Aprender com as Diferenças
Maria Amélia Vampré Xavier Diretora para Assuntos Internacionais da Federação Nacional das APAEs - FENAPAES em Brasília, Assessora Especial de Comunicação de Inclusion InterAmericana e Assessora da Vice Presidência de Inclusion InterAmericana – Brasil , Relações Internacionais do Instituto APAE e da APAE em São Paulo, atua na Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social do Governo do Estado de São Paulo, na Rede de Informações do COE, no Sorri Brasil e no Instituto Carpe Diem em São Paulo.

Outras razões para crianças com necessidades especiais frequentarem escolas comuns - 25/05/2010
Can you think of other reasons why children with special needs should attend ordinary schools

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Extraído de documento da UNESCO, tirado da Internet, parte de documentos para orientação de professores com o nome: Understanding And Responding To Children´S Needs In Inclusive Classrooms (Comprendendo e respondendo às necessidades de crianças em salas de aula inclusivas).

Traduzido do inglês e digitado em São Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, da Rede de Informações sobre Deficiências e Projeto Futuridade, Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Rebrates, SP, Inclusion InterAmericana e Inclusion International em 13 de setembro, 2009.

Algumas pessoas amigas algumas vezes nos fazem perguntas se somos contra ou a favor da educação inclusiva, considerando que somos integrante da Diretoria Executiva da Federação Nacional das APAEs, já que alguns defensores inflexíveis da inclusão educacional acham que pertencer ao movimento apaeano é ser radicalmente contra a educação inclusiva, o que não é verdadeiro salvo no caso de pessoas muito radicais, que não prestam atenção ao que se passa em redor.

É verdade que existem no movimento apaeano correntes de pensamentos opostos a esse respeito, mas isso é salutar, as pessoas vão lendo, estudando, e frequentemente mudando sua opinião neste ou naquele setor específico.

A verdade é que as escolas das APAEs durante meio século representaram o que mais se adequava a nossas famílias, e vivemos aqueles anos já longínquos, com muito amor no coração e muita vontade de ver nossos filhos se desenvolverem mais e melhor.

Mas o que de importante aconteceu nas escolas das APAEs foi que sempre representaram um lugar a que as famílias, angustiadas e cheias de medo, recorriam para começar a estimular os bebezinhos que nasciam nos excelentes setores de Estimulação Precoce que temos por todo o Brasil.

Nossas famílias, as apaeanas, sempre foram muito pobres, não tinham como têm alguns pais modernos o dinheiro necessário para levar os filhos ao psicólogo, ao terapeuta ocupacional, ao psiquiatra, ao neurologista.

Não ganhavam o suficiente para manter a família: como gastar dinheiro com a criancinha que era mais lenta, parada, sem muita reação, se o essencial era alimentar toda a família?

O que acontece, e muitos professores têm nos relatado isso, quando uma criança com deficiência é matriculada numa escola comum, como deveria mesmo ser se obtivesse a ajuda necessária, se precisar de um psicólogo, um outro profissional para ajudá-la, essa ajuda dada através de serviços públicos variados tem uma demora de um, dois, mais anos. 

Claro que filhos de pessoas de classes abonadas, com o dinheiro pronto para despesas adicionais, podem e têm suas necessidades extras atendidas, são bem encaminhadas a escolas inclusivas nas quais contam com todos os recursos adicionais que precisam obter.

Não é nossa intenção confrontar famílias ricas com famílias pobres; todos nós sabemos, em nossa vida pessoal, que a questão de ter dinheiro é crucial, não havendo fartura dele não há tratamento odontológico, nem tratamento psicológico, muito menos a presença de um Cuidador, bem informado, que acompanhe a criança algumas horas por semana, contribuindo decisivamente para seu progresso como indivíduo..

Portanto, vamos todos caminhando no sentido do progresso, para o que contribuirá e muito a presença de pais e profissionais brasileiros na próxima e grande reunião de Salamanca, sobre educação inclusiva, em outubro 2009. Todos iremos sair ganhando com essa bela iniciativa!

Vamos ler com atenção o que a UNESCO nos diz sobre razões - e dificuldades – para a matrícula de nossos filhos com deficiências na escola boa para todos!

Plena Participação E Igualdade

A principal razão para que seja promovida a frequência de crianças com deficiências em escolas comuns, ou mesmo crianças vindas de ambientes muito desprivilegiados, é aumentar suas oportunidades de aprender através da interação com os outros e para promover sua participação na vida da comunidade.

Muitas vezes estas crianças são excluídas da sociedade. Elas podem estar escondidas em casa se tiverem aparência diferente, em razão de medo e superstição. Ou a pobreza força as família sa viver em favelas da cidade com poucas amenidades.

Frequentemente as necessidades dessas crianças não são reconhecidas e o pensamento geral é que têm pouco que contribuir para a comunidade. Porém, esta exclusão reduz as oportunidades das crianças de aprender, crescer e se desenvolver. Elas estão duplamente em desvantagem!Frequentar a escola local é a principal maneira de garantir que todas as crianças estão incluídas na sociedade.

As crianças não aprendem, simplesmente, só nas escolas. Elas aprendem com suas famílias, através de contato com colegas e amigos, e através da participação em todas as atividades variadas que ocorrem em comunidades. Porém, a frequência à escola ajuda a promover também estas outras formas de aprendizado.

Os professores têm uma responsabilidade específica para garantir que todas as crianças participem integralmente da sociedade e que tenham igualdade de oportunidade em educação.

Através de educação para todos deveria ser possível capacitar todos os seres humanos – incluindo deficientes – a desenvolver seu potencial máximo, contribuir para a sociedade e, acima de tudo, se enriquecer com sua diferença e não serem desvalorizados. No nosso mundo, constituído de diferenças de todos os tipos, não são os deficientes, mas a sociedade como um todo que precisa de educação especial a fim de se tornar uma sociedade genuína para todos.

Federico Mayor é ex-diretor geral da UNESCO.

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