Planeta Educação

A Semana - Opiniões

Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Viver é Tocar o Coração das Pessoas
Reflexão nas palavras de Cora Coralina

Não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura... Enquanto durar. (Cora Coralina)

O coração de uma pessoa é um de seus maiores tesouros certamente. O que não é tão envolvido de certeza assim é o cuidado que muitos deixam de ter com sua própria vida, pois não cuidam de dar morada a sentimentos bons, tais como sentimentos de bondade, amor e compaixão consigo mesmo e também com o outro.

A vida é um presente que só pode ser desfrutada apenas uma vez e, não somente, mas também por isso, não dá para desperdiçá-la com a supervalorização das muitas desventuras que nos são apresentadas dia a dia.

Assim como nas palavras de Cora Coralina, o ponto alto da vida não está, ao contrário do que estamos acostumados a pensar, nos muitos anos de vida que nos são permitidos viver, mas nos impactos positivos que possamos ter na vida de outro alguém.

O que acontece algumas vezes é que desaprendemos a como impactar positivamente a vida de alguém porque importamos demais como os muitos sentimentos que fazem esvair a paz e a consequente felicidade dos melhores anos de nossas vidas, ou seja, os anos do agora, do hoje, não aqueles que já fazem parte do passado.

Viver é assim, tem mesmo dessas coisas, mas para o nosso próprio bem é bom considerarmos as nossas importâncias, ou seja, as nossas importações.

Importamos dor, desespero e amarguras quando damos importância em demasia às desventuras vividas num determinado momento. Importamos esperança, amor e possível paz quando deixamos de valorizar a queda e começamos a valorizar o tempo de levantar de cada um, inclusive o nosso.

As infelicidades, as desventuras, os desagrados e as insatisfações batem à nossa porta todos os dias, mas temos a chance de não a abrirmos tanto assim, de modo que tenhamos reserva e força suficientes para mandarmos de volta tudo aquilo que não nos faz bem.

Viver pode até parecer difícil diante de tantos altos e baixos, mas, quando respeitamos o momento do outro e reagimos em sintonia com esse tempo, muitos segredos são desvendados.

Esses segredos nos mostram que há ajuda para aquele que soube como e quando estender a mão e, quando os dias de infelicidade vierem transfigurados de algum tipo de perda, estes dias serão menos difíceis de serem suportados, pois teremos refúgio na presença de um ombro amigo.

Somos seres sociáveis, precisamos ter alguém para dividir os bons e os maus momentos de nossas vidas. Viva de modo intenso cada momento.

Não reprima as lágrimas, pois elas podem dar mais força para nosso coração suportar aquela dor. Não negue o sorriso diante de alguém, pois ele pode ser o fator que vai desembaçar nossos olhos.

Viver intensamente cada momento é, entre outros fatores, respeitar e buscar entender cada fase da vida como isso mesmo, ou seja, como uma fase que, como é característico, um dia vai passar.

Enquanto dá para sorrir, sorria, mas quando o tempo de lágrimas chegar, não faça pouco dele, viva-o também com intensidade, pois, certamente, mais sábio você será quando ele acabar.

Pelas palavras de Cora Coralina, não há como viver com intensidade sem o contato com outra pessoa, com outro alguém, pois quando somos “o Braço que envolve, a Palavra que conforta, o Silêncio que respeita e a Alegria que contagia”, somos, por consequência, o amigo oportuno, aquele que sabe respeitar o tempo de cada um.

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