Filosofando
João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

A plenitude dos direitos e do respeito as mulheres - 04/03/2016
João Luís de Almeida Machado

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mulheres de várias idades em fila

Não há sexo frágil, isso é um mito criado pelos homens para subjugar as mulheres.

As mulheres não vieram ao mundo para serem submissas aos homens.

O feminismo, por si só, expressa a necessidade e o direito que as mulheres têm de ocupar seu lugar neste mundo juntamente aos homens.

A sexualidade, por si só, mesmo sendo um fator biológico evidente e forte, não deve ser, jamais, um determinante do papel e do lugar de uma pessoa na sociedade.

O dia internacional da mulher, comemorado mundialmente em 08 de março, expressa ao mesmo tempo o reconhecimento do lugar do sexo feminino no mundo e o fato de que muitos homens, infelizmente, continuam a lhes legar um papel menor na construção da realidade e da história.

Não que, de fato, isso aconteça. É apenas algo que na cabeça de seres humanos do sexo masculino, nem todos eles, é claro, ainda existe e deve existir por quanto tempo a humanidade estiver perambulando por este planeta. É, ainda existem brucutus que teimam em ver e perceber as mulheres como o sexo frágil, submissas a seu poder e força. Mal percebem tais “varões” que desde que o mundo é mundo as mulheres nunca se submeteram e tantas vezes os fizeram “comer em suas mãos”.

As frases que abrem este texto (de minha autoria) foram cunhadas para pensar a mulher e sua trajetória na história do mundo, focado em tempos mais próximos na cronologia e, ao mesmo tempo, permitindo divagações que levem a épocas tão remotas quanto a Antiguidade, refletem um pensar relacionado a minha prática de educador, sempre presente num universo em que as mulheres são maioria, seja na condição profissional, de professoras ou gestoras, ou mesmo enquanto alunas, em se considerando que são maioria na população mundial desde que comecei a lecionar, nos anos 1980.

Não conheci uma mulher sequer que fosse frágil. Todas fortes, altivas, resolvidas, capazes de lidar tanto com seus compromissos profissionais quanto com os pessoais. Não que sua feminilidade, associada à sua leveza, charme, encanto, elegância e doçura não existam, mas como não perceber que por trás de alguém aparentemente tão frágil como Audrey Hepburn, uma das mais elegantes e belas mulheres do cinema, existia um ser humano notável, de grande energia, que nos anos finais de sua vida, virou embaixadora da Unicef.

Por trás de mulheres como Madre Teresa de Calcutá ou Irmã Dulce, por exemplo, quanta força e luz para trabalhar de forma incansável até idade avançada por aqueles que careceram durante suas vidas do mais elementar dos direitos, o respeito.

Quando escutamos as vozes memoráveis de grandes divas da música brasileira ou mundial, como Maria Bethânia ou Barbra Streisand, para ficar em apenas duas notáveis artistas, é impossível ficar imune ao seu talento, a sua expressão, capacidade de traduzir em letras e músicas todo o poder feminino.

A ascensão da mulher, ainda que lenta e sofrendo no Brasil e no mundo com tantos obstáculos ainda perceptíveis tem colocado elas em destaque em todos os campos de atuação humana e permitindo que sua participação as torne, de fato, corresponsáveis pelo mundo, como sempre foram e deveriam ter sido reconhecidas.

Há, no histórico recente, mulheres em posição de comando em governos como a chanceler alemã Angela Merkel e a chilena Michelle Bachelet, ou há alguns anos ou décadas atrás expoentes como Margareth Thatcher e Indira Gandhi, entre outras. Como os homens, nenhuma delas se tornou unanimidade, mas sua subida a chefia de governo e estado em seus países de origem permitiu o advento de uma nova sensibilidade e compromisso no exercício do poder.

Assim como os homens, também nas empresas, em postos de comando vemos mulheres como a norte-americana Marissa Meyer ou a brasileira Luíza Helena Trajano, a frente de impérios de diferentes ramos, como as tecnologias de informação e comunicação ou o varejo, a fazer grande sucesso e angariar respeito e credibilidade para si mesmas e para suas empresas, abrindo as portas para que mais e mais mulheres possam assumir tais responsabilidades.

A história registra, felizmente, a existência de mulheres notáveis como a mexicana Frida Khalo e toda a riqueza de sua expressão artística conhecida mundialmente ou a brasileira Marta, reconhecida mundialmente por vários anos como a maior jogadora de futebol do mundo.

Como mencionei, ainda há grandes obstáculos a serem vencidos, o preconceito prevalece na cabeça de muitas pessoas quanto a potencialidade e possibilidade das mulheres. A violência praticada contra a mulher, contra meninas, ainda é estarrecedora para um mundo pretensamente civilizado como aquele no qual vivemos neste século XXI, mesmo em nações ricas e desenvolvidas. A defasagem salarial no comparativo entre homens e mulheres que exercem os mesmos trabalhos e estão em mesma função hierárquica ainda é uma realidade a ser superada.

O mundo e suas divisões relativas a gênero, religião, etnia, cultura ou por qual for a motivação, é sempre mais pobre e se posiciona mais distante de efetivar as mudanças necessárias para que o amanhã seja mais justo, melhor, digno e ético.

Que as mulheres, cada vez mais, tenham todos os direitos que são concedidos aos homens em qualquer lugar do planeta. Que continuem em sua beleza e natureza sendo aquelas que geram a vida e a delicadeza que falta aos homens sem que por isso sofram qualquer tipo de agressão ou violência. Às mulheres o mundo e a parceria genuína com os homens, com respeito e reciprocidade, como elas merecem.



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