As Diferenças entre os Jogos de Entretenimento e os Educativos - 16/02/2011
7 princípios para projetar jogos educativos eficientes
Livro de Autoria de Leandro Demenciano
Muitos pais, quando pensam em comprar um brinquedo para seus filhos,
pensam em algo que seja divertido, mas que também contribua
para a educação deles, ensinando-os algum
conceito benéfico ou desenvolvendo neles alguma habilidade
sensório-motora. Nas escolas, este propósito
é ainda mais forte, e professores criam, e as escolas
compram e pedem, na listas de material, brinquedos e jogos educativos.
Estimulada por este movimento, a indústria
começou a fabricar jogos educativos baseando-
se naquilo que era preconizado pelos pedagogos em uma época
em que o construtivismo era pouco ou nada difundido nas escolas.
Desta situação, nasceu e se desenvolveu a cultura
dos jogos educativos que até hoje predomina nas lojas de
brinquedo - com seções destacadas das demais -
escolas em geral e na mentalidade de pais e professores.
O livro “O que os jogos de entretenimento têm que
os educativos não têm: 7 princípios
para projetar jogos educativos eficientes” vem para acabar
com este paradigma, demonstrando que jogos de entretenimento, como os
videogames por exemplo, são mais efetivos quando utilizados
para fins pedagógicos do que os jogos chamados educativos.
Para ilustrar o que estou dizendo: em janeiro de 2004, o dr. James
Clarence Rosser Jr., chefe de cirurgia minimamente invasiva e diretor
do Instituto de Tecnologia Médica Avançada do
Beth Israel Medical Center em Manhattan, apresentou, no Medicine Meets
Virtual Reality Conference, em Newport – CA, resultados
impressionantes da pesquisa que ele e sua equipe conduziram:
- Cirurgiões que no passado jogaram videogame mais de
três horas por semana erram 37% menos em cirurgias
minimamente invasivas; e as terminam 27%
mais rápido que seus colegas que nunca ou pouco jogaram.
- Cirurgiões que permanecem jogando videogame pontuam 40% melhor no Top Gun Suturing Course [curso de sutura em videolaparoscopia].
- Habilidade com os videogames e experiências passadas com
esse tipo de jogo foram significativamente melhores indicadores da
proficiência dos cirurgiões na
videolaparoscopia que o número de cirurgias realizadas e
anos de treinamento. (Disponível em:
2007)
Dr. James Clarence Rosser Jr. Chefe de cirurgia minimamente invasiva do
Beth Israel Medical Center em Manhattan, treina outros doutores usando
videogames para melhorar suas habilidades na sala de
operação. (MARRIOTT, 2005, pág.1)
No livro, eu apresento outros exemplos, de jogos não
eletrônicos também, como o Cubo Mágico,
o RPG e o futebol. E comparo-os com alguns jogos educativos bastante
recorrentes, evidenciando o que torna os primeiros melhores do que os
últimos no quesito aprendizagem.
Os jogos são como a faca, podem ser úteis ou
destrutivos, depende daquele que usa. O problema é que
muitos dos que querem usá-lo para o bem da
educação, não sabem
utilizá-lo para isso, e nem sabem onde buscar esse
conhecimento. É para estes que escrevi o livro.
Em “O que os jogos de entretenimento têm que os
educativos não têm: 7 princípios para
projetar jogos educativos eficientes”, você
aprenderá os 7 princípios que regem uma
aprendizagem de qualidade dentro dos jogos. Aprenderá
também como selecionar e criar um jogo - tão
eficiente quanto o videogame é para a videolaparoscopia -
para determinado conteúdo que queira ensinar.
Antes de tudo, jogos educativos são jogos. E o livro traz a
questão por um novo ângulo, o ângulo de
um game designer, profissional que cria jogos, mas que fundamenta-se na
pedagogia para fazer suas demonstrações.
Desse modo, os educadores se sentem em casa durante a leitura do livro,
ao mesmo tempo que se surpreendem pelas novas perspectivas abertas por
este novo ponto de vista.
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