Filosofando
Amanda do Nascimento Morgado Psicóloga e orientadora educacional na empresa Planeta Educação; Possui experiência no desenvolvimento de projetos de qualidade de vida, desenvolvimento profissional e atendimento psicológico individual e familiar. E-mail: amanda.morgado@fk1.com.br

A funcionalidade de consequências no desenvolvimento de comportamentos - 01/03/2012
Ação e Reação futuras

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A apresentação de determinado comportamento nem sempre é seguida por consequências que causam alguma modificação futura.

Uma criança que faz a tarefa escolar de matemática, por exemplo, não será necessariamente elogiada ou criticada por seus pais e tampouco terá qualquer outro tipo de benefício ou dano dentro desse contexto familiar.

A realização da tarefa pode simplesmente passar despercebida, pois ou seus pais não são consistentes ao apoiarem esse comportamento ou simplesmente não estão presentes no momento do término da tarefa.

Mas será que todos os comportamentos são seguidos por consequências?

A literatura indica que, uma vez estabelecido, qualquer comportamento pode ser mantido somente com apresentação de reforço intermitente.

Isso significa que, para um comportamento voltar a ser apresentado em situações e momentos distintos, não é preciso que ele tenha sempre algum tipo de consequência.

Deste modo, voltando ao exemplo, se uma criança realiza de forma apropriada a tarefa escolar de matemática todos os dias, seus pais não precisam elogiá-la com a mesma frequência com que a atividade é realizada.

Contudo, também não devem abster-se de fazê-lo, pois, se para a criança o apoio emocional dos pais funcionar como fator motivador primordial, a realização da tarefa escolar de matemática tenderá à extinção. Esse fato ocorre porque, não ganhando mais o que espera, a criança não cumprirá mais com esse dever.

Neste ponto, é importante ressaltar que não nos referimos às consequências que esta criança pode obter na escola com o cumprimento das tarefas, tais como aprendizagem e boas notas.

O que está em análise é o que, de fato, fará com que essa criança mantenha o comportamento de realizar diariamente a tarefa escolar de matemática de forma eficiente: o apoio emocional de seus pais.

Ora, se para que um comportamento seja preservado, consequências positivas não devem ser disponibilizadas de forma ininterrupta, a questão é descobrir o que exatamente funciona como fator motivador para determinada pessoa e como se pode programar as consequências.

Quando as consequências positivas são ininterruptas, há satisfação plena e, consequentemente, posterior supressão do comportamento.

Quando determinado comportamento não existe ou ainda é pouco frequente, consequências positivas devem ser apresentadas para que a resposta desejada possa adquirir consistência e continuidade. Tais consequências devem ocorrer, necessariamente, toda vez que o comportamento se aproximar do esperado.

Por outro lado, quando um comportamento indesejado precisa ser trabalhado, as consequências devem ser totalmente suprimidas.

Se uma criança, por exemplo, começa a chorar no supermercado porque quer um brinquedo, sua mãe diz “não” e a criança continua chorando, tal resposta não pode ser modificada. No caso, a negativa não pode se tornar um “sim”, pois a criança aprenderá que para conseguir o seu brinquedo, em oportunidades futuras, terá que aumentar o seu choro.

Temos, portanto, três situações possíveis:

1) O comportamento ainda não existe e para que isso ocorra ele deve ser seguido continuamente por consequências positivas.

2) O comportamento existe e para ser mantido deve ser seguido de forma intervalar por consequências positivas.

3) O comportamento existe, mas precisa ser extinto e, para isso, as consequências positivas devem ser retiradas.

Com o auxílio desses procedimentos, muitos benefícios podem ser obtidos na educação. A indisciplina, os conflitos e o desinteresse pelos conteúdos podem ser minimizados, assim como o convívio social, a satisfação pessoal e a aprendizagem podem atingir níveis mais elevados.

A tarefa não é fácil, uma vez que exige dedicação, atenção e extrema perspicácia na análise de pequenos gestos, expressões e verbalizações dos alunos, mas é totalmente executável por você.

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