Filosofando
João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

O tempo dos campeões - 16/08/2016
João Luís de Almeida Machado

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medalha olímpica de ouro

A repórter pergunta ao atleta japonês que acabara de receber a medalha de ouro por sua conquista nas Olimpíadas:

- Em sua primeira participação você conquistou o 1º lugar e leva a medalha para casa. Você estava preparado para isso?

A resposta do esportista resume o que significa estar entre os melhores:

- Me preparo para esse momento há 10 anos...

Não há conquista sem suor, preparação, foco, determinação e muito trabalho. Talento também faz parte, mas nenhum atleta vencedor consegue chegar lá ainda que tenha muito talento, sem se burilar, trabalhar arduamente para corrigir os eventuais erros que possa estar cometendo, melhorar naquilo são seus pontos fortes, preparar-se fisicamente para estar no seu auge ao chegar as competições importantes, como os mundiais e as jogos olímpicos...

Michael Jordan, o maior jogador de basquete de todos os tempos, reconhecia que um de seus técnicos de início de carreira foi determinante para sua evolução como atleta. Ele já era um grande atacante. Este técnico trabalhou com ele os elementos de defesa, nos quais precisava se aperfeiçoar. Depois de uma temporada na qual fez tal treinamento, Jordan desenvolveu seu jogo também no quesito defensivo e se tornou um jogador completo.

O que é preciso para que alguém se torne um grande atleta é algo que se aplica também a todas as outras áreas de atuação humana, ou seja, para que cientistas, engenheiros, médicos, administradores, advogados, professores, artistas, designers, jornalistas e tantos outros profissionais sejam destacados em suas profissões.

Isso se relaciona ao tempo de maturação, estudo, aplicação, empenho, treinamentos, formações, intercâmbios, leituras, estudos, participação em eventos...

Ninguém consegue escrever bem da noite para o dia, por exemplo, há técnicas, a escrita como parte do cotidiano, a publicação, a revisão, a leitura crítica de sua própria produção, a análise de terceiros.

Engenheiros se formam nas melhores universidades e novamente se formam na escola da vida, ao integrar projetos, participar de equipes, trocar ideias, estudar constantemente, aplicar os saberes, ousar, inovar, renovar a linguagem de sua área, usar as novas tecnologias. Somente assim há o surgimento de profissionais de ponta nesta área.

Temos lidado mais recentemente com o tempo de forma a desprezar a necessidade de perceber os benefícios da maturação que somente o passar das horas, dias, semanas, meses ou anos pode nos trazer.

Jovens formandos saem afoitos no mercado de trabalho, querendo ascender a posições de chefia sem que tenham passado pelas provas que suas profissões irão lhes colocar no caminho para que aprendam como andar nas pedras. Muitas destas pedras são pontiagudas e machucam os pés, é preciso prevê-las ou, quando necessário, saber exatamente como posicionar-se para que as solas dos pés não fiquem machucadas.

Os erros são grandes indicadores de caminhos.

Atualmente, para muitas pessoas, errar é somente fonte de frustrações ou decepções. Quem não aprende com seus próprios erros dificilmente amadurece pessoal e profissionalmente.

Derrotas são amargas, mas indiscutivelmente, devem se tornar momentos de reflexão e crescimento. Como posso melhorar? Onde cometi erros? Porque não atingi as metas estabelecidas?

Para muitas pessoas basta não olhar para trás. Esquecer aquilo que teve repercussões ruins para si mesmo e para sua carreira.

Michael Phelps, o grande campeão de natação, com mais de 20 medalhas conquistadas somente em jogos olímpicos, a maioria delas de ouro, passou por provações, caiu no fundo do poço e teve que se rever, se reinventar, criar novas metas e trabalhar pesado para que pudesse voltar a competir em alto nível, competindo também nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, onde voltou a subir ao lugar mais alto do pódio. Logo após as competições em Londres, Phelps foi, aos poucos, abrindo mão dos treinos fortes, começou a participar de baladas, chegou mesmo a ser flagrado usando drogas... Isso talvez fosse o fim da linha para o grande nadador norte-americano. Felizmente para o mundo do esporte ele conseguiu recuperar-se, definir novos objetivos, nadar em alto nível e repensar seus atos visando não apenas as competições, mas também seu futuro quando parar de nadar.

Defina suas metas. Tenha seus projetos. Trabalhe muito por eles. Estude e se aperfeiçoe sempre. Há um lugar ao sol para todos aqueles que se esforçam e trabalham de forma séria, honesta e firme para atingir seus sonhos. Seja você também um campeão onde quer que tenha escolhido trabalhar.



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# O que é insanidade?


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