Nas últimas décadas, a comunidade científica vem alertando a humanidade quanto às consequências a curto, médio e longo prazos das suas ações sobre o meio ambiente que interferem nas alterações climáticas do planeta.

O nosso planeta tem o seu processo natural de transformação, inclusive, já tendo passado por períodos de intensas alterações climáticas. Todavia, o homem da atualidade tem acelerado e intensificado este processo, uma vez que se comporta de forma irresponsável para com o meio ambiente, o que sinaliza um nível baixo de consciência da humanidade, a qual caminha em um processo de autodestruição.

O que é a degradação do meio ambiente senão o resultado da atitude de um homem não educado, desencontrado, descontrolado, desidentificado, irresponsável, sem consciência de si e da sua atuação nos contextos pessoal, social e ambiental?

Os seres humanos de grande sabedoria sempre afirmaram "a mudança do mundo começa com a nossa mudança interior". A solução para este momento delicado que a humanidade atravessa não depende somente dos órgãos de grande representatividade internacional, nem depende apenas dos líderes das grandes nações, mas, antes de tudo, depende da mudança de cada um no local onde se vive.

É conhecendo a si mesmo, educando-se para a consciência, é a partir de uma nova percepção interior que o ser humano começará a atuar de forma responsável na construção de um mundo solidário e sustentável, no qual prevaleça a cooperação.

Um ser humano que conhece a si mesmo é um ser humano equilibrado, consciente de que a mudança do mundo começa onde ele estiver, a partir de sua própria atitude.

Um ser humano que conhece a si mesmo tem atitudes em prol da vida e estará atento à educação de seus filhos, estará atento ao futuro deles, mobilizará a sociedade local em que vive.

Um ser humano que conhece a si mesmo criará empresas sustentáveis, escolherá melhores líderes, se tornará um líder e criará instituições e ONGs que promovam o despertar da consciência e da necessidade de mudar os padrões de consumo e de conduta da humanidade.

Um ser humano que conhece a si mesmo entenderá e compreenderá que não existe uma solução única e imediata para a questão do meio ambiente. E, sim, que muitas ações devem ser implementadas, simultaneamente e gradualmente, com o objetivo de reduzir os efeitos da atitude irresponsável do homem sobre o planeta. Ao mesmo tempo, buscará alternativas de adaptação e sobrevivência da humanidade.

O conhecimento de si mesmo tem um papel de fundamental importância por facilitar uma nova percepção interior da realidade e a mudança de padrões comportamentais negativos que refletem em nível pessoal, social e ambiental.

O conhecimento de si mesmo não só trará benefícios para vida pessoal do ser humano. A “mudança em nós” expandirá para as organizações e instituições na qual participamos, em nível social e em nível ambiental.

O que se propõe é que o homem realize a transformação em si mesmo primeiro para que depois a transformação aconteça na sociedade, na humanidade. O ser humano tem sido o problema e pode ser a solução.

O momento é de convocar-se, renovar-se, investir na "Alma", no conhecimento de si mesmo, na educação para o "ser", na educação da consciência. Ser saudável nas atitudes. Amar as crianças. Dar bons exemplos e dizer, acima de tudo, a verdade a elas. Para que elas cresçam conscientes do mundo e suas necessidades, criando cidadãos para o mundo por um futuro sempre melhor.

Antonio Caldas Coni Neto (www.antoniocaldasconineto.com) é Escritor, Consultor em Desenvolvimento Humano, Personal & Professional Coaching, Pós-Graduação em Teoria Junguiana, Formação em Ciência Ayurveda, Formação Acadêmica em Direito.