Ensino de Línguas
Andrea Rodrigues de Lima Lanças Coordenadora de Inglês do Projeto Educacional Planeta Educação em Bertioga – SP, pós-graduanda em Gestão Escolar pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras Don Domenico e graduada em Letras Português/Inglês pela mesma faculdade, foi aluna especial na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1995/1996) e fez curso de extensão universitária em Abordagens Comunicativas no Ensino de Línguas pela Unicamp (2004/2005).

Ler para aprender, um compromisso de quem? - 25/06/2008
O desafio em diferentes línguas e disciplinas

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Passamos por um momento social de grandes transformações e como educadores somos cobrados a caminharmos juntos e criar meios de orientar nossos alunos nas diversas opções que se apresentam a cada segundo. Haja fôlego para essa jornada!

A leitura é um desafio, aliás, aprender a ler todas essas informações nos conduz a um desafio que não é mais, a meu ver, e nunca foi papel apenas dos nossos colegas professores de língua portuguesa. É nessa linha que devemos refletir e encontrar formas de quebrar barreiras e ultrapassar fronteiras.

Surgem então, alguns pontos, entre os quais, é interessante dizer que num mundo globalizado, como o atual, temos algumas habilidades que precisamos desenvolver como: aprender a aprender, comunicação oral e habilidade de saber ouvir, pensamento crítico, adaptabilidade, habilidade criativa de resolução de problemas, especialmente frente às barreiras, prontidão para ver coisas a partir de perspectivas diferentes, trabalho em equipe, saber lidar com conflitos, capacidade de liderança, além de competência em leitura, escrita, computação e muita vontade e amor à profissão.

E como aprender dentro desse desafio que a sociedade nos coloca estando em constante mudança? Abbot (1997, p.9) aponta que uma das habilidades que devem ser mais enfatizada é a “... de pensar sobre o próprio pensamento...” ou metacognição. Para o autor, a metacognição é essencial no desenvolvimento de habilidades que são transferíveis e ligadas ao pensamento reflexivo. 

Devemos então, como especialistas, capazes de recuar, para refletir, rever e reavaliar o que se faz de um modo geral e dar oportunidade aos aprendizes de desenvolver naturalmente tal habilidade dentro de seu mundo rico, cheio de incertezas, de colaboração, interação. 

Não podemos mais classificar nossos alunos apenas pela habilidade de memorizar informações, e às vezes analisá-la. Não há mais o mais inteligente, mais capaz, aquele que está na média, ser lento ou inapto.

Assim, onde está o nosso compromisso? Está em primeiro lugar, “que tipo de pessoa queremos formar?” No caso da aprendizagem social e emocional (social and emotional learning) como sugerem autores como Elias (1997) que se tome como ponto de partida a construção de uma atmosfera saudável em sala de aula que promova a auto - estima do aluno “abordando a confiança, competências, chances e cuidados” (Paiva,p.127).

O ler e o escrever em língua estrangeira levam a construção de significados, o que reforça a relevância do ensino de uma segunda língua como instrumento sócio-cultural e não como um fim em si próprio, para que o aluno faça um melhor sentido do seu dia-a-dia na sua cultura de origem ao mesmo tempo em que passa a valorizar, a enxergar positivamente a sua cultura e a cultura do outro (Paiva, p.128).

Seguindo essa linha de raciocínio, ler em uma língua estrangeira deve ser um processo de aprendizagem. Não podemos aplicar um texto para que o aluno simplesmente o traduza (decodificar) e sim proporcionar um “momento dinâmico de desenvolvimento de estratégias de leitura como inferência, autopredição, autoquestionamento” (Paiva, p.128), e cada leitor fará sua interpretação de acordo com o conhecimento prévio sobre o tema abordado.

Assim, precisamos rever nossas condutas em sala de aula, refletir, re (avaliar) nossas práticas à luz de novas tendências teóricas para podermos proporcionar aos nossos alunos momentos de descoberta de si e do outro, do seu mundo e do outro e assim aprendermos a valorizar vivências e as expectativas daqueles que nos cercam.

Blibliografia

ABBOT,John. To be intelligent. Educational Leadership. How children learn.
Alexandria,1997.

ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de - Dimensões Comunicativas no ensino de línguas - Campinas, SP:Pontes Editores, 4ª edição. 2007.

PAIVA, Maria da Graça Gomes. Os desafios (?) do ensinar a ler e escrever em língua estrangeira IN:Ler e escrever: compromisso de todas as áreas/organizado por Iara Conceição Bitencourt Neves, Jussara Vieira Souza, Neiva Ottero Schaffer, Paula Coimbra Guedes e Renita Klusener - 8 ed. - Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.

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1 COMENTÁRIOS

1 Camila León - São José dos Campos SP
Com certeza precisamos repensar nosso papel como professores e nossas práticas em sala de aula, a fim de formar cidadãos críticos, seres pensantes que fazem parte de um mundo globalizado. E não meramente praticar a leitura sem reflexão, como decodificação de palavras soltas, que fazem parte de um texto do tipo X ou Y. O aluno deve ser capaz de selecionar as informações que são importantes para ele, com o objetivo de transformálas em conhecimento. Acredito que o professor tenha um papel fundamental no desenvolvimento deste tipo de cidadão globalizado e reflexivo. Dear Andrea, congratulations for the reflections that this article brought to all of us, teachers, educators. Hope you can contribute with us more often! Cheers!
06/08/2008 09:59:56


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