Primeiramente,
a intenção deste artigo é apenas
mostrar algumas faces de um assunto polêmico, mas que precisa
ser abordado por quaisquer que trabalhem com a área
educacional, entendendo aqui, entre outros, pais, professores,
coordenadores e gestores da educação.
É fato facilmente constatado que as pessoas têm
sempre muita pressa para tudo, e conversar, tentar compreender e
discutir pontos de vista são práticas que
demandam muito tempo.
Em contrapartida, algumas pessoas acreditam que um puxão de
orelha, um tapa, um empurrãozinho vez ou outra podem conter
os ânimos das crianças com bem menos tempo.
Após o castigo físico, contudo, se a
criança não voltar mais a agir de um modo
não apropriado nem sempre significará que ela
tenha aprendido eficazmente.
Se ela não correr mais sobre o piso molhado porque foi
castigada fisicamente por seus pais, por exemplo, nem sempre
será pelo fato de ter aprendido realmente o porquê
de não poder mais fazer isso.
Do mesmo modo, se após ter apanhado de seus pais por ter
respondido com grosseria a eles, ela não mais repetir essa
malcriação, infelizmente não
significará que ela aprendeu as boas razões de
respeito aos mais velhos.
Não, as coisas não são tão
simples assim. O castigo físico pode iludir muitas
famílias, levando-as a pensar que seus filhos estejam
aprendendo comportamentos de educação de modo
efetivo.
Mas o que está ficando de aprendizado a eles?
Se um menino bate em outro na escola e, ao chegar a casa, apanha de
seus pais como castigo pelo erro que ele cometeu, como
entenderá que a violência não
é o melhor meio a ser utilizado?
A verdadeira razão que faz uma criança
não repetir mais um erro após apanhar de seus
pais pode frustrá-los grandemente, pois o seu
único motivo pode ser simplesmente o medo de apanhar
novamente.
Entretanto, isso é insuficiente e não atende em
nada ao que queremos para a vida de nossos filhos: que eles absorvam os
bons conceitos de uma educação para a vida toda.
Além disso, não é interessante para
ninguém que um comportamento educado aconteça
apenas na fase da infância.
Mesmo quando passar pela adolescência, juventude e vida
adulta, nosso desejo é que cada criança viva
plenamente nossos ensinamentos, estes que visam levá-la ao
mais completo sucesso nos mais diferentes setores.
A violência física se mostra muito ineficaz, pois
tende apenas a conter os ânimos de modo rápido,
enquanto que o diálogo pode ensinar conceitos importantes
para a vida toda.
A conversa entre pais e filhos pode ter benefícios mais
duradouros, mais conscientes e, por isso, mais efetivos.
Esse assunto é muito mais amplo do que imaginamos, e
há quem não concorde em nada com isso.
A intenção aqui, como falado no
início, é apenas levá-lo a refletir um
pouco mais sobre essa prática utilizada por muitas
famílias para educarem seus filhos.
Nada é tão simples como pode parecer à
primeira vista, estamos falando de vidas de pessoas com as mais
diferenciadas experiências, as quais podem fazê-las
acreditar ou não num determinado método para
educar crianças.
Isso tudo, precisamos enfatizar, tem várias faces, pois
até pais que não usam a violência para
educar seus filhos estão propensos a errarem, acredite.
Isso pode ocorrer, principalmente, quando os deixam à
disposição de recursos como televisão,
filmes e videogames sem a devida orientação de um
adulto.
Ora, do que adianta não agredir fisicamente a
criança para educá-la, mas permitir que ela
assista, sozinha, a tantas formas de violência?
A violência pode acontecer até mesmo em muitos
desenhos animados tidos como “inocentes”.
Como vários personagens usam métodos violentos
diante de qualquer desagrado, a criança corre o risco de
assimilar conceitos muito equivocados em relação
à vida como um todo.
Temos que pensar que cada um reage de um determinado diante de um
estímulo específico.
Para entender isso, pense que, por ter sofrido violência
física durante a infância, muitos pais hoje
não agem assim em relação aos seus
filhos, enquanto outros, pelo mesmo motivo agem exatamente ao
contrário.
Como dá para perceber, não é
possível esgotar esse assunto nessas breves palavras e, por
isso, o amplie em sua escola, em sua família, em seu
círculo social.
Converse, pesquise, permita-se refletir e conhecer outras formas de
pensar sobre esse importante tema.
A reflexão é, sem
dúvidas, um valioso
meio para verificar, a tempo, se as nossas ações
do hoje terão os resultados que estamos esperando para o
amanhã.