A educação do Ensino Religioso Escolar ainda
está longe da ideal.
Por ter pouco tempo, as suas transformações e o
caminho a seguir ainda são longos.
Talvez a maior questão a enfrentar seja o preconceito em
relação a seu ensino.
Os alunos e professores estigmatizam a disciplina e a consideram algo
desnecessário.
Muitos ainda têm uma visão utilitarista da
educação, na qual tudo o que foge de
Português e de Matemática está longe de
ser importante.
A questão de como se ministrar uma aula de ensino religioso
no Brasil deve levar em conta a dificuldade em se separar dos preceitos
católicos em que todos estão inseridos.
Essa disciplina sempre foi vista como aulas de Bíblia
durante muitas décadas.
Desde suas fundações, as escolas
católicas sempre foram tendenciosas no quesito
religião e dificilmente aceitarão um professor
que carrega com si um rol de ideias novas, de busca de
essência no aluno e que respeita e ensina outras
religiões.
O pior é que muitas vezes essas escolas poderão
ensinar subjetivamente ideias de sua religião sem que o
aluno perceba.
A visão de um ensino católico e catequista deve
começar a ser derrubada pelos próximos
professores da disciplina.
A antiga “aula de religião” deve ser
deixada de lado para sempre, buscando a religiosidade de cada aluno.
O importante é o professor ter em mente que não
se pode mais dar aulas de religião com doutrinas e uso de
livros sagrados.
Não que seja proibido usá-los, mas deve se saber
como fazer isso.
A diversidade é algo marcante em nossa sociedade e a
tendência é a de que cada vez mais as pessoas
sejam diferentes umas das outras no que tange ao
“gosto” religioso.
Logo, a função do professor de Ensino Religioso
não é dizer o que é certo ou errado,
mas ajudar o aluno a entender melhor o sagrado que está
buscando.
O fenômeno religioso está inserido em todos os
momentos de sua vida, ditando como agir e como se portar perante o
outro.
O professor, como sua função social, deve ter a
capacidade de captar no aluno esse sentimento e saber
desenvolvê-lo cada vez mais.
O caráter não confessional da disciplina, abrindo
as portas para a reflexão e se livrando de preconceitos,
traz à aula uma possibilidade de entender o outro e
respeitá-lo como um ser diferente, além de
aprender com ele.
A aula de Ensino Religioso deve ser uma forma agradável de o
aluno entender seus preceitos e entender a sociedade em que vive,
interagindo e respeitando todos.
É aqui que entra a questão da
tolerância, da alteridade.
Wanessa
Margotti Ramos Storti é
Jornalista, professora de História e especialista em Ensino
Religioso Escolar.Contato: wanessastorti@yahoo.com.br