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Educação e Tecnologia

 

A Gestão Escolar frente aos desafios da tecnologia
Maria Gabriela Freire F. Pereira

O uso da internet e das tecnologias de informação e comunicação no âmbito escolar é uma das exigências desse novo mundo, mundo este globalizado, exigente, crítico e acelerado.

A escola é parte fundamental na construção dessa nova sociedade do conhecimento, pois o espaço escolar vai além das paredes da sala de aula, ora é o aluno que traz a informação de fora, ora é ele quem recebe as novas informações. Dentro desse contexto, o mundo digital vem permitindo que cada usuário seja o construtor de seu caminho que é único e personalizado.

Este novo “ser aprendiz” poderá questionar a escola tradicional, na qual todos os alunos devem apresentar o mesmo ritmo de estudo, vencer as suas séries sequenciais dentro do tempo previsto e da faixa etária esperada para cada série.

Ramal (2002, p.14) acrescenta que “os suportes digitais, as redes, os hipertextos são, a partir de agora, as tecnologias intelectuais que a humanidade passará a utilizar para aprender, gerar informação, ler, interpretar a realidade e transformá-la”. O computador sendo utilizado como ferramenta de aprendizagem alarga a noção de sala de aula e a construção pessoal de conhecimento.

Trabalhar com a tecnologia computacional em sala de aula nada mais é do que experenciar as diferentes formas de aprendizagem e buscar nelas o próprio conhecimento, sendo o aluno um ator nesse processo de aquisição dos conhecimentos e é por isso que esse estudo bibliográfico se justifica.

Esta inserção é justificável pela sua forte presença no nosso cotidiano, tornando-se necessária a sua utilização pelas mudanças significativas que traz ao ambiente escolar.

Elas interferem no nosso aprendizado, processos cognitivos, apreensões e percepções do mundo, vindo dessa forma a dinamizar o ensino e a promover a aprendizagem tanto de alunos como de professores.

Pode-se perceber que a geração atual já nasceu sob a influência da tecnologia e a enxerga com naturalidade. O termo “nativos digitais” foi uma impressão cunhada em 2007 por Marc Prensky para denominar essa nova geração.

Partindo desse contexto, o professor, muitas vezes, deve estar preparado para trabalhar nessa sociedade diferente. Mais do que nunca, ele deve atuar como um facilitador de ensino em sintonia com as necessidades reais de seus alunos, procurando se ajustar à realidade atual.

Muito se tem discutido sobre os impactos que a tecnologia causa na escola e uma das principais preocupações diz respeito ao processo de construção do conhecimento que atualmente está relacionada com as tecnologias.

Esta presença influencia a construção do conhecimento, uma vez que ela é um veículo de "transporte" das informações. Essa ideia nos traz a reflexão que não é a tecnologia em si que causa a aprendizagem, mas a maneira como o professor e os alunos interagem com ela.

As potencialidades de uma dada tecnologia em combinação com os processos de construção de conhecimentos desencadeados influenciam a maneira como os alunos se apropriam e processam a informação.

Há possibilidade de se resultar em aprendizagens diferenciadas quando diferentes tecnologias são comparadas e utilizadas com determinados alunos e em atividades específicas.

Valente (1999, p. 2) enriquece essas ideias quando afirma defender uma informática na educação que “enfatiza o fato de o professor da disciplina curricular ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador”.

Voltando esse olhar para a gestão, a escola precisa problematizar que essas ideias não fiquem somente no papel, pois é de extrema importância que o gestor direcione junto ao seu corpo docente uma prática acerca da qual todos reflitam sobre as grandes contribuições que a tecnologia pode proporcionar aos alunos.

Percebemos que em muitas escolas ainda existem laboratórios fechados, pois há o receio de que algo seja danificado pela sua utilização. Essa postura deve ser mudada, o laboratório precisa estar disponível para os alunos pesquisarem, usarem ambientes colaborativos, elaborarem seus trabalhos e ressignificarem a sua forma de aprender.

Estamos conscientes de que o grande desafio e compromisso pedagógico é de tornar realidade para os educandos uma escola prazerosa, democrática e competente, buscando construir a unidade na multiplicidade ao educar alunos distantes entre si, prevendo acesso aos mesmos conhecimentos e valores por meio da integração das múltiplas linguagens que educam e sintonizam todos com seu tempo, buscando a sua transformação (Toro, 1997).

Trata-se de repensar a escola como um espaço democrático de troca e produção de conhecimento que é o grande desafio que os profissionais da educação, especificamente o Gestor Escolar, deverão enfrentar neste novo contexto educacional, pois o Gestor Escolar é o maior articulador deste processo e possui um papel fundamental na organização do processo de democratização escolar (Alonso, 1988).

Referências

ALONSO, Myrtes. O Papel do Diretor na Administração Escolar. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 1988.

RAMAL, Andrea Cecilia. Educação na cibercultura – hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

VALENTE, José A. (org.). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: UNICAMP/NIED, 1999.

Maria Gabriela Freire F. Pereira é Coordenadora-Pedagógica de Informática Educacional do Município de Guaratinguetá, Formada pela Faculdade Integrada Teresa D’Avila em Letras com habilitação em Inglês, com especialização em Gestão Escolar e MBA em Gestão Estratégia de Negócios.

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