Estimular o ensino através de atividades que envolvam conhecimento sobre o folclore brasileiro e a cultura popular é uma prática pedagógica presente em algumas escolas públicas do país.
Na Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade, em Presidente Médici (RO), atividades lúdicas, que trabalhem a criatividade e ativem a imaginação dos alunos são utilizadas com objetivo de compreender a história do País e o contexto social.
Dessa forma, os alunos se identificam com os personagens apresentados e se sentem parte daquela realidade. É o que chamamos de “imaginário social” ou “comunidade imaginária”, presentes na cultura de um povo. Esses termos tratam da forma como as histórias são contadas, ou seja, como elas são imaginadas. Ao unir passado e presente, esses discursos são rapidamente transmitidos para as gerações futuras.
O mesmo acontece na Escola Municipal de Educação Fundamental Quintino Rizzieri, em Içara, e nas diversas escolas de Cocal do Sul, municípios catarinenses. Trabalhos sobre folclore apresentam a diversidade do País, que contribui para que os estudantes saibam conviver e respeitar as diferenças.
Professora na Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade, em Presidente Médici (RO), Lucimara Lopes França considera importante que o folclore seja um tema trabalhado com os estudantes durante todo o ano letivo.
Para a educadora, que está há 19 anos no magistério, o folclore é um dos principais fatores para a identificação de um povo. “Quando os estudantes são convidados a conhecer um pouco mais da história do seu país por meio do folclore têm a oportunidade de compreender o povo e, assim, fazer parte de sua história”, analisa.
Segundo a professora, lendas, cantigas, ditados populares e trava-línguas são algumas das formas usadas por povos antigos para compreender o mundo. "Eles usavam a imaginação para resolver os mistérios da natureza e entender as dificuldades da vida e seus próprios temores", diz.
Pedagoga, com pós-graduação em psicopedagogia institucional e especialização em mídias na educação, Lucimara foi uma das vencedoras da edição de 2012 do Prêmio Professores do Brasil, com o projeto Gêneros Textuais: Manifestações da Cultura Popular, dentro do tema Folclore Brasileiro. O projeto foi desenvolvido em uma turma do segundo ano do ensino fundamental, composta por 22 alunos de 7 a 9 anos de idade.
Ao elaborar o projeto, Lucimara buscou valorizar a linguagem oral e escrita da cultura popular, com o uso de diferentes formas de mídia. Os alunos tiveram a oportunidade de ler sobre mitos e lendas e conhecer personagens como Saci-Pererê, Mula-sem-Cabeça, Curupira, Iara, Boitatá e Negrinho do Pastoreio. Também aprenderam sobre danças e brincadeiras folclóricas.
Na Escola Municipal de Educação Fundamental Quintino Rizzieri, em Içara, sul de Santa Catarina, trabalhos sobre folclore são rotineiros para os mais de 800 alunos. A diretora da instituição, Jaqueline dos Santos, considera o folclore importante para resgatar a cultura do povo e excelente meio de transmissão de conhecimento.
Em 2013, ano em que Içara foi sede da 20ª edição da Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina (Açor), os professores desenvolveram temas ligados a essa cultura, como o folguedo do Boi de Mamão, a Festa do Divino Espírito Santo, artesanatos, lendas e brincadeiras infantis.
Uma das atividades foi a realização de evento que incluiu palestra da escritora local Iêde Cardoso dos Santos sobre o livro O Bicho-Papão Não é Mais Aquele. “Várias apresentações marcaram o dia em homenagem à escritora, valorizando a cultura de um povo passada de geração em geração”, ressalta Jaqueline, que tem graduação em educação física e pós-graduação em atividade física e saúde.
O tema folclore desperta a atenção das crianças e contagia a turma. Os estudantes entram em contato com a cultura, pesquisam, reúnem informações presentes em seu cotidiano e aprofundam os conhecimentos referentes a elementos históricos.
No pequeno município catarinense de Cocal do Sul, eventos promovidos pelas escolas em épocas de festas juninas e julinas e na Semana do Folclore, em agosto, são aguardados com ansiedade pela comunidade. “As crianças gostam das festividades e impulsionam os pais para que participem”, analisa o professor Rodrigo Cardoso, que leciona em três escolas do município.
Professor de artes no Colégio Cocal e de musicalização nas escolas municipais de ensino fundamental Cristo Rei e Demétrio Bettiol, Rodrigo trabalha com diversos temas, mas o que mais o emociona é o Boi de Mamão, manifestação folclórica típica de Santa Catarina, que envolve dança e cantoria. Ele coordena o grupo do Boi na escola Demétrio Bettiol. Além de cuidar da parte musical, ajuda na confecção dos personagens.
Toda a escola, porém, é mobilizada a ajudar na parte de figurinos e manutenção. Os estudantes participam da cantoria, tocam instrumentos, pintam os bichos e ajudam na costura, colagem e acabamentos.
Para as apresentações, têm prioridade os alunos das turmas do nono ano, por serem maiores. “Há mais facilidade, se houver necessidade de participação em turno diferente”, explica. O grupo é convidado, com frequência, a fazer apresentações em outras escolas e instituições e já se apresentou em municípios vizinhos.
Fonte:
EBC
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