A
apresentação de determinado comportamento nem
sempre é seguida por consequências que causam
alguma modificação futura.
Uma criança que faz a tarefa escolar de
matemática, por exemplo, não será
necessariamente elogiada ou criticada por seus pais e tampouco
terá qualquer outro tipo de benefício ou dano
dentro desse contexto familiar.
A realização da tarefa pode simplesmente passar
despercebida, pois ou seus pais não são
consistentes ao apoiarem esse comportamento ou simplesmente
não estão presentes no momento do
término da tarefa.
Mas será que todos os comportamentos são seguidos
por consequências?
A literatura indica que, uma vez estabelecido, qualquer comportamento
pode ser mantido somente com apresentação de
reforço intermitente.
Isso significa que, para um comportamento voltar a ser apresentado em
situações e momentos distintos, não
é preciso que ele tenha sempre algum tipo de
consequência.
Deste modo, voltando ao exemplo, se uma criança realiza de
forma apropriada a tarefa escolar de matemática todos os
dias, seus pais não precisam elogiá-la com a
mesma frequência com que a atividade é realizada.
Contudo, também não devem abster-se de
fazê-lo, pois, se para a criança o apoio emocional
dos pais funcionar como fator motivador primordial, a
realização da tarefa escolar de
matemática tenderá à
extinção. Esse fato ocorre porque, não
ganhando mais o que espera, a criança não
cumprirá mais com esse dever.
Neste ponto, é importante ressaltar que não nos
referimos às consequências que esta
criança pode obter na escola com o cumprimento das tarefas,
tais como aprendizagem e boas notas.
O que está em análise é o que, de
fato, fará com que essa criança mantenha o
comportamento de realizar diariamente a tarefa escolar de
matemática de forma eficiente: o apoio emocional de seus
pais.
Ora, se para que um comportamento seja preservado,
consequências positivas não devem ser
disponibilizadas de forma ininterrupta, a questão
é descobrir o que exatamente funciona como fator motivador
para determinada pessoa e como se pode programar as
consequências.
Quando as consequências positivas são
ininterruptas, há satisfação plena e,
consequentemente, posterior supressão do comportamento.
Quando determinado comportamento não existe ou ainda
é pouco frequente, consequências positivas devem
ser apresentadas para que a resposta desejada possa adquirir
consistência e continuidade. Tais consequências
devem ocorrer, necessariamente, toda vez que o comportamento se
aproximar do esperado.
Por outro lado, quando um comportamento indesejado precisa ser
trabalhado, as consequências devem ser totalmente suprimidas.
Se uma criança, por exemplo, começa a chorar no
supermercado porque quer um brinquedo, sua mãe diz
“não” e a criança continua
chorando, tal resposta não pode ser modificada. No caso, a
negativa não pode se tornar um “sim”,
pois a criança aprenderá que para conseguir o seu
brinquedo, em oportunidades futuras, terá que aumentar o seu
choro.
Temos, portanto, três situações
possíveis:
1)
O comportamento ainda não existe e para que isso ocorra
ele deve ser seguido continuamente por consequências
positivas.
2)
O comportamento existe e para ser mantido deve ser seguido de forma
intervalar por consequências positivas.
3)
O comportamento existe, mas precisa ser extinto e, para isso, as
consequências positivas devem ser retiradas.
Com o auxílio desses procedimentos, muitos
benefícios podem ser obtidos na
educação. A indisciplina, os conflitos e o
desinteresse pelos conteúdos podem ser minimizados, assim
como o convívio social, a satisfação
pessoal e a aprendizagem podem atingir níveis mais elevados.
A tarefa não é fácil, uma vez que
exige dedicação, atenção e
extrema perspicácia na análise de pequenos
gestos, expressões e verbalizações dos
alunos, mas é totalmente executável por
você.