Um garoto da Bahia compartilha uma receita de Acarajé com um gaúcho que toma chimarrão. O estudante de uma comunidade ribeirinha da Amazônia assiste a vídeos com depoimentos de paulistas. Em Pernambuco, alunos leem artigos sobre mobilidade urbana e o uso da bicicleta no Paraná. Todas as trocas acontecem pela internet com a mediação de um professor. Essa é a ideia do Programa Aprender em Rede, uma iniciativa educacional do Instituto Crescer que irá promover o intercâmbio de experiências regionais e culturais entre alunos de escolas públicas e privadas. As inscrições para participar do projeto estarão abertas até o dia 31 de março.
A proposta surgiu a partir da necessidade de utilizar a inovação e a tecnologia para auxiliar no processo de aprendizado. Com a autorização da escola e dos responsáveis pelos alunos, professores de todo o país podem se inscrever no programa e assumir a tarefa de acompanhar os estudantes no desenvolvimento de um projeto que represente a realidade local de cada um deles. Durante dez semanas, os alunos irão organizar equipes, fazer pesquisas e escolher uma forma para compartilhar o conhecimento adquirido. As formas de compartilhamento variam: pode ser um livro, um vídeo, um álbum fotográfico ou até mesmo um artigo. No final, os professores compartilham os trabalhos dos seus alunos em uma comunidade do Aprender em Rede criada no Facebook.
“O legal é que o professor deixe o aluno livre para escolher a forma com ele quer disseminar o conhecimento. A gente valoriza que o projeto tenha a voz e a vida dos alunos”, explicou Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer e especialista em tecnologias aplicadas à educação. Segundo ela, isso possibilita o desenvolvimento de uma educação personalizada que desenvolve a autonomia dos estudantes e utiliza ferramentas tecnológicas para colocar ele em contato com outras culturas. “É muito mais interessante para o aluno poder assistir um vídeo de pessoas falando sobre o Amazonas do que ter a obrigação de decorar uma série de informações.”
O Aprender em Rede irá trabalhar com alunos do ensino fundamental até o médio. Cada etapa terá um tema que foi pensado para desenvolver habilidades e conhecimentos necessários para as respectivas faixas etárias. No fundamental 1, os alunos irão treinar conceitos como fração e princípios da alimentação saudável a partir da troca e do preparo de receitas regionais. Os alunos do fundamental 2 serão convidados a registrar o lugar em que vivem com apoio de câmeras digitais, filmadoras e aparelhos celulares. Para os estudantes do ensino médio, a atividade proposta é pesquisar sobre o uso da bicicleta na sua cidade, podendo escrever conteúdos que auxiliem na mobilidade. “Pensamos em trabalhar com eles a questão da cidadania e como eles podem colaborar com a própria comunidade”, diz Luciana.
Entre a quinta e a sexta semana do projeto, os professores devem selecionar trabalhos produzidos por alunos de outras escolas que foram compartilhados na comunidade do Facebook. Eles apresentam os conteúdos para os seus alunos e escolhem como irão utilizar em sala de aula. Feito isso, os estudantes analisam os trabalhos produzidos por colegas de outras partes do país e os resultados dessa avaliação também são compartilhados na comunidade.
Para a diretora do Instituto Crescer, o projeto do Aprender em Rede mostra que é possível inserir a tecnologia no ensino de forma acessível, seja com o Facebook ou com os próprios aparelhos celulares dos estudantes. “O tempo inteiro a gente fala sobre inovação, mas não vê isso acontecer na prática. Com esse projeto a gente quis pensar em uma forma de utilizar os recursos que a escola e os alunos já possuem.”
Inscrições: entre os dias 5 e 31 de março de 2014
Link: http://blogaprenderemrede.wordpress.com/inscricao/
Mais informações: aprenderemrede@institutocrescer.org.br
Fonte:
Porvir
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