A Semana - Opiniões
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Chega de Indiretas e Mentiras - 08/01/2013
Protesto em Defesa da Verdade

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Se o amor acabar pelo fato de se dizer a verdade, então que se acabe.

Se a amizade se perder por causa da sinceridade, então é melhor mesmo que se perca.

Se a verdade direta e clara doer e lágrimas tiverem que cair, então é melhor que arda e, se necessário, faça gemer.

Se o medo do castigo for maior do que o respeito que se deveria ter em não negar a verdade a alguém, então tudo está fora de lugar.

Poucas coisas são capazes de causar tanta dor como o engano e a mentira. São como acidentes de conduta que elevam as taxas de abandono, solidão e traumas.

Unidas a eles, as indiretas somam caos e danos quase irreversíveis a alguém que as sofre constantemente.

A pessoa se sente desrespeitada, violada, dado que é direito de todo mundo saber a verdade, independentemente das consequências.

O fingimento é também outra face da mentira, do engano e daquelas falas disfarçadas que soam como um grito da alma que não consegue mais viver em meio à hipocrisia.

Parece que há tanta falsidade na vida de algumas pessoas, que elas não conseguem mais suportá-la dentro de si.

Por isso, utilizam-se de piadas e brincadeiras sem graça para tentar esvaziar-se um pouco de toda a aflição que sofrem por esconder a verdade de alguém.

São pessoas mais amargas que as lágrimas que poderiam escorrer na face de alguém que teve a felicidade de ouvir a verdade tal como ela é.

É claro que não estamos mesmo acostumados com ela. A verdade está dia a dia vendo-se obrigada a ceder o seu lugar ao fingimento.

Talvez por esse ser o comportamento socialmente mais bem-aceito, é difícil encontrar alguém que seja capaz de se assumir como verdadeiro, confiável e, acima de tudo, companheiro.

Na vida em geral e até mesmo dentro de nossas escolas, a balança que pesa os riscos em se declarar ou não os fatos deve estar bem-ajustada, de modo a não ludibriar aqueles que querem agir de forma verdadeira.

Rir quando não se acha graça, aplaudir em pé mesmo que achou ridículo o que alguém fez ou disse, brindar ao sucesso imerecido de alguém, enfim, quantas mentiras são contadas indiretamente todos os dias por aí.

Mas, mesmo assim, ainda que a verdade faça o coração gelar, nada nesse mundo dará conta de substituí-la satisfatoriamente.

Ela é soberana, ela é digna, ela é, muito além de tudo isso, simplesmente humana.

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