Somos Professoras da EMEE Anne Sullivan! - 28/11/2007
Elisete Oliveira Santos Baruel
Somos professoras da EMEE Anne Sullivan, uma escola especial da rede municipal de ensino de São Paulo, onde temos seis escolas para surdos e surdos com múltiplas deficiências.
Ao
lermos a versão preliminar do documento de
política nacional de educação especial
na perspectiva da educação inclusiva, passamos a
refletir sobre alguns pontos.
A inclusão é necessária, mas exige
esforço, tempo, ação,
mudança, diálogo e reflexão.
Inclusão exige cautela, estudo, flexibilidade na postura do educador, possibilidade de inovar e reconhecer-se aprendiz.
Incluir exige uma postura social e política de
comprometimento e cooperação entre as diferentes
esferas sociais.
Não aparece contemplada no documento a cooperação e a definição dos papéis das áreas da saúde, da cultura e da assistência social no importante processo da educação inclusiva.
Este documento é um avanço nas
questões da inclusão frente às
diversidades regionais tão grandes que enfrentamos no
Brasil, mas ao reduzir o atendimento dos surdos somente a uma
possibilidade (atendimento especializado no turno contrário
ao da escolarização) minimizam-se as perspectivas
de seu desenvolvimento e impede-se o exercício de seus
direitos lingüísticos e de sua liberdade de escolha.
Esta restrição das possibilidades de escolha dos
surdos também poderia se caracterizar como
discriminação segundo a
definição dada pela
Convenção da Guatemala (1999) citada no item 22
deste documento, uma vez que tendo os mesmos direitos humanos e
liberdades fundamentais que as demais pessoas o surdo tem o direito de
optar por diferentes tipos de atendimento escolar, inclusive a escola
bilíngüe - Decreto 5626/2005.
Existe uma necessidade real da manutenção das
escolas bilíngües para os alunos surdos para que
ocorra a verdadeira inclusão deles na sociedade, pois
é na escola bilíngüe que se asseguram as
condições necessárias a uma
educação de qualidade: para que o surdo possa se
constituir como sujeito há necessidade da
presença de seus pares lingüísticos no
seu processo de aquisição de língua e
de conhecimento.
A língua de sinais implica na identidade e na cultura desses
indivíduos, e não pode reduzir-se a uma
experiência de linguagem “vocabular”, mas
precisa ser de fato uma experiência comunicativa.
Daí a importância das crianças surdas estarem inseridas nas escolas bilíngües para aquisição e desenvolvimento da Libras.
A língua é compartilhada e, para o surdo,
é a língua que estabelece o quanto se consegue
compartilhar e estar inserido na sociedade e na cultura.
A experiência de vida modificada pela Língua de Sinais, torna-se uma experiência visual de mundo e produz manifestações culturais próprias que ocorrem no contato diário e constante com seus pares lingüísticos.
Por estas razões, na Educação Infantil
e nas séries iniciais, só a presença
do intérprete não garante a inclusão,
pois o aluno ainda não tem suas bases
lingüísticas construídas.
Acreditamos que as escolas bilíngües estão adequadas à política de inclusão na medida em que possibilitam o desenvolvimento lingüístico, cognitivo, crítico e criativo dos alunos surdos e que não são substitutivas da educação regular uma vez que a organização das EMEEs respeita as modalidades de educação infantil e ensino fundamental oferecendo a mesma escolarização da rede regular.
Participamos de todos os programas propostos para as escolas regulares
como: TOF, PIC, Mão na Massa, Formação
de Matemática, Orientação Sexual,
entre outros.
Como resultado do trabalho desenvolvido nas EMEEs , apresentamos nossas produções no livro” Projeto Toda Força ao 1º Ano – Contemplando as especificidades dos alunos surdos” ( www.educacao.prefeitura.sp.gov.br ).
Considerando essas especificidades do aluno surdo ressaltamos a
importância de que o processo de
alfabetização e letramento e
conseqüentemente o ensino da Língua Portuguesa na
modalidade escrita difere em muitos aspectos do aluno ouvinte uma vez
que para o surdo esse processo é
metalingüístico por
comparação e não
auditivo/sonoro.
Isso implica que há diferença na forma de ensinar a Língua Portuguesa para surdos e para ouvintes. A Língua Portuguesa e a Libras são línguas distintas com estruturas próprias e não podem ser usadas simultaneamente ou sobrepostas.
Deve-se considerar que a presença do intérprete não garante o sucesso do surdo no processo de alfabetização e letramento, pois somente a tradução da explicação do professor não é suficiente para que o surdo elabore hipóteses sobre a construção da Língua Portuguesa.
Na bibliografia apresentada no documento não foram citadas
referências aos trabalhos de pesquisa científica,
inclusive os subsidiados pelo governo, realizados nos
últimos 10 anos, na área da
educação de surdos.
O decreto 5626/2005 prevê no artigo 22 a organização de escolas e classes de educação bilíngüe, o que não foi considerado na elaboração deste documento.
A educação especial teve uma
trajetória semelhante à da
educação em geral, considerando-se sempre o que
é melhor para o educando conforme o momento social,
pesquisas e as teorias que fundamentam nosso trabalho.
As escolas de surdos estão trabalhando pela educação inclusiva, mas uma inclusão responsável e criteriosa que traga de fato benefícios e APRENDIZAGEM para TODOS.
Ana
Claudia Fossati Mota
Ana Cristina Camano Passos
Ana Luiza Pedroso de Lima
Ana Maria Reichert Zemann
Flavia Francisca Damascena
1 Mateus - Fortaleza
Estou pesquisando um pouco sobre a aquisição da língua por diferentes métodos de aprendizado para pessoas mais velhas, acima dos 18 anos.
Muitos linguístas dizem que até os 3 anos é possível adquirir uma segunda língua com o status de materna, mas isso é contestado por outros especialistas. De fato, não há um consenso com a idade, mas sabemos que quanto mais novo, mais rápido será o processo de aprendizado da língua por conta da falta de necessidade de estruturas complexas.
Estive pesquisando o método de ensino desse site: http://www.inglesfluenteonline.com.br/ e achei bastante interessante, pois é voltado para pessoas que desejam aprender rapidamente para entrar no mercado de trabalho.
28/08/2013 14:37:16
2 Mateus - Fortaleza
Estou pesquisando um pouco sobre a aquisição da língua por diferentes métodos de aprendizado para pessoas mais velhas, acima dos 18 anos.
Muitos linguístas dizem que até os 3 anos é possível adquirir uma segunda língua com o status de materna, mas isso é contestado por outros especialistas. De fato, não há um consenso com a idade, mas sabemos que quanto mais novo, mais rápido será o processo de aprendizado da língua por conta da falta de necessidade de estruturas complexas.
Estive pesquisando o método de ensino desse site: http://www.inglesfluenteonline.com.br/ e achei bastante interessante, pois é voltado para pessoas que desejam aprender rapidamente para entrar no mercado de trabalho.
28/08/2013 14:34:38
3 Maria Luzinete - São Paulo
Não acredito que essa inclusão venha a favorecer o melhor aprendizado do surdo, concordo com vocês,trabalhei em escola de ensino fundamental e presenciei a dificuldade e constrangimento do aluno e do professor.
Hoje vejo essa criança sempre em sala do reforço como se fosse um aluno com dificuldades de aprender mas sei que se estudasse na EMEBS. seria UM ÓTIMO ALUNO.
03/05/2012 22:56:32
4 irene - são paulo
meu filho faz parte dessa inclusão
ele tem deficienciaautismo
esta dificil por de mais
esta na emei antonio fiqueredo do amaral
em são paulo
barra funda
temos que divulgar mais,pra valer o direito de uma criança
com dificienia.
22/03/2012 16:04:43
5 dilma Reis Silva - São Paulo
Olá,sou enfermeira e estou estudando Librasgostaria de prestar serviço voluntário com intuito de praticar o que aprendo em sala de aula.É possível me ingressar nesta escola?
25/04/2011 23:34:52
6 Maria Conceição - carapicuibasp
Gostaria de saber se vcs aceitam estudante de pedagogia para fazer estágio na educação infantil,estudo libras e tenho grande interesse.
Aguardo retorno.
Att.
17/05/2010 19:12:30
7 Barbara Melo - Osascosp
Gostaria de saber se vcs aceitam estudante de pedagogia para fazer estágio na educação infantil,estudo libras e tenho grande interesse.
Aguardo retorno.
Att.
Barbara Melo
17/05/2010 19:11:27
8 Vera Lúcia Viana da Cunha - Rio de Janeiro
Sou uma estudante de Pedagogia, deficiente auditivauso aparelhos e quero me especializar em alfabetização de surdos. Tenho que fazer uma Pesquisa sobre alunos surdos na alfabetização e estou com dificuldades de encontrar uma escola mesmo pública com aluno incluído para terminar meu trabalho que é para nota do meu período. Gostaria que alguém me indicasse alguma escola nesse gênero sem ser o INES. Muito grata,
Vera Lúcia Viana da Cunha
27/06/2009 10:45:30
9 Gerci de souza filho - rio de janeiro
Prezado senhora
Sou um professor de judô e gostaria de trabalho com sudos já estou estudando libras .
gostaria muito de uma resporta .
muito obrigado
Gerci filho
22/03/2009 17:45:23
10 lina ponce - Rio deJaneiro
Sou professora especializada em surdez, aposentada por instituição federal de educação de surdos no Rio de Janeiro.
É fato que o insucesso na aprendizagem da leitura e da expressão escrita não é exclusivo das pessoas surdas, mas também do ensino regular do país como mostram os jornais que não se cansam de expor o baixo nível das redações dos candidatos ao vestibular. Estes resultados incentivou, em 1998/1999, a equipe de língua portuguesa a iniciar uma pesquisa para elaboração de metodologia para o ensino de surdos intitulada: ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO SEGUNDA LÍNGUA, TENDO COMO LÍNGUA DE INSTRUÇÃO, A LIBRAS. Lamentavelmente, a pesquisa teve vida curta naquela instituição, mesmo tendo pontos positivos detectados como: A participação dos alunos, notória devido ao entusiasmo por entender o que se estava ensinando, a descoberta da função da escrita, mostrada em salas de aula e demais lugares onde recados eram deixados por eles, para amigos, namorados as, professores, etc.. Em trinta anos de profissão nunca tinha visto isto! Foi uma transformação total, presenciada por todos os envolvidos no processo. Do nada, o sonho realmente, acabou tanto para os alunos quanto para a equipe da qual fui orientadora pedagógica. Muito triste. É assim que me sinto e acredito,os cincos professores que batalharam para o sucesso da aprendizagem, também.
Hoje, tenho dúvidas se há realmente interesse em relação a qualidade de ensino, não só para ouvintes como para pessoas surdas. É notório sim, o olhar desatento pela real educação, principalmente, do surdo. Incluir o surdo é anular a sua identidade, é desconhecer que por ser diferente, necessita de ensino diferente para que não se comprometa o seu processo escolar. Atualmente, faço consultoria em escolas de surdos tentando minimizar o sofrimento deles tentando fotografar palavras para enfrentar uma prova, PRODUTO FINAL QUE NA PROVA. Urge que se entenda a necessidade de respeito pela diferença e que a tentativa de ouvintizar o surdo pertence ao passado.
Que se esqueça o passado! Lina Ponce.
11/02/2009 22:21:26
11 Doreni Ricartes Guimarães Tasso - Campo Grande MS
Concordo com vocês.Também só professora em uma escola especial para Surdos em Campo Grande, MS e muito nos preocupa a inclusão. Sou arteeducadora, especialista em educação inclusiva e percebo um olhar desatento pela real educação do educando Surdo. É cristalino esse posicionamento quando ouvimos que a escola especial para Surdos pode ter seu fim. São conquista que tornaram o educação de Surdos com mais qualidade. É através da LIBRAS que eles conseguem ter uma boa compreensão como isso pode acontecer sem o convívio e a aquisição da LIBRAS. Um abraço.
20/08/2008 00:18:52
Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.