Muito se discute hoje a respeito da nossa sociedade, que vive na era do
conhecimento. A grande questão é: era da
informação ou era do conhecimento?
Para tanto, faz-se necessário refletirmos a respeito da
semântica das palavras e compreendermos o significado de
maneira mais ampla.
O Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa
(1990) traz a definição de
informação como “ato ou efeito de
informar; transmissão de notícias;
comunicação”.
Já a palavra conhecimento significa, segundo a mesma fonte,
“ato ou efeito de conhecer; faculdade de conhecer;
consciência da própria existência
(...)”.
Para entender um pouco mais, basta buscarmos referência na
origem das palavras.
Do Latim “Com – junto” mais
“Gnoscere – obter conhecimento, chegar a
saber”, formando então a palavra
“Cognoscere – conhecer, saber”.
A palavra informação também se origina
do latim “informatio,onis – delinear, conceber
ideia", ou seja, dar forma ou moldar na mente.
Desta forma, a significação das palavras traz
indícios de diferenças entre
informação e conhecimento.
Mas, o que isso interfere na nossa Educação?
Com o avanço tecnológico e, consequentemente do
acesso à informação, que veicula em
velocidade extraordinária no cenário global,
é importante colocarmos que as
informações estão
acessíveis em todo lugar, não necessariamente em
lugar estático, como em anos anteriores.
Das ruas, escolas, shoppings, enfim, é possível
ter disponível informação do mundo
todo com rapidez.
Considerando os conceitos aqui tratados, observa-se que conhecimento
é algo que vai além da
informação.
É algo que envolve uma ação, pois se
constrói conhecimento a partir de uma
informação recebida.
Segundo estudos realizados por Luckesi (1996), adquirir conhecimentos
não é compreender a realidade retendo
informação, mas utilizando-se desta para
desvendar o novo e avançar, porque quanto mais competente
for o entendimento do mundo, mais satisfatória
será a ação do sujeito que a
detém.
Sendo assim, as informações facilitam no processo
de cognição, mas, por si só
não realizam efetivamente o conhecimento.
Pensando na utilização das tecnologias como
importante recurso no processo de ensino aprendizagem, pode se
considerar que o papel do professor como mediador das
informações é extremamente importante
para a construção do conhecimento dos alunos,
considerando ser fundamental a participação
cooperativa das pessoas na dinâmica do conhecimento.
Segundo Fernandes (2001), “acesso,
informação e conhecimento são
entidades cada vez mais vitais em um mundo altamente competitivo e
conectado, e quem não as conseguir estará
inexoravelmente à margem de oportunidades”.
Desta forma, vale ressaltar que os educadores têm
“em mãos” valiosos recursos
tecnológicos, que facilitam o acesso às
informações, trazendo grandes
benefícios no processo de apropriação
do conhecimento dos alunos. Mas é indispensável
à participação compartilhada destes,
para que a informação seja
“transformada” em conhecimento a favor da
Educação.
Referências:
Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa.
Enciclopédia Britânica do Brasil. 12ª
Edição. 1990. Companhia Melhoramentos de
São Paulo.
FERNADES, A. Administração inteligente.
São Paulo: Futura, 2001
LUCKESI, C. C. e PASSOS, E.S. Introdução
à filosofia: aprendendo a pensar. São Paulo:
Cortez, 1996.
Ana
Claudia Silva Barbosa é
coordenadora do Programa Informática Educacional no
município de Guaratinguetá, São Paulo,
que se dá em parceria entre a Secretaria de
Educação e a empresa Planeta
Educação.