Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br
Chega de Indiretas e Mentiras
Protesto em Defesa da Verdade
Se o amor acabar pelo fato de se dizer a verdade, então que
se acabe.
Se a amizade se perder por causa da sinceridade, então
é melhor mesmo que se perca.
Se a verdade direta e clara doer e lágrimas tiverem que
cair, então é melhor que arda e, se
necessário, faça gemer.
Se o medo do castigo for maior do que o respeito que se deveria ter em
não negar a verdade a alguém, então
tudo está fora de lugar.
Poucas coisas são capazes de causar tanta dor como o engano
e a mentira. São como acidentes de conduta que elevam as
taxas de abandono, solidão e traumas.
Unidas a eles, as indiretas somam caos e danos quase
irreversíveis a alguém que as sofre
constantemente.
A pessoa se sente desrespeitada, violada, dado que é direito
de todo mundo saber a verdade, independentemente das
consequências.
O fingimento é também outra face da mentira, do
engano e daquelas falas disfarçadas que soam como um grito
da alma que não consegue mais viver em meio à
hipocrisia.
Parece que há tanta falsidade na vida de algumas pessoas,
que elas não conseguem mais suportá-la dentro de
si.
Por isso, utilizam-se de piadas e brincadeiras sem graça
para tentar esvaziar-se um pouco de toda a
aflição que sofrem por esconder a verdade de
alguém.
São pessoas mais amargas que as lágrimas que
poderiam escorrer na face de alguém que teve a felicidade de
ouvir a verdade tal como ela é.
É claro que não estamos mesmo acostumados com
ela. A verdade está dia a dia vendo-se obrigada a ceder o
seu lugar ao fingimento.
Talvez por esse ser o comportamento socialmente mais bem-aceito,
é difícil encontrar alguém que seja
capaz de se assumir como verdadeiro, confiável e, acima de
tudo, companheiro.
Na vida em geral e até mesmo dentro de nossas escolas, a
balança que pesa os riscos em se declarar ou não
os fatos deve estar bem-ajustada, de modo a não ludibriar
aqueles que querem agir de forma verdadeira.
Rir quando não se acha graça, aplaudir em
pé mesmo que achou ridículo o que
alguém fez ou disse, brindar ao sucesso imerecido de
alguém, enfim, quantas mentiras são contadas
indiretamente todos os dias por aí.
Mas, mesmo assim, ainda que a verdade faça o
coração gelar, nada nesse mundo dará
conta de substituí-la satisfatoriamente.
Ela é soberana, ela
é digna, ela é,
muito além de tudo isso, simplesmente humana.