Ano novo chinês é festejado sob signo da cabra, ovelha ou carneiro.
Mais de um bilhão de pessoas celebram nesta quinta-feira (19) a chegada do ano novo lunar. O início do ano 4713 do calendário chinês é lembrando em diversos países asiáticos. A data é o mais importante evento para a China. Os festejos se estendem por 15 dias e provocam um dos maiores deslocamentos humanos do mundo. Mas há polêmica sobre o signo do zodíaco chinês que rege o ano que está começando: cabra, carneiro ou ovelha?
O animal que rege o ano novo, em acordo com zodíaco chinês, é um tema que tem ocupado a mídia chinesa e até agora não há consenso. Nas ruas, enfeites ilustram tanto a cabra, como o carneiro e a ovelha.
A especialista em astrologia chinesa Jupiter Lai, entrevistada pela RFI, em Hong Kong, explica que em mandarim o ideograma “Yang” pode ser traduzido por cabra, carneiro ou ovelha e nenhum está errado.
Apesar da maior parte dos linguistas defenderem a cabra, ela prefere usar o termo ovelha, pois acredita que o animal é o que melhor define as características desse signo no zodíaco chinês, que é composto ao todo por doze animais. Ela afirma que também não há diferença em relação ao sexo do bicho e pouco importa se é macho ou fêmea. A ovelha é associada à paz, ternura, criatividade e a tudo que é belo e dócil.
Mas como a madeira é o elemento que acompanha o signo, a astróloga alerta que esse fator pode abalar a passividade e gerar conflitos e choques na sociedade. O animal não parece agradar aos pais e mães chineses, que preferem que seus filhos nasçam sob um signo que inspire força e liderança.
Médicos aqui do território chinês falam em um aumento de 20% no número de cesárias na semana que antecedeu a mudança de ano, para evitar o novo signo.
Festejos
As celebrações do ano novo lunar acontecem não só na China, mas também em vários países do Sudeste Asiático, como: Macau, Taiwan, Myanmar, Vietnam, Malásia, Brunei, Singapura, Indonésia e Filipinas. Além disso, a data é festejada em outras nações com importantes comunidades chinesas.
Na noite desta quinta-feira (19), acontece em Hong Kong a “Night Parede”, desfile tradicional, que atrai milhares de pessoas. Nesses primeiros dias, é comum ver danças do dragão e do leão em escritórios e comércios, para garantir sorte no novo ano. É também nesse momento, que cresce a frequentação dos templos budistas e taoistas. No feriado, os chineses vão ainda visitar parentes e distribuir os “Lai-si” envelopes vermelhos com dinheiro, que é dado principalmente aos jovens solteiros.
Na sexta-feira (20) em Hong Kong, será a vez dos fogos de artifícios no porto Vitória. Na noite de 31 de dezembro foram cerca de 15 minutos de show pirotécnico, mas para o ano novo chinês o céu será iluminado por meia hora.
As tradições que envolvem essa data são muitas e as superstições e simbolismos são incontáveis. As cidades ganham vida com flores por toda parte, entradas e janelas de prédios, casas e escritórios são enfeitadas com os “Tao Fu”, papéis vermelhos e dourados com dizeres de boa sorte, fortuna e prosperidade. Já na noite da virada do ano lunar, os chineses fazem um grande jantar com a família.
Impactos no dia-a-dia
Em 2015, China e Brasil tem uma coisa em comum, o ano de verdade só começa depois da quarta-feira de cinzas. Assim como o carnaval, o início do ano lunar muda todos os anos e após cálculos complexos cai sempre entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Os festejos duram quinze dias.
Na China continental, é feriado até o dia 24 de fevereiro. Essa é a principal pausa do ano para milhões de pessoas, que saem principalmente de Pequim, Xangai e Shenzhen, cidades com maior número de trabalhadores migrantes, tendo o interior do país como destino. O começo do novo ano também é conhecido como “Festival da Primavera” e é comemorado em família.
A capital chinesa amanheceu ontem quase irreconhecível, com espaço sobrando no metrô, vias sem engarrafamento e até céu azul. Durante um período de 40 dias, que se encerra em 15 de março, os transporte ficam sobrecarregados com o fenômeno de “volta para casa”, conhecido como “Chunyun” em chinês. Ele representa a maior migração humana anual do mundo. São esperados 3,7 bilhões de viagens nesse período.
Fonte: EBC
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