Não é difícil perceber o quanto um
país com as dimensões do nosso Brasil, cujas
diretrizes políticas apontam para a
democratização da educação,
precisa de esforços coletivos que contribuam para a
realização de ações
concretas nessa direção.
A sociedade brasileira vive hoje um dos momentos mais significativos de
aceleração do processo de desenvolvimento
nacional. Contudo, como esse fato não ocorre de forma
isolada e o desenvolvimento traz consigo consequências muitas
vezes nocivas à vida, torna-se necessária a
adoção de políticas
sustentáveis, cujo caráter deve ser, acima de
tudo, o da valorização de todas as formas de vida
existentes no ecossistema, em destaque para a vida humana.
Pensar em qualidade de vida para a humanidade significa pensar em
questões que preservem a vida, não só
em termos da integridade ambiental, mas em termos da complexa
interrelação existente entre diversos setores e
que envolvem situações relacionadas à
pobreza, ao consumo, à saúde, à
moradia, aos conflitos e à violação
dos direitos.
Dentre os direitos previstos constitucionalmente para o
cidadão está o da educação
de qualidade para todos. Nessa perspectiva, a
criação de oportunidades para o pleno
exercício dos direitos, como aquelas que se manifestam a
favor das cotas sociais, contemplam a singularidade dos sujeitos e
favorecem os desiguais, medida que vai ao encontro dessa
concepção.
Uma sociedade que se deseja justa e plural para as
gerações presentes e futuras requer
políticas que gerem impactos na vida das pessoas, como as
propostas pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), que vem
possibilitar, minimamente, a integração de
vítimas de políticas limitadoras e de grupos
desfavorecidos, cujos direitos foram historicamente negados ou
restringidos.
O maior desafio que se apresenta no cenário atual
é o das pessoas ressignificarem os olhares, refletindo sobre
as responsabilidades globais e ampliando a compreensão
acerca do direito inalienável do cidadão a uma
educação universitária e
científica, mecanismo legítimo e estimulador do
crescimento inclusivo, sustentável e redutor do abismo
socioeconômico.
Ainda hoje, pela falta de condições de
atendimento da imensa demanda por ensino
superior requerida pelos estudantes que concluem o ensino
médio, as universidades brasileiras selecionam e contemplam
alunos provenientes de camadas mais favorecidas.
Desta forma, medidas como as previstas
pelo ProUni são
opções cuja gênese está
pautada em princípios defendidos por uma proposta
sustentável e que visam contribuir com a
redução das desigualdades sociais e
econômicas vividas por grande parte da
população estudantil no Brasil.