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Mudanças na educação ganham fôlego com a nova Base Nacional Comum Curricular - 12/04/2017 17:15:10

Mudanças na educação ganham fôlego com a nova Base Nacional Comum Curricular

O Ministério da Educação (MEC) acaba de divulgar a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O objetivo é garantir a equidade nas etapas de ensino em escolas públicas e particulares de todo o país. Para a educadora Daniela Cassiano, gerente de operações da Planneta e pós-graduada em gestão escolar, dois pontos merecem destaque: a antecipação do terceiro para o segundo ano do Ensino Fundamental da conclusão do processo de alfabetização das crianças; e a utilização de tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem de uma forma crítica, reflexiva e ética. Segundo ela, são mudanças importantes, que vêm ao encontro das necessidades de adequação da educação à realidade do século 21, uma era digital e tecnológica na qual as crianças estão inseridas. Daniela Cassiano alerta, no entanto, que a parte mais difícil vem agora, depois do anúncio do novo parâmetro curricular, que é saber como tirar do papel as mudanças exigidas. Caberá a cada gestor escolar reunir seus professores para discutir a fundo o que precisa ser feito para transformar o modo de educar a fim de que sejam colocadas em prática, dentro da sala de aula, o que determina o documento.

Sobre a alfabetização mais cedo das crianças, por exemplo, Daniela Cassiano lista a necessidade de capacitação dos professores para esse novo tempo, bem como o auxílio fundamental de recursos pedagógicos: “Sim, é possível alfabetizar os alunos até o final do 2º ano do Ensino Fundamental. No entanto, é importante garantir algumas condições mínimas para que isso ocorra. Entre essas condições, é imprescindível destacar os programas de formação dos professores para fortalecer as estratégias de ensino e aprendizagem que devem iniciar mais cedo, já na fase da educação infantil. Além disso, é preciso garantir recursos didáticos, como livros de literatura infantil, pois precisamos de bons modelos para formar bons leitores que, consequentemente, sejam capazes de produzir bons textos. Outro recurso importante é o alfabeto móvel, pois por meio desse recurso os alunos levantam hipóteses e avançam no processo de alfabetização”.

Já no que diz respeito ao uso da tecnologia de forma crítica e reflexiva, Daniela Cassiano destaca que a nova Base Curricular reflete os anseios da própria comunidade escolar por mudanças no padrão atual de educação e lembra que muitas escolas públicas do país já implementam programas de informática educacional que complementam o ensino das disciplinas, por meio de softwares, vídeos e outros recursos que tornam o aprendizado mais prazeroso e instigante para as crianças. Escolas de diversos municípios do interior de São Paulo, por exemplo, onde a Planneta atua, já contam também com programas permanentes de capacitação de professores, de forma a orientá-los sobre essa interação tecnologia-educação e sobre como podem tornar suas aulas mais atraentes. A educadora destaca a necessidade cada vez mais urgente da participação do aluno no processo educacional, a fim de torná-lo um agente importante de seu próprio aprendizado.

“Para que isso ocorra, um dos caminhos é fomentar a produção de conteúdos pelo próprio aluno. Atualmente tem-se falado muito a respeito da cultura maker, o que abre espaço para que o aluno coloque a mão na massa e valorize a criação, ou seja, que ele não veja a escola como um espaço improdutivo e insignificante. Ao colocar a mão na massa, o aluno passa a desenvolver diversas habilidades, entre elas o trabalho em equipe; a criatividade; a colaboração; o empreendedorismo e a liderança, habilidades que são essenciais no século 21. A partir disso, passa a compartilhar suas produções por meio das tecnologias digitais de comunicação e informação. Para isso, também será necessário um olhar diferenciado do professor, que deve propor projetos e oficinas nas quais os alunos possam reinventar-se, além de incentivar e orientar os alunos a produzirem conteúdos de forma crítica, significativa, reflexiva e ética”, conclui a educadora.