Assaltaram a Gramática
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Vítima ou Vilão? - 13/11/2009
Escritores de nossas próprias histórias

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É natural ter pessoas, numa sociedade, que se colocam como vítimas de alguma situação. É comum ouvirmos pessoas dizendo que são tristes porque o destino o quis assim, são escravas do álcool porque os pais (ou alguém próximo) também o são/eram, que são infelizes no namoro/casamento porque as outras pessoas envolvidas em tal relacionamento os fazem infelizes, e tantas outras situações que pessoas se colocam como vítimas.

Não é apenas com o jovem, mas sim uma tendência identificável em muitos setores da sociedade.

Com o jovem, entretanto, o aconselhável é desmistificar estes pensamentos e conceitos, pois se não o fizermos, erros de gerações poderão ser repetidos e perpetuados por eles, sem nunca demonstrarem qualquer resistência.

É evidente que, como professores e pais, sabemos da importância de um jovem envolver-se apenas com pessoas que possam contribuir positivamente para o seu bem-estar. Contudo, nós sabemos, também, que muitas vezes o jovem aluno é participante de um meio social que não propicia isso e, desta forma, resta-nos dar os contornos necessários para que a vida do jovem não seja caracterizada da mesma forma (muitas vezes negativa) que a de outros.

Uma forma de começarmos a fazer isso, é estabelecermos uma séria reflexão sobre até onde uma pessoa deixa de ser vítima e passa a ser a vilã da história da própria vida.

Para exemplificar, pense numa pessoa que cresce num ambiente inapropriado, em que há pessoas com dependências químicas, sentimentais etc. e passa a andar pelos mesmos caminhos desta maioria. Ela então deixa de ser vítima de uma situação e passa a ser a vilã, pois assume comportamentos negativos que terão consequências desastrosas para o outro e principalmente para ela mesma.

Por meio de estratégias que poderão ter caráter didático e, também, social, o professor poderá fazer com que seus alunos identifiquem-se e assumem-se como autores do livro da vida deles.

Para tal, abaixo há algumas possibilidades para o desenvolvimento deste trabalho.

Observe:

Escreva, no quadro-negro ou em algum outro lugar apropriado, uma história curta conhecida ou não, em que são identificados:

Os protagonistas - Principais personagens do bem, em torno das quais a história se desenrola.

Os antagonistas - Principais personagens do mal, em torno das quais a história se desenrola.

Os coadjuvantes - Personagens que ajudam o protagonista ou antagonista na trama.

Os figurantes - Personagens que apenas dão movimentos à cena.

Autor da história – Aquele que tem o poder de escrever como a história deve ser desenvolvida.

Em meio ao decorrer dessa atividade, lembre a sala de que nós podemos adotar qualquer um destes papéis em nossas vidas. Quem determina o papel que desempenhamos, somos nós mesmos.

Reafirme e reflita junto a seus alunos, que somos nós os autores das nossas histórias e que ninguém mais pode nos vitimar a uma vida de erros, se nós assim não consentirmos.

Assim que esclarecidos esses pontos e feitas as argumentações apropriadas, solicite que eles escrevam algum episódio de suas próprias histórias e identifiquem o papel que desempenharam naquela determinada situação que desejam apresentar por meio da atividade escrita.

Como sugestão para colocar uma “vírgula” neste tema que poderá ser retomado quantas vezes precisar, pergunte se algum deles deseja expor sua história para a sala. Isto poderá sensibilizar a sala a respeito daquele aluno que, consequentemente, terá a chance de se ver amparado, também, por jovens da mesma faixa etária da dele.

Com atividades deste gênero, tenha certeza, professor, que você estará marcando para sempre a vida de seus alunos.

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1 COMENTÁRIOS

1 MARIA ELIZA - MacaéRJ
Artigo nuito interessante. Possibilita amplo debate sobre temas atuais e de interesse dos jovens.
31/03/2010 01:12:27


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