Criar um novo modelo de instituição de ensino, on-line, acessível, multidisciplinar e engajado. Isso é o que Marcos Fisbhen, fundador do site Descomplica, planeja para o futuro de seu negócio. Com 3,5 milhões de usuários só em 2013, seus sonhos estão ficando mais próximos da realidade. No final do ano passado, a startup de videoaulas que prepara alunos para o Enem, recebeu aproximadamente U$ 5 milhões de fundos internacionais em sua segunda rodada de investimentos – valor divulgado na última semana.
O dinheiro vai ser usado em três diferentes frentes: na ampliação e aprofundamento do conteúdo do acervo virtual, na contratação de profissionais mais experientes e na construção de conteúdos multi-telas (conteúdos que funcionam para visualização em qualquer dispositivo). “Nosso objetivo é levar aulas de qualidade a todos os estudantes independentemente de sua renda ou classe, é deixar esse conteúdo acessível a todos que quiserem aprender. Investimos em materiais diferenciados que o aluno não encontra em nenhum outro lugar, nem na escola, nem em outro site”, conta Fisbhen.
Hoje o Descomplica possui mais de seis mil videoaulas e a meta é chegar a 10 mil até o final do ano, focando em temas do ensino médio. Ano passado, o site lançou a série “Descomplica na Estrada”, que filmou aulas em todos os biomas brasileiros, como Pantanal e caatinga – a última, sobre a Amazônia, vai ser gravada ainda este mês – e este ano vai tomar proporções internacionais. “Vamos levar os professores para Londres e Paris para falar das revoluções europeias, por exemplo. A contextualização do conteúdo não só motiva mais o aluno como deixa a matéria mais dinâmica e fácil de ser aprendida, é muito eficiente”, afirma Fisbhen que explica que sempre viajam juntos professores de diferentes áreas, para incentivar a interdisciplinaridade dos estudos.
Outro passo importante é em relação a ampliação da equipe. O Descomplica vai aumentar o quadro de professores e de engenheiros. “Vamos montar um time mais sênior e qualificado, tanto em termos de tecnologia quanto pedagógicos, para aprofundar os conteúdos.”
O investimento também vai ser direcionado para o desenvolvimento de conteúdo multi-telas, para tablets e celulares. Além da vantagem mais óbvia, a da praticidade, pois o aluno pode acessar o material de qualquer lugar que preferir, a preocupação de Fisbhen é em relação a distribuição e acessibilidade. “Desse modo, vamos ter conteúdos mais leves em todos os sentidos. Tanto em tamanho, pois vai ser menor e mais direto ao ponto, e também em peso, pois vai ser mais fácil de assistir mesmo com uma banda larga ou plano de dados menor. O conteúdo vai chegar mesmo para o aluno que não tem a melhor internet.”
Em sua primeira rodada de arrecadação, em 2012, a empresa recebeu U$ 2 milhões de investidores, entre eles a Social+Capital Partnership, um dos principais fundos do Vale do Silício focado em educação e saúde. Nessa nova rodada, os investidores iniciais injetaram mais dinheiro. Além disso, o Descomplica também está sendo financiado por um grupo de investidores-anjo por meio do Angel List, um site de relacionamentos entre startups e investidores. É a primeira vez que o modelo é aplicado em uma empresa fora dos Estados Unidos.
Sobre o futuro, Fisbhen é direto. “Não vislumbramos mudanças. Entregamos conteúdos de qualidade diretamente para o aluno e isso não vai mudar. Estamos construindo um método de ensino on-line de uma maneira inovadora e acessível a todos.”
Fonte:
Porvir
# 11 dicas para orientar o trabalho de pesquisa dos alunos utilizando a Internet
# Plataforma luta contra o diploma tradicional
# Veja outras notícias do Planeta Educação