Recentemente, estive em viagem com a minha esposa no
Município de Foz do Iguaçu com intuito de visitar
a exuberância das Cataratas do Iguaçu e
também, como bom brasileiro, fazer algumas compras no
Paraguai e Argentina.
Ressaltando novamente as Cataratas do Iguaçu (sendo esta a
minha quinta visita no Parque Nacional), tanto do lado brasileiro
quanto do lado argentino, é fenomenal admirar a sua
imponência e importância ao longo do seu percurso.
A visão da exuberância da natureza
através do principal rio do Estado traz a cada um de
nós pontos de reflexão do quanto somos
dependentes e devemos ser racionais na utilização
dos nossos recursos dispostos a cada dia para o nosso desenvolvimento.
Tirando um pouco dos magníficos questionamentos com
relação às belezas das Cataratas do
Iguaçu, a Usina de Itaipu etc., o ponto no qual achei muito
interessante e tema de questionamento e reflexão foi
conhecer, de forma prévia em alguns momentos, a
“carência” em todos os sentidos
Índios Guaranis.
No meu período escola, eu sempre aprendi que, antes da
colonização europeia nos países
latinos (portugueses e principalmente espanhóis nesta
região), os Índios Guaranis no seu
período de domínio territorial mantinham de forma
admirável o seu potencial de desenvolvimento e
sustentabilidade principalmente nos países do Paraguai,
Argentina e Brasil, país nos quais se tinham as maiores
concentrações de tribos.
Hoje, muito se lê e publica com relação
aos valores culturais, sociais, alimentícios, folclore etc.
dos vários povos indígenas que prosperavam de
forma sustentável principalmente nos países que
compõem o Mercosul, enaltecendo a sua importância
e valores para a sociedade hoje antes da
colonização dos europeus.
No Brasil, os direitos e deveres dos povos indígenas
estão protegidos pela Constituição
Federal de 1988. No Paraguai, é o Guarani a moeda oficial,
homenageando esta etnia como sendo a base da
construção social do país.
Na Argentina, ainda persiste grandes tribos Guaranis no seu potencial
medíocre de desenvolvimento, mas, infelizmente independente
da nacionalidade, os valores desta(s) etnia(s) esta(ão)
simplesmente e até mesmo literalmente descrita(s)
apenas no papel.
Desta viagem, com relação ao que presenciei dos
índios Guaranis, reflito os seguintes questionamentos:
Qual o valor dado por nós como sociedade colonizada? Os
valores dados pelos Governantes? Como manter ainda dentro do ambiente
escolar os questionamentos da importância dos valores
indígenas?
Como professor, aprendi muito a pensar com
relação se sou ou não
utópico em sala de aula com meus alunos, enaltecendo a
importância dos primeiros grupos sociais do nosso
país (os índios) e após, vivenciando
na prática esta realidade percebo infelizmente que hoje
não passam de simples problemas sociais independentes da sua
nacionalidade.
Marcos
Schneider
é Geógrafo, especialista em Geoprocessamento e
Geografia Ambiental e professor de Geografia da Rede Pública
Estadual de Ensino do Paraná.