A Semana - Opiniões
Daniele Vilela Leite Coordenadora Educacional na empresa Planneta; Formada em Serviço Social pela Univap; Larga experiência em trabalhos relacionados à Educação.

Por que as Famílias não Vão às Reuniões Escolares? - 28/01/2013
Participação dos Pais junto aos Professores nas Escolas

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Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases-Lei 9.39496), “a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana...”.

Com isso, as escolas brasileiras possuem características similares quando o assunto é reunião de pais! Todas as escolas realizam esse procedimento que, geralmente, acontece em determinados períodos do ano, especialmente no fechamento dos bimestres, momento que marca a entrega de notas.

Infelizmente, é relativamente baixa a participação dos pais nas reuniões escolares. Isso se deve a vários motivos e, entre eles, os horários das reuniões que, muitas vezes, acontecem no período de aula, ou seja, no horário de trabalho da maioria das famílias.

Outro motivo é a discriminação comportamental. Os pais dos alunos que obtiveram notas elevadas e que apresentam bom comportamento são parabenizados, enquanto que os pais daqueles que não atingiram as médias estabelecidas pela escola e que não apresentam comportamento apreciado são alertados, em público, quanto à falta de interesse e indisciplina do filho.

Há muitas reclamações em relação aos alunos indisciplinados e com baixas notas. A forma como esses pais são abordados é discriminatória e vexatória, pois há casos em que os professores colocam o nome desses alunos na lousa antes mesmo de a reunião começar.

Essa prática aumenta ainda mais o constrangimento das famílias com filhos em situação de desvantagem, dado que são expostas diante de todos os presentes. Há também escolas que realizam a reunião com os pais, um professor de referência da sala e professores especialistas.

Durante essa reunião, são pontuados, diante de todos os presentes, aluno por aluno: como se comporta, suas notas e outras informações... Ora, existem várias formas que essas pontuações podem ser feitas! Os pais têm sim que estar presentes na escola e acompanhar a vida escolar de seus filhos, mas também é papel da escola estar “aberta” a recebê-los e a atendê-los de um modo adequado.

É importante pontuar que problemas com indisciplina, dificuldades de aprendizagem e vandalismo podem ser amenizados se escola e família trabalharem juntas. Mas, infelizmente, ainda existem muitas famílias e escolas vivendo num grande dilema ao “transferir” responsabilidades umas para as outras.

Os professores atribuem a culpa dos problemas aos pais que não cumprem suas obrigações de educar, limitando-se ao pensamento de que as famílias esperam que a escola o faça, pois mandam seus filhos para lá, mas não ajudam e nem participam da vida escolar deles.

Por sua vez, as famílias culpam os professores apontando um possível despreparo, bem como a gestão escolar acusando-a de não fazer o que é preciso para melhorar. Nesse “jogo de empurra-empurra”, quem perde é o aluno e, como consequência, a sociedade como um todo.

Há uma grande confusão de papéis entre pais e escolas, pois cada parte não sabe reconhecer sua responsabilidade compartilhada. É necessário que caminhem juntas, buscando se adaptar às mudanças necessárias, de modo a chegarem a um consenso, proporcionando, assim, eficácia na educação e no aprendizado das crianças.

As famílias devem buscar a interação com a escola, participando ativamente, dando sugestões e opiniões, além de estarem a par das atividades escolares oferecidas aos seus filhos. É necessária interação entre ambos, pois somente quando pais e professores estiverem “falando a mesma língua”, será possível uma parceria produtiva na escola.

Outro motivo que acaba dificultando a presença do responsável junto à escola é que muitas famílias apresentam configuração monoparental, ou seja, apenas uma pessoa é responsável por cuidar da educação dos filhos, acompanhar sua vida escolar, além de proporcionar o sustento da família.

Mas isso não quer dizer que o responsável está “isento” de sua presença na escola. Torna-se mais difícil, mas não impossível! A família é responsável por promover o convívio social, o qual deve ter início no ambiente familiar.

Quando unidas e dispostas a oferecer o melhor aos alunos, família e escola podem promover mudanças significativas para o bem-estar de cada uma de nossas crianças, adolescentes e jovens.

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2 COMENTÁRIOS

1 Beth Muniz - Brasília
Simples: É mais fácil culpar os outros que assumir responsabilidades. Tudo é culpa do governo. Mas, o processo educacional se inicia em casa, no núcleo familiar. Os pais teem tempo para tudo, especialmente os da classe média Menos para participarem da vida escolar dos filhos. Um abraço.
28/01/2013 17:46:52


2 Cibele Sidney - Atibaia
Os motivos colocados na reportagem pode até fazer algum sentido, mas, com certeza, não são os principais. Vamos pensar: Se nem nosso Governo valoriza educação e professores, como exigir que a população e, mais precisamente, pais valorizem?
28/01/2013 14:51:45


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