Tentar prever as transformações da sociedade e quais mudanças vão de fato entrar no cotidiano das pessoas não é tarefa fácil. Mas, ainda assim, tem quem se arrisque. Durante a conferencia anual do TED, organização sem fins lucrativos que tem a missão de disseminar boas ideias, não é raro um palestrante compartilhar suas expectativas e pensamentos sobre o que poderá surgir no futuro.
A conferência completou 30 anos neste ano e fez um vídeo reunindo algumas das previsões mais marcantes dessa trajetória. É possível encontrar desde pensamentos tecnológicos pioneiros até ideias que jamais saíram da fase de testes. Veja o vídeo, em inglês:
Depois de compilarem essas previsões, o TED lançou o desafio para os palestrantes deste ano da conferência "O que irá nos surpreender nos próximos 30 anos?": O que poderá mudar radicalmente a sociedade e a vida das pessoas? Entre os que responderam ao questionamento estão Nicholas Negroponte, fundadores do Midia Lab, do MIT (Massachusetts Institute of Technology); Karen Wickre, diretora editorial do Twitter; e Gregory Miller, ex-diretor do Google.org, braço social da empresa que apoia pessoas, ONGs e escolas a resolverem problemas contemporâneos com o uso de tecnologia.
Das dezenas de respostas coletadas pelo TED, o site Porvir selecionou algumas com clara relação com os temas abordados aqui. Confira:
“Minha previsão é que vamos ingerir informações. Você vai engolir uma pílula e vai saber inglês. Você vai engolir uma pílula e saber Shakespeare. A maneira de viabilizar isso vai ser através da corrente sanguínea; uma vez que está em sua corrente sanguínea, a informação basicamente passa pelo sangue e entra no cérebro. E quando entra no cérebro, essa informação vai se instalar nos lugares certos.”
Nicholas Negroponte, fundador do Midia Lab, do MIT
“Teremos a oportunidade de ter um chip implantado em nós, que será um sensor. Ele coletará dados de nossa saúde para a detecção precoce de doenças, mostrará nossa localização para aqueles que desejarmos e fornecerá todos os tipos de dados em tempo real. Isso vai começar devagar, com alguns pioneiros, e com o tempo vai ganhar aceitação geral.”
Gregory Miller, um dos fundadores da Space Bar e ex-diretor do Google.org
“Ao longo dos próximos 30 anos, vamos cada vez mais integrar a tecnologia aos nossos corpos para fins recreativos e informativos. Um adolescente em 2044 vai se maravilhar com o quanto nosso corpo estava livre de tecnologia em 2014.”
Ravin Agrawal, diretor da Corellian Capital
“Se os últimos 30 anos foram sobre a internet, os próximos 30, na minha opinião, vão ser sobre testar os limites do corpo humano infuso com a tecnologia.
Até onde podemos ir? O que acontece conosco fisicamente quando chegarmos a Marte? Podemos transformar a nossa forma de aprender? Haverá uma necessidade de passar 20 anos estudando, quando todo o conhecimento está imediatamente disponível para todos? E se ser é saber, como, então, podemos aplicar o que sabemos? Será que nossos filhos vão ter uma chance de viver para sempre? Como é que vamos nos relacionar com computadores, assim que eles ganharem consciência?”
Kelo Kubu, diretor executivo do Gamatong
“De cinco a dez anos a partir de agora, os mecanismos de busca serão baseados não só na procura de combinações de palavras e links, mas na verdade farão a leitura para a compreensão das bilhões de páginas que existem na web e em livros. Assim, você estará andando e o Google irá aparecer e dizer: ‘Maria, você me expressou a preocupação há um mês de que o seu suplemento de glutationa não estava ultrapassando sua barreira hematoencefálica. Bem, uma nova pesquisa divulgada 13 segundos atrás mostra uma abordagem totalmente nova para absorver glutationa. Deixe-me resumir isso para você’. Daqui a 20 anos, vamos ter nanobots – outra tendência exponencial é o encolhimento da tecnologia – que entram em nosso cérebro através dos vasos capilares e, basicamente, ligam o nosso neocórtex sintético à nuvem, oferecendo uma extensão de nosso neocórtex. Hoje você já tem um computador em seu telefone, mas, se precisar de 10 mil computadores por alguns segundos para fazer uma pesquisa complexa, você pode acessar esses aparelhos em um ou dois segundos na nuvem. Nos anos 2030, vamos poder nos conectar diretamente com a nuvem pelo nosso cérebro. O nosso raciocínio será um híbrido de pensamento biológico e não biológico.”
Ray Kurzweil, inventor, futurista e diretor da KurzweilAI
“Estou tão surpresa com os últimos 30 anos que é difícil imaginar o que poderia me surpreender nos próximos 30. O que deve acontecer é que toda a riqueza de recursos tecnológicos vai evoluir e se estender a lugares que hoje mal têm conexão de internet. Eu sou otimista sobre banda larga através da rede elétrica e por balão. Acho que o que realmente vai me surpreender é se nós humanos nos preocuparmos coletivamente em difundir a tecnologia e torná-la útil para todos, em todo o mundo, de acordo com as necessidades e desejos de cada um.
Eu amo o que o acesso à tecnologia pode fazer. Só gostaria que ela fosse distribuída uniformemente.”
Karen Wickre, diretora editorial do Twitter
“Acho que o que vai nos surpreender nos próximos 30 anos vai ser ver a maturação e as contribuições da Geração Z, a primeira geração a crescer com amplo acesso à tecnologia avançada, desde o seu nascimento. Eu tenho visto as crianças navegarem com sucesso em um computador ou tablet mesmo antes de conseguir formar frases completas. Acho que esse tipo de exposição a supercomputadores, tablets, smartphones e mídias sociais desde a infância faz com que seus cérebros se desenvolvam de uma maneira diferente. E conforme essa geração envelhecer, vão começar a ocupar lugares de liderança em toda a sociedade pelos próximos 30 anos”
Ryan Coogler, cineasta
Fonte:
Porvir/TED blog
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