O Google anunciou nesta quinta-feira, 21, o lançamento do seu novo canal de educação em português, o YouTube Edu. Nessa novo espaço educativo, o usuário brasileiro tem acesso a cerca de 8 mil videoaulas de professores com conteúdos voltados ao ensino médio. São vídeos de biologia, física, português, matemática e química que já estavam disponíveis no YouTube mas que agora foram selecionados por uma curadoria de especialistas coordenada pela Fundação Lemman, parceira da iniciativa. A previsão é que a partir de 2014, o canal contemple conteúdos de outras matérias e também de outros níveis de ensino, como o fundamental e também o ensino superior. O portal está inclusive com uma chamada aberta para que outros professores e canais compartilhem seus conteúdos para que possam ser avaliados pela equipe de curadores.
Com o lançamento do canal, o Brasil se torna o segundo país a receber o projeto de um portal exclusivo de educação dentro do ambiente do YouTube. Os Estados Unidos ganhou uma página com conteúdos avalizados por instituições de ensino em 2009. Assim, se antes o usuário brasileiro que buscava por conteúdo de educação no YouTube era direcionado a uma página que aglutinava uma série de vídeos sobre o assunto, agora ele contará com um novo ambiente com conteúdos mais seletivos e de qualidade atestada por especialistas da área (mais informações abaixo). Dessa forma, alunos, professores e até mesmo empreendedores que trabalham com plataformas educativas terão uma curadoria pronta para aulas em casa ou em sala de aula.
“Não nos preocupamos com formato. Pode ser uma aula divertida, gamificada, com lousa ou com o professor tocando violão. A ideia não era essa, pelo contrário. O melhor formato e como gosta de aprender é um critério pessoal de cada aluno ou usuário. Nos preocupamos principalmente com o fato dos conteúdos estarem corretos e organizados”, explica Denis Mizne, diretor da Fundação Lemann.
O YouTube Edu dividiu os vídeos selecionados não apenas por matérias (biologia, física, português, matemática e química), mas também por assuntos. Assim, o usuário pode selecionar os temas das disciplinas que mais interessam. Por enquanto, são cerca de cinco temas por cada matéria. Assim, quem estiver interessado em aprender mais sobre biologia, pode selecionar videoaulas sobre genética, saúde, ecologia, seres vivos ou evolução da vida.
E os usuários que já assistiam às videoaulas presentes no YouTube não vão se surpreender com os vídeos selecionados nessa primeira etapa. Os instrutores que guiam os vídeos são figuras conhecidas no meio virtual pelos estudantes. Paulo Jubilut, do canal Biologia Total e Cesár Medeiras, ou simplesmente Nerckie – como é apelidado na rede – , são alguns dos professores mais populares da web que tiveram vídeos selecionados para participar no YouTube Edu. Além disso, nessa primeira fase, também foram selecionados conteúdos de canais e plataformas como a Aula Livre, o Descomplica e o Khan Academy.
“Acho que essa concentração de aulas de qualidade vai ser importante para os professores que fazem seus vídeos que terão mais visibilidade assim como para os alunos que vão ter mais opções reunidas e podem escolher como aprender”, diz Nerckie.
E para chegar até esses oito mil vídeos iniciais do projeto não foi fácil. O processo de seleção do conteúdo presente no novo portal começou por uma ampla busca nos canais de vídeos que se autoclassificavam como canais de conteúdo educacional – cerca de 250 canais e 93 mil vídeos no Brasil. Para fazer toda essa varredura, o Google desenvolveu um algoritmo especial para identificar entre as descrições dos vídeos os que tratavam dos conteúdos do ensino médio e os que tinham maior audiência e regularidade de publicações.
Feito essa triagem, era preciso verificar o mais importante: se as informações veiculadas nas videoaulas eram, de fato, confiáveis. Assim, para avaliar a qualidade das explicações apresentadas nos vídeos, foi convocada uma equipe de 17 especialistas, coordenada pela Fundação Lemann. No comando do grupo de experts estavam o professor Marcelo Knobel, da Unicamp e antena do Porvir, João Luís de Almeida, supervisor pedagógico em tecnologia educacional do Sistema de Ensino Poliedro.
A curadoria, então, partiu da análise de amostra de vídeos presentes em cada uma dos canais catalogados. Nos portais, geralmente comandados por professores independentes, foram avaliados cinco vídeos. Cada avaliação foi feita por pelo menos dois experts que integram a junta de especialistas da Lemann. Depois de atestada a validade das informações repassadas nos vídeos selecionados, todos as videoaulas presentes no canal avaliado são aprovadas e passam a integrar o YouTube Edu. E mais: os professores aprovados tem passe livre para a partir da avaliação positiva postar outros vídeos dentro da nova plataforma.
Mas pela própria natureza do YouTube, a ideia é que cada vez mais vídeos façam parte do canal de educação. Assim, quem tiver interesse em integrar o novo portal pode solicitar uma avaliação do seu conteúdo de forma bastante simples. Basta preencher o formulário “Faça parte do YouTube Edu” com dados sobre o detalhamento do conteúdo veiculado, link do canal, e-mail de contato e justificativa sobre o que leva o conteúdo produzido pelo canal pleiteante a fazer parte do YouTubeEdu. A resposta chega em até 10 dias.
Confira o vídeo de apresentação do projeto:
Fonte: Porvir
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