Filosofando
Paulo Fernando de Castro  Professor, escritor e palestrante; Autor do livro infantil “Em Busca da Chave Mágica”.

Percepções dos sentidos - 19/07/2010
Paulo Castro

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Quando falo de percepções dos sentidos, refiro-me quando percebemos pelos cinco sentidos do ser humano (o olfato, o paladar, o tato, a visão e a audição) o contexto em que os relaciona e os utiliza.

Falar de percepções é dizer que os sentidos são intensificados pela ação da mente, mais precisamente do inconsciente que atua na captação. Inconscientemente percebemos fatos que não são reconhecidos diretamente pelo consciente. Contudo, até mesmo aquilo que passa sem ser percebido, o inconsciente é capaz de percebê-lo atentamente com detalhes, sem deixar escapar nenhuma percepção.

Muitas vezes, por influência da mídia de massa televisiva, o ser humano está acostumado a estimular e a usar apenas uma percepção dos sentidos: a visão, como ocorre na mídia de massa. A TV faz os seus telespectadores apenas verem e, muito mais ou menos, estes usam a audição, pois devido o tempo os apresentadores falam tudo rapidamente e, em poucos segundos, não dá para captar a totalidade da reportagem.

A reportagem acaba sendo veículo de influência para as pessoas que a acham verdadeira, pois fazem uma análise superficial por meio da visão e aceitam o noticiário com sendo sempre veraz.

O filósofo Henrique N. Neto, no seu livro “Filosofia da Educação”, diz o que se entende por percepções: “É o ponto de partida do nosso conhecimento do mundo. Percebendo tudo que está a seu redor (fatos e coisas).

E os estímulos destes fatos e coisas ativam os órgãos dos sentidos. Quando um indivíduo já está ou entra num ambiente qualquer, o que ele sente diante de si constitui uma forma de conhecimento: isto é a percepção.”

O filósofo também diz que a percepção é a primeira fonte de conhecimento: ela nos apresenta os próprios objetos, é uma das espécies cardeais da intuição, aquela que os alemães chamam de intuição doadora original (originar gebende anschauung), sendo que nós a sentimos tão bem que nossa disposição de espírito a seu respeito é o inverso daquela que descreve Spaier e, em vez de criticá-la, apenas procuramos, desde que seja justificada por todos os meios.

Sobre a sensação, ele diz que é um dos fatores de conhecimento. “Sensação: Todos sabem que a sensação é o mais elementar ato psíquico. É ela quem nos põe em contato com o mundo, e sem ela a realidade circundante não existe, manifestando-se de duas formas: pela percepção e pela imagem.”

Como já foi dito por ele mesmo a respeito da percepção, o que falta a saber é sobre a imagem. “Imagem é a captação direta de um objeto pela vista ou por qualquer outro órgão, sensitivas-imagens sonoras, visuais, táteis etc.,as quais são apreendidas pelo sujeito sem a necessidade de abstração (o cego não tem a imagem das cores, como o surdo não tem do som).

São por estas percepções do saber que eu me refiro sobre o saber do juízo, do pensar e do refletir, o que pelos sentidos são revelados ao sujeito por perceber o que faz o indivíduo somático e real de sua existência viva (eu e o mundo).

Relaciono-me com o mundo e comigo mesmo pelas posições que a mente adota das ideias que criei por meio da mente dinâmica, a qual é estimulada pelos sentidos que o corpo capta.

Assim, sempre será melhor direcionar o aluno a ser dono de suas ideias e valores que já carrega, pois desta forma ele se completará daquilo que recebe do exterior para, assim, concluir de forma sensata e de bom grado de um educando para com seus outros colegas, todos juntos com os educadores que fazem a mediação dos processos da percepção.

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