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Educação e Tecnologia

 

Informação x Conhecimento
Ana Claudia Silva Barbosa

Muito se discute hoje a respeito da nossa sociedade, que vive na era do conhecimento. A grande questão é: era da informação ou era do conhecimento?

Para tanto, faz-se necessário refletirmos a respeito da semântica das palavras e compreendermos o significado de maneira mais ampla.

O Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa (1990) traz a definição de informação como “ato ou efeito de informar; transmissão de notícias; comunicação”.

Já a palavra conhecimento significa, segundo a mesma fonte, “ato ou efeito de conhecer; faculdade de conhecer; consciência da própria existência (...)”.

Para entender um pouco mais, basta buscarmos referência na origem das palavras.

Do Latim “Com – junto” mais “Gnoscere – obter conhecimento, chegar a saber”, formando então a palavra “Cognoscere – conhecer, saber”.

A palavra informação também se origina do latim “informatio,onis – delinear, conceber ideia", ou seja, dar forma ou moldar na mente.

Desta forma, a significação das palavras traz indícios de diferenças entre informação e conhecimento.

Mas, o que isso interfere na nossa Educação?

Com o avanço tecnológico e, consequentemente do acesso à informação, que veicula em velocidade extraordinária no cenário global, é importante colocarmos que as informações estão acessíveis em todo lugar, não necessariamente em lugar estático, como em anos anteriores.

Das ruas, escolas, shoppings, enfim, é possível ter disponível informação do mundo todo com rapidez.

Considerando os conceitos aqui tratados, observa-se que conhecimento é algo que vai além da informação.

É algo que envolve uma ação, pois se constrói conhecimento a partir de uma informação recebida.

Segundo estudos realizados por Luckesi (1996), adquirir conhecimentos não é compreender a realidade retendo informação, mas utilizando-se desta para desvendar o novo e avançar, porque quanto mais competente for o entendimento do mundo, mais satisfatória será a ação do sujeito que a detém.

Sendo assim, as informações facilitam no processo de cognição, mas, por si só não realizam efetivamente o conhecimento.

Pensando na utilização das tecnologias como importante recurso no processo de ensino aprendizagem, pode se considerar que o papel do professor como mediador das informações é extremamente importante para a construção do conhecimento dos alunos, considerando ser fundamental a participação cooperativa das pessoas na dinâmica do conhecimento.

Segundo Fernandes (2001), “acesso, informação e conhecimento são entidades cada vez mais vitais em um mundo altamente competitivo e conectado, e quem não as conseguir estará inexoravelmente à margem de oportunidades”.

Desta forma, vale ressaltar que os educadores têm “em mãos” valiosos recursos tecnológicos, que facilitam o acesso às informações, trazendo grandes benefícios no processo de apropriação do conhecimento dos alunos. Mas é indispensável à participação compartilhada destes, para que a informação seja “transformada” em conhecimento a favor da Educação.

Referências:
Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Enciclopédia Britânica do Brasil. 12ª Edição. 1990. Companhia Melhoramentos de São Paulo.

FERNADES, A. Administração inteligente. São Paulo: Futura, 2001

LUCKESI, C. C. e PASSOS, E.S. Introdução à filosofia: aprendendo a pensar. São Paulo: Cortez, 1996.

Ana Claudia Silva Barbosa é coordenadora do Programa Informática Educacional no município de Guaratinguetá, São Paulo, que se dá em parceria entre a Secretaria de Educação e a empresa Planeta Educação.

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