O uso da internet e das
tecnologias de informação
e comunicação no âmbito escolar
é uma das exigências desse novo mundo, mundo este
globalizado, exigente, crítico e acelerado.
A escola é parte fundamental na
construção dessa nova sociedade do conhecimento,
pois o espaço escolar vai além das paredes da
sala de aula, ora é o aluno que traz a
informação de fora, ora é ele quem
recebe as novas informações. Dentro desse
contexto, o mundo digital vem permitindo que cada usuário
seja o construtor de seu caminho que é único e
personalizado.
Este novo “ser aprendiz” poderá
questionar a escola tradicional, na qual todos os alunos devem
apresentar o mesmo ritmo de estudo, vencer as suas séries
sequenciais dentro do tempo previsto e da faixa etária
esperada para cada série.
Ramal (2002, p.14) acrescenta que “os suportes digitais, as
redes, os hipertextos são, a partir de agora, as tecnologias
intelectuais que a humanidade passará a utilizar para
aprender, gerar informação, ler, interpretar a
realidade e transformá-la”. O computador sendo
utilizado como ferramenta de aprendizagem alarga a
noção de sala de aula e a
construção pessoal de conhecimento.
Trabalhar com a tecnologia computacional em sala de aula nada mais
é do que experenciar as diferentes formas de aprendizagem e
buscar nelas o próprio conhecimento, sendo o aluno um ator
nesse processo de aquisição dos conhecimentos e
é por isso que esse estudo bibliográfico se
justifica.
Esta inserção é
justificável pela sua forte presença no nosso
cotidiano, tornando-se necessária a sua
utilização pelas mudanças
significativas que traz ao ambiente escolar.
Elas interferem no nosso aprendizado, processos cognitivos,
apreensões e percepções do mundo,
vindo dessa forma a dinamizar o ensino e a promover a aprendizagem
tanto de alunos como de professores.
Pode-se perceber que a geração atual
já nasceu sob a influência da tecnologia e a
enxerga com naturalidade. O termo “nativos
digitais” foi uma impressão cunhada em 2007 por
Marc Prensky para denominar essa nova geração.
Partindo desse contexto, o professor, muitas vezes, deve estar
preparado para trabalhar nessa sociedade diferente. Mais do que nunca,
ele deve atuar como um facilitador de ensino em sintonia com as
necessidades reais de seus alunos, procurando se ajustar à
realidade atual.
Muito se tem discutido sobre os impactos que a tecnologia causa na
escola e uma das principais preocupações diz
respeito ao processo de construção do
conhecimento que atualmente está relacionada com as
tecnologias.
Esta presença influencia a construção
do conhecimento, uma vez que ela é um veículo de
"transporte" das informações. Essa ideia nos traz
a reflexão que não é a tecnologia em
si que causa a aprendizagem, mas a maneira como o professor e os alunos
interagem com ela.
As potencialidades de uma dada tecnologia em
combinação com os processos de
construção de conhecimentos desencadeados
influenciam a maneira como os alunos se apropriam e processam a
informação.
Há possibilidade de se resultar em aprendizagens
diferenciadas quando diferentes tecnologias são comparadas e
utilizadas com determinados alunos e em atividades
específicas.
Valente (1999, p. 2) enriquece essas ideias quando afirma defender uma
informática na educação que
“enfatiza o fato de o professor da disciplina curricular ter
conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz
de alternar adequadamente atividades tradicionais de
ensino-aprendizagem e atividades que usam o
computador”.
Voltando esse olhar para a gestão, a escola precisa
problematizar que essas ideias não fiquem somente no papel,
pois é de extrema importância que o gestor
direcione junto ao seu corpo docente uma prática acerca da
qual todos reflitam sobre as grandes
contribuições que a tecnologia pode proporcionar
aos alunos.
Percebemos que em muitas escolas ainda existem laboratórios
fechados, pois há o receio de que algo seja danificado pela
sua utilização. Essa postura deve ser mudada, o
laboratório precisa estar disponível para os
alunos pesquisarem, usarem ambientes colaborativos, elaborarem seus
trabalhos e ressignificarem a sua forma de aprender.
Estamos conscientes de que o grande desafio e compromisso
pedagógico é de tornar realidade para os
educandos uma escola prazerosa, democrática e competente,
buscando construir a unidade na multiplicidade ao educar alunos
distantes entre si, prevendo acesso aos mesmos conhecimentos e valores
por meio da integração das múltiplas
linguagens que educam e sintonizam todos com seu tempo, buscando a sua
transformação
(Toro, 1997).
Trata-se de repensar a escola como um espaço
democrático de troca e produção de
conhecimento que é o grande desafio que os profissionais da
educação, especificamente o Gestor Escolar,
deverão enfrentar neste novo contexto educacional, pois o
Gestor Escolar é o maior articulador deste processo e possui
um papel fundamental na organização do processo
de democratização escolar (Alonso, 1988).
Referências
ALONSO, Myrtes. O Papel do Diretor na
Administração Escolar. Rio de Janeiro: Bertand
Brasil, 1988.
RAMAL, Andrea Cecilia. Educação na cibercultura
– hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
VALENTE, José A. (org.). O computador na sociedade do
conhecimento. Campinas: UNICAMP/NIED, 1999.
Maria
Gabriela Freire F. Pereira
é Coordenadora-Pedagógica de
Informática Educacional do Município de
Guaratinguetá, Formada pela Faculdade Integrada Teresa
D’Avila em Letras com habilitação em
Inglês, com especialização em
Gestão Escolar e MBA em Gestão
Estratégia de Negócios.