Planeta Educação

De Olho na História

 

O Ensino Religioso no Projeto Escolar
Wanessa Margotti Ramos Storti

A educação do Ensino Religioso Escolar ainda está longe da ideal.

Por ter pouco tempo, as suas transformações e o caminho a seguir ainda são longos.

Talvez a maior questão a enfrentar seja o preconceito em relação a seu ensino.

Os alunos e professores estigmatizam a disciplina e a consideram algo desnecessário.

Muitos ainda têm uma visão utilitarista da educação, na qual tudo o que foge de Português e de Matemática está longe de ser importante.

A questão de como se ministrar uma aula de ensino religioso no Brasil deve levar em conta a dificuldade em se separar dos preceitos católicos em que todos estão inseridos.

Essa disciplina sempre foi vista como aulas de Bíblia durante muitas décadas.

Desde suas fundações, as escolas católicas sempre foram tendenciosas no quesito religião e dificilmente aceitarão um professor que carrega com si um rol de ideias novas, de busca de essência no aluno e que respeita e ensina outras religiões.

O pior é que muitas vezes essas escolas poderão ensinar subjetivamente ideias de sua religião sem que o aluno perceba.

A visão de um ensino católico e catequista deve começar a ser derrubada pelos próximos professores da disciplina.

A antiga “aula de religião” deve ser deixada de lado para sempre, buscando a religiosidade de cada aluno.

O importante é o professor ter em mente que não se pode mais dar aulas de religião com doutrinas e uso de livros sagrados.

Não que seja proibido usá-los, mas deve se saber como fazer isso.

A diversidade é algo marcante em nossa sociedade e a tendência é a de que cada vez mais as pessoas sejam diferentes umas das outras no que tange ao “gosto” religioso.

Logo, a função do professor de Ensino Religioso não é dizer o que é certo ou errado, mas ajudar o aluno a entender melhor o sagrado que está buscando.

O fenômeno religioso está inserido em todos os momentos de sua vida, ditando como agir e como se portar perante o outro.

O professor, como sua função social, deve ter a capacidade de captar no aluno esse sentimento e saber desenvolvê-lo cada vez mais.

O caráter não confessional da disciplina, abrindo as portas para a reflexão e se livrando de preconceitos, traz à aula uma possibilidade de entender o outro e respeitá-lo como um ser diferente, além de aprender com ele.

A aula de Ensino Religioso deve ser uma forma agradável de o aluno entender seus preceitos e entender a sociedade em que vive, interagindo e respeitando todos.

É aqui que entra a questão da tolerância, da alteridade.

Wanessa Margotti Ramos Storti é Jornalista, professora de História e especialista em Ensino Religioso Escolar.Contato: wanessastorti@yahoo.com.br

Avaliação deste Artigo: 4 estrelas