Logo
que se completa o 1º trimestre de aulas, alguns pais
já se deparam com o baixo aproveitamento acadêmico
e o pouco interesse pelos estudos
apresentado pelos filhos.
E nada é mais aflitivo, pois as dificuldades que se
apresentam logo no início do semestre podem sinalizar um
comprometimento não apenas deste ano escolar, mas de todo o
aprendizado futuro.
Todos sabemos que a escolaridade é baseada na
aquisição de uma sequência
interdependente e organizada de conhecimentos e valores e que uma falha
pode provocar, mais adiante, inúmeras dificuldades para
superar novos desafios.
À parte das crianças e jovens que
apresentam significativos déficits de aprendizagem, seja a
dislexia, a discalculia, o Transtorno do Déficit da
Atenção, o Autismo etc., todos já
devidamente diagnosticados por uma equipe multidisciplinar compostas
por médicos, fonoaudiólogos,
psicólogos e psicopedagogos, existem aquelas cujas
dificuldades de aprender se devem a fatores ambientais ou a pequenas
perturbações de ordem clínica,
facilmente remediáveis e que trazem uma diferença
muito grande na escolaridade.
Se o leitor reconhece que seu filho ou seu aluno está entre
o grupo de crianças inteligentes, saudáveis, sem
grandes transtornos de aprendizagem, mas que parece sempre desanimado,
sem motivação, com dificuldades nas tarefas
escolares aparentemente infundadas, vale a pena não esquecer
destas simples sugestões para identificar problemas
relacionados à capacidade visual, auditiva e
neurológica:
1.
Procurar anualmente o
pediatra para ver se a saúde da
criança e seu desenvolvimento estão adequados,
mesmo quando esta parece saudável e forte. Somente um
médico pode fazer essa avaliação e, se
julgar necessário, recomendar exames, medicar etc.
2.
Procurar um oftalmologista ou um oculista a partir dos
três anos de idade ou antes se houver problemas visuais na
família: quantas crianças tenho atendido no meu
consultório, cujo grande problema de aprendizagem consiste
em serem míopes, ou astigmáticas, por exemplo, e
não conseguirem ler o que a professora escreve na
lousa! O uso de óculos pelas crianças hoje
é fato corriqueiro, melhora sua qualidade de vida e lhes
permite um desenvolvimento adequado em várias
áreas, especialmente nos estudos.
3.
Um otorrinolaringologista,
apesar do nome comprido, é um
especialista que corriqueiramente é visitado pela maioria
dos pais, cujos filhos pequeninos sofrem de dor de ouvido, garganta e
depois que estes crescem e essas queixas se tornam mais
espaçadas, se esquecem de que o aparelho auditivo pode estar
sofrendo outros tipos de prejuízos, que podem ser indolores
e silenciosos, mas graves. Esse médico pode indicar exames
para saber se a criança ouve bem ou não, o que
constitui uma outra razão, muito séria, para o
insucesso escolar.
4.
Crianças muito agitadas, que tanto em casa como na escola
não conseguem ficar sentadas ou fixar a
atenção por um tempo razoável para sua
idade em atividades ligadas ao estudo, ou crianças cujo
comportamento é por vezes muito eufórico ou, ao
contrário, parecem frequentemente tristes, isoladas, sem
ânimo para nada,que demoram para fazer coisas que os
irmãos fazem com presteza na mesma fase (andar de bicicleta
aos 5 anos, por exemplo) devem ser levadas a um neurologista infantil.
Tudo que é diagnosticado de princípio
é muito mais facilmente compensado ou resolvido, do que mais
tarde quando o comportamento está mais arraigado e a
autoestima muito enfraquecida pelos inúmeros momentos em que
a criança foi rejeitada, criticada e castigada.
Em todos esses casos, uma conversa com a orientadora e a professora
deve também ser agendada pelos pais, para saberem se o que
eles percebem ocorre também na escola e se esses experientes
profissionais têm mais observações a
acrescentar, de modo a orientar melhor a busca por um especialista fora
da escola.
Uma aproximação serena e amorosa junto
à criança para saber de suas dificuldades
é outra fonte preciosa de informações
para os pais: seu filho pode estar sendo vítima de Bullying,
se sentido perseguido por colegas, rejeitado e amedrontado frente
às ameaças e, dessa forma, terá cada
dia menos motivação e capacidade para estudar e
vontade de ir à escola!
São medidas práticas, simples e rotineiras que
afastam e previnem vários problemas na vida escolar e
familiar de nossas crianças. Como pai, mãe ou
professor, divulgue isso!