PE
18/01/2009 00:08:32
7 Francisca Carvalho - Itupiranga Pará
Estou estreando na funçao de orientadora escolar e estou meia perdida, este artigo veio me encorajar e mostrarme um norte em minha nova empreitada. Parabéns.
12/01/2009 19:58:35
8 mari aparecida agostini alves - monções
Realmente concordo com você. Uma escola não é feita só com a transmissão de conhecimentos. Uma escola também é composta de indivíduos de carne e osso e de relações.
20/08/2007 21:08:18
9 gildasia silva - Boa vista - rr
muito bom essa artigo, parcerias
08/08/2007 20:39:23
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