“Uma
mulher desfila colorindo os espaços por onde
passa e seu perfume pode ser sentido
em toda a parte. Seu olhar
é um convite a uma experiência da qual jamais se
poderá sobreviver sem sequelas, seu sorriso é a
melhor paga que se pode oferecer a um coração que
desavisadamente se descompassou.”
O que um leitor busca num livro? Ao ler a primeira linha dos primeiros
momentos de uma trama, o que o faz continuar sua leitura até
o esgotar das páginas de uma obra literária?
Bom, o livro “Balzaquiana”, lançado
recentemente por Marcelo Guilherme Moreira, apresenta-nos algumas
pistas de como a literatura, ainda hoje, envolve e encanta seus
leitores que mergulham num universo repleto de
emoções, expectativas e esperanças por
um desfecho que possa ser
capaz de supri-las de modo pleno, completo.
Como se estivesse sob o domínio da simples
presença de
uma pessoa que faz o coração pulsar mais
rapidamente, o leitor segue sua leitura em busca de alguém
que se perdeu de si mesma, Arieta, mulher, menina que protagoniza a
obra.
Olhos atentos a cada detalhe revelam o fascínio que
“Balzaquiana” causa em seus leitores, que se veem
envolvidos num mundo que ainda está sendo descoberto,
desbravado, mas que o reconhecem em meio a pessoas que buscam
incessantemente encontrar prazeres e deleites nos
“caminhos” que se propõem a percorrer.
São cenas que demostram a sensibilidade do autor ao manejar
as palavras a ponto de levar às lágrimas qualquer
que também ama ou já amou, qualquer que, em
decorrência de seu alto zelo por alguém especial,
não sabe mais o que fazer frente à
invencibilidade da dor da distância.
A sinceridade e a leveza características de uma menina que
corre com os pés descalços pelas ruas de uma
cidadezinha de Minas Gerais são colocadas à prova
diante de fatos que interrompem brutalmente a ingenuidade de uma
criança, que, agora, se vê obrigada a encontrar
meios eficazes para administrar “as dores do
crescimento”.
“Balzaquiana” é um poço de
mistérios que o leitor busca desvendar, pois, afinal, onde a
menina e a mulher se desencontram em sua caminhada? O que aconteceu com
aquele sorriso que tão facilmente era distribuído
a qualquer pessoa? Por que nossa mente permite a visita de
lembranças tão indesejadas que roubam a paz que
tanto procuramos?
São perguntas que, talvez, a literatura nunca tivera a
intenção de responder, mas que ainda hoje
permeiam a nossa mente, o nosso coração, a nossa
vida.
Notas
sobre o Autor:
Marcelo
Guilherme Moreira
é mineiro da cidade de Botelhos, que atualmente mora em
São José dos Campos, SP. Analista de Sistemas
durante muito tempo, prestou consultoria a empresas como FGV, Telecom
RJ, Philips do Brasil, Ministério da
Educação e ONU. Atualmente, exerce a
função de Diretor de Tecnologia da
Informação no Grupo Vitae Futurekids.
Músico autodidata, compôs sua primeira
canção aos onze anos de idade em parceria com o
pai, um hino gospel para ser cantado na igreja. Na
adolescência, tornou-se letrista, compositor e participou de
várias bandas de rock. Nos anos noventa, compôs
várias canções que variavam entre a
MPB e o rock. No ano dois mil, participou do Festival de
Música Brasileira promovido pela Rede Globo de
Televisão. Passou, então, a escrever contos. Em
dois mil e sete, concluiu a coletânea de contos
“Não acordem a cidade” e, no ano
seguinte, concluiu seu primeiro romance “Na manhã
silenciosa”.
O livro foi publicado pela Lp-Books:
www.lp-books.com