Não
sei se a vida é curta ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o
coração das pessoas. Muitas vezes basta ser:
Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio
que respeita, Alegria que contagia. E isso não é
coisa de outro mundo, é o que dá sentido
à vida. É o que faz com que ela não
seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira,
pura... Enquanto durar. (Cora Coralina)
O coração de uma pessoa é um de seus
maiores tesouros certamente. O que não é
tão envolvido de certeza assim é o cuidado que
muitos deixam de ter com sua própria vida, pois
não cuidam de dar morada a sentimentos bons, tais como
sentimentos de bondade, amor e compaixão consigo mesmo e
também com o outro.
A vida é um presente que só pode ser desfrutada
apenas uma vez e, não somente, mas também por
isso, não dá para
desperdiçá-la com a
supervalorização das muitas desventuras que nos
são apresentadas dia a dia.
Assim como nas palavras de Cora Coralina, o ponto alto da vida
não está, ao contrário do que estamos
acostumados a pensar, nos muitos anos de vida que nos são
permitidos viver, mas nos impactos positivos que possamos ter na vida
de outro alguém.
O que acontece algumas vezes é que desaprendemos a como
impactar positivamente a vida de alguém porque importamos
demais como os muitos sentimentos que fazem esvair a paz e a
consequente felicidade dos melhores anos de nossas vidas, ou seja, os
anos do agora, do hoje, não aqueles que já fazem
parte do passado.
Viver é assim, tem mesmo dessas coisas, mas para o nosso
próprio bem é bom considerarmos as nossas
importâncias, ou seja, as nossas
importações.
Importamos dor, desespero e amarguras quando damos
importância em demasia às desventuras vividas num
determinado momento. Importamos esperança, amor e
possível paz quando deixamos de valorizar a queda e
começamos a valorizar o tempo de levantar de cada um,
inclusive o nosso.
As infelicidades, as desventuras, os desagrados e as
insatisfações batem à nossa porta
todos os dias, mas temos a chance de não a abrirmos tanto
assim, de modo que tenhamos reserva e força suficientes para
mandarmos de volta tudo aquilo que não nos faz bem.
Viver pode até parecer difícil diante de tantos
altos e baixos, mas, quando respeitamos o momento do outro e reagimos
em sintonia com esse tempo, muitos segredos são desvendados.
Esses segredos nos mostram que há ajuda para aquele que
soube como e quando estender a mão e, quando os dias de
infelicidade vierem transfigurados de algum tipo de perda, estes dias
serão menos difíceis de serem suportados, pois
teremos refúgio na presença de um ombro amigo.
Somos seres sociáveis, precisamos ter alguém para
dividir os bons e os maus momentos de nossas vidas. Viva de modo
intenso cada momento.
Não reprima as lágrimas, pois elas podem dar mais
força para nosso coração suportar
aquela dor. Não negue o sorriso diante de alguém,
pois ele pode ser o fator que vai desembaçar nossos olhos.
Viver intensamente cada momento é, entre outros fatores,
respeitar e buscar entender cada fase da vida como isso mesmo, ou seja,
como uma fase que, como é característico, um dia
vai passar.
Enquanto dá para sorrir, sorria, mas quando o tempo de
lágrimas chegar, não faça pouco dele,
viva-o também com intensidade, pois, certamente, mais
sábio você será quando ele acabar.
Pelas palavras de Cora Coralina, não há como
viver com intensidade sem o contato com outra pessoa, com outro
alguém, pois quando somos “o Braço que
envolve, a Palavra que conforta, o Silêncio que respeita e a
Alegria que contagia”, somos, por consequência, o
amigo oportuno, aquele que sabe respeitar o tempo de cada um.