Certa ocasião, perguntei para Roberto Ratzke e
Sérgio Luiz da Silva, dois líderes empreendedores
bem-estabelecidos em Curitiba, o que eles faziam para se manter jovens,
alegres, saudáveis e sempre bem-humorados.
Sem hesitar, foram rápidos na resposta: cultivamos a paz no
trabalho, na família, nos esportes, nas amizades, enfim, em
todos os lugares onde estivermos.
Eles têm razão: o ser humano se desgasta e
desperdiça muito tempo com briguinhas em família,
na sala de aula, no ambiente de trabalho, nos tribunais, na rua, nos
locais de lazer.
Bem da verdade, quase tudo começa dentro de casa, na escola
e no trabalho.
A cultura de certas facilidades dos novos tempos pode ser
antídoto da segurança e do bem-estar.
Os riscos que ameaçam a paz estão cada vez mais
próximos.
Egoísmo, vaidades, fama e projeção a
qualquer custo e corrupção desestruturam
física, mental, psicológica e espiritualmente
qualquer pessoa.
No trânsito, por exemplo, quem não mudar de
atitude, não se cuidar, não prestar
atenção e não respeitar as regras
está prestes a colidir ou sofrer colisão.
Ninguém nega que direção defensiva
é a melhor forma de seguir a viagem com segurança.
Como bem assinalam os empreendedores Roberto e Sérgio,
é fundamental não deixar
que os desafios
cotidianos tomem conta da paz e da alegria interior.
Numa sociedade cada vez mais acelerada e competitiva, é
imprescindível agir com precisão na hora de tomar
decisões, ser prudente e saber controlar vontades,
esforçar-se para ocupar eticamente espaços que
projetam realização pessoal e profissional.
Só é possível crescer em paz cumprindo
aquilo que a gente se promete. A paz é inteiramente gratuita
para todos os seres humanos, indistintamente.
Quem achar que a paz é sentimento brega, mais cedo ou mais
tarde pode cair no abismo.
É sábio quem faz periodicamente uma leitura por
dentro de si para avaliar como age, vai até o
subterrâneo da mente, ouve o coração,
reserva tempo para a prática espiritual, administra sonhos,
traça diretrizes que sedimentam a harmonia e a felicidade.
Insisto: família, escola e Igreja são
instituições que precisam atuar juntas, ensinar a
dialogar, a sorrir, a refletir e viver em paz.
Automóvel é necessário, mas felicidade
e liberdade são imprescindíveis, soberanas e
gratuitas.
Quando a gente olha para o mar, a impressão que se tem
é de que somos muito pequenos diante das maravilhas, da
força ou da fúria da natureza.
Quando olhamos para a flor, conhecemos a suave presença do
belo e da bondade.
Quando nos expomos ao sol ou à chuva, nos consorciamos com
obras vitais criadas por Deus.
Quando queremos a paz, procuramos amar, respeitar, comunicar,
reconhecer, ser justo e leal.
Pedro
Antônio Bernardi
é Jornalista, economista e professor. Contato:
pedro.professor@gmail.com