Eu não faço questão de ser tudo! Mas
posso ser o que eu queira ser diante do muito que me cerca e condensa a
viver os muros de muitas lamentações.
Que transpassam a realidade de meus sonhos, que moram em casas vazias e
distantes do meu lapso de existência. Não
faço questão de ser tudo!
Pois o tudo é um nada que se apresenta mentirosamente diante
da afeição de nobres mortais que morrem de
cansaço e tristeza por olhar o que não existe.
O que somos ou podemos ser? Talvez poetas sem limites de aprisionamento
ou intercâmbio com um mundo que deposita dejetos em terras
férteis e inocentes.
Somos o acaso da opressão, a liturgia de um bêbado
que cai na sarjeta de seu nobre e importante desfalecer
alcoólico.
De relevante não levamos nada ou tão pouco
teremos a tremedeira da dependência de um vicio que nos
corrói a decência e o direito a vida.
Desejaremos ser um frite paralisante qualquer a nos misturarmos com os
medos que nos impede de voar por nossos vales floridos de luz e cor.
Quem realmente somos?
Uma realidade morta diante a sepulturas que nos impedem de ver, sentir
e aplicar-se com hegemonia e muita luz ao que sentimos e projetamos.
Esquecemos que um poeta serve de referência as muitas
intransigências que não devemos viver.
Loucos saudáveis diante a normais adoecidos pela pressa em
chegar além de seus próprios limites que se
limitam a sonhos de muros, concreto e moedas monetárias de
troca e riquezas.
E qual é a troca que existe nisso? Talvez a da morte dos
sentimentos e do tempo em refletir sobre sua própria
verdade! Por onde anda a nossa verdade?
Ela está na poeira dos ônibus, nos gases
contaminados que respiramos junto ao oxigênio que
não oxigena mais os nossos tão sofridos e mal
trabalhados cérebros. Ninguém entende
ninguém!
As falas são dialetos exclusivos a alguns que nada sabem ou
sentem. Somos acionadores de botões que explodem uma bomba
atômica na exclusividade de nossa intimidade.
O corpo torneado e volumoso em músculos invade a sabedoria
que uma mente saudável não consegue encontrar em
suplementos energéticos ou exercícios que
alimentam um consumo do corpo e não do espírito.
Eu não faço questão de ser tudo! Pois
ainda movimento uma força que fazem de meus
heróis pessoas normais que praticam seus erros e se
encontram com seus melhores acertos.
Sou um poeta sem autenticação, validade ou
legalidade, mas que segue uma indisciplina que não me limita
a nada ou a coisa nenhuma.
Não desejo ser um frite paralisante qualquer ou
uma bomba que explode diante de meus medos e dificuldades.
Sou um poeta sem limites para o amor, para a beleza e
aceitação que morrerei diante do comportamento
egoísta e intransigente de muitos, porém serei
vivo aos muitos anos que me farão livre de posturas que
enterrem o meu sentir.
O poeta não morreu, foi a inferno e voltou! Para remover a
dor dos que se culpam por não verem o florir das flores no
sol de setembro.
Por não assistirem ao verão das águas
que bronzeiam os olhares dos vivos de esperança. Por todos
àqueles que desperdiçam as folhas que caem nas
tardes de ventos de nosso melhor e importante outono.
E, por fim, o inverno que nos trás a necessidade do
aconchego e da proximidade.
Agora, eu me descubro um poeta que na verdade tem muitos limites a
serem vencidos!
Esses limites estão na minha força em ser
diferente ante as mesmices que nos são impostas por nossas
próprias impossibilidades.
Eu não faço questão de ser tudo!
Mas o tudo pode nos ser o nada!
Éder
Roberto Dias:
Escritor, poeta, palestrante e autor do
livro: O amor sempre vence... Editora Gente. www.editoragente.com.br.
Contato com o autor: ederoamorsemprevence@bol.com.br. Trecho de uma
palestra realizada em 10/03/2012. Tema: Não tema o seu
amanhã.