Universo Escolar
Ana Petronilia Professora

Depoimento - 17/06/2008
Alfabetizar uma Pessoa Especial

'

PREFÁCIO

Pensar o processo ensino-aprendizagem é pensar em uma construção que vai se estabelecendo de forma gradual e progressiva.

É pensar o aluno e o professor como componentes desse processo, abandonando a idéia de duas posições estanques: uma que aprende (posição passiva) e outra que ensina (posição ativa).

Esta forma de conhecer o processo ensino-aprendizagem permite ao professor buscar, gradativamente, quais os conhecimentos que o aluno traz consigo, quais são seus desejos, suas expectativas, seus receios e, assim, utilizar-se de todo esse material para tornar tal processo real e efetivo.

Não acredito que o aluno chegue no ambiente escolar pronto para que o professor encha-o de conteúdos que lhe possibilitem aprender.

Pelo contrário, quando esse aluno vem para a Escola tem vivências de produção de escrita que fazem parte do seu dia-dia.

Segundo Emília Ferreiro (1992), Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos em um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite som.

Sobre minha experiência na alfabetização de aluno portador de Síndrome de Williams, posso afirmar que é mínima, uma vez que contou com apenas uma aluna - Jéssica.

Porém, afirmo que foi um sucesso, por dois motivos:

1- Porque o trabalho foi realizado em conjunto - escola, família (destaca-se a mãe) e demais profissionais envolvidos com o caso - e com a preocupação de se falar e entender a mesma linguagem;

2- Porque eu, como professora acredito na capacidade dos meus alunos.

A partir do que Jéssica trazia dela para a sala de aula (sua forma de ser, suas experiências), eu a observava e pensava minhas intervenções pedagógicas, com a preocupação de possibilitar-lhe, aos poucos, construir e entender a função da linguagem escrita.

Isso não aconteceu num toque de mágica.

Pelo contrário, foi um trabalho árduo, apesar dos meus doze anos de experiência com classe especial (deficiente mental).

Foi uma experiência difícil, mas valeu a pena.

Avaliação deste Artigo: 4 estrelas
COMPARTILHE

DeliciusDelicius     DiggDigg     FacebookFacebook     GoogleGoogle     LinkedInLinkedIn     MySpaceMySpace     TwitterTwitter     Windows LiveWindows Live

AVALIE O ARTIGO





INDIQUE ESTE ARTIGO PARA UM AMIGO










1 COMENTÁRIOS

1 Marcia Morais - Maceió/AL
Amei a matéria, principalmente no item onde você diz: ... Por que eu como professora acredito na capacidade dos meus alunos... Tenho um filho de 4 anos com autismo de alto funcionamento e sinto falta de profissionais assim, que acreditem na capacidade dele. Hoje me sinto angustiada... porque não sei se na escola que meu filho estuda existem outro caso... e as vezes... sinto que falta nesses profissionais... AMOR. Mas para mim também não é interessante comprar briga com a escola. O que eu peço a DEUS é que coloque um bom profissional para poder ajudar o meu anjinho a continuar a sua caminhada. Sds. Márcia Morais Obs: Se puder me enviar algum material que eu possa trabalhar com o meu anjinho, serei muito grata. Ele está no Jardim I e o ano que vem fará a Alfabetização, ele não desenvolveu a oralidade, tem seções com fono, mas se puder me ajudar... Que DEUS sempre abençoe a todas profissionais como você. Muito Obrigada!!!
03/09/2008 10:14:10


ENVIE SEU COMENTÁRIO

Preencha todos os dados abaixo e clique em Enviar comentário.



(seu e-mail não será divulgado)


Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.