Estudar a integração de novas tecnologias ao currículo educacional é o que faz a pesquisadora e professora do setor de educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Nuria Pons Vilardell Camas. Desde 2000, ela se dedica ao estudo e impacto da cultura digital na educação e constata que o mundo no qual vivemos é praticamente digital e que, portanto, a tecnologia faz parte do dia a dia.
Segundo a professora, independentemente da tecnologia, é importante entender, criar e dar vazão a uma nova escola, que vislumbre o currículo como o caminho a ser construído para e pelos aprendizes.
“O melhor resultado não virá pela tecnologia, mas pela compreensão do que se espera da educação”, avalia. “A tecnologia é parte, não é o todo", completa.
Segundo a professora, por novas tecnologias entende-se a convergência de tecnologias e mídias para um único dispositivo, que pode ser o notebook, o celular, o tablet, a lousa digital, o robô e quaisquer outras que surjam. Para o uso educacional, interessa particularmente a produção colaborativa de conhecimento, em que alunos e professores juntos também sejam coautores.
“O importante, independentemente da tecnologia, é entender, criar e dar vazão a uma nova escola, que vislumbre o currículo como o caminho a ser construído para e pelos aprendizes, incluindo alunos, professores, gestores e familiares”, afirmou.
Usar tecnologias em sala de aula, na escola, em casa e nas ruas faz parte da rotina de muitos estudantes. Segundo a professora, as novas tecnologias devem fazer parte do cotidiano escolar como é o livro, o quadro negro e o giz.
“É necessário oferecer condições para promoção da educação de nosso tempo, que deve estar integrada ao local em que estivermos”, ressalta.
Um dos maiores enfrentamentos na formação de futuros professores é integrar as tecnologias à educação, principalmente unindo os conhecimentos técnico-pedagógicos de forma interdisciplinar.
“Basta olhar os projetos político-pedagógicos das licenciaturas e das pedagogias. Para alguns, esse uso [das novas tecnologias] é voltado à parte técnica — ligar, desligar, usar um software ou aplicativo. Entretanto, não será somente isso que o professor enfrentará na escola. E é no enfrentar, entendido como prática, que se deve pensar. E em preparar o professor”, afirma a professora.
Embora as tecnologias tenham um papel importante no ensino-aprendizagem, “sempre será necessário um professor para dar conhecimento científico aos alunos, propiciar aos alunos a mediação do conhecimento”, ressalta.
Além disso, um dos papéis importantes do docente é o de auxiliar o aluno e capacitá-lo para incluí-lo na cultura digital. “A união das possibilidades com o uso da web 2.0 — escrita, leitura, partilha, imagem e som em uma única página navegável, colaboração — pode ser feita por todos que tenham acesso à rede de computadores”, completa.
Dessa forma, a mediação pedagógica se faz necessária para que o aluno saia da sala de aula com plena capacidade de usufruir das possibilidades que o universo digital oferece.
Fonte:
EBC
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