Vitória (ES) alcançou a quarta posição no ranking das cidades com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) para a área da Educação. O ranking foi elaborado com base em dados coletados no ano de 2010 e divulgados através do Atlas Brasil 2013.
Em 2010, 67,39% dos alunos entre 6 e 14 anos do município estavam cursando o ensino fundamental regular na série correta para sua idade. Nos jovens de 15 a 17 anos, 43,49% dos alunos estavam cursando o ensino médio sem atraso. Entre os estudantes de 18 a 24 anos, 35,30% estavam cursando o ensino superior em 2010.
Em Vitória, 78,94% da população de 18 anos ou mais já completou o ensino fundamental e 65,22% o ensino médio. Segundo os dados do Atlas, a taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 4,56% nas últimas duas décadas.
Em entrevista ao portal Planeta Educação, Adriana Sperandio, secretária de Educação do município de Vitória, afirmou que há duas grandes prioridades para o município: ampliar a educação infantil e avançar na qualidade da Educação.
Em Vitória, 2770 alunos ainda não têm acesso à educação infantil, índice que deve ser zerado até 2016, segundo a secretária. “Estamos com um programa que até 2016 vamos ampliar a nossa rede oferecendo 3800 vagas, atendendo a toda essa população e, além disso, ampliando a educação em tempo integral”, destaca.
Para suprir o problema da falta de vagas no município, serão criadas seis novas unidades de ensino infantil, além da ampliação de outras quatro unidades já existentes.
O avanço na qualidade da Educação deve ser alcançado através da melhora no currículo escolar, criação de novas metodologias, alfabetização de toda a população e valorização do profissional da área. “O professor não deve ser valorizado somente em termos de salário. Ele também precisa de uma capacitação adequada que ofereça ferramentas para ajudá-lo a melhorar o currículo e a metodologia usada em sala de aula”, afirma Adriana.
As ações na área de Educação Inclusiva no município são gerenciadas pela Coordenação de Formação e Acompanhamento à Educação Especial (CFAEE), que promove formação contínua para os profissionais da rede pública.
As unidades escolares do município contam com espaços próprios para atendimento do aluno com deficiência, com profissionais capacitados para este tipo de atendimento. Além do horário de aula, os serviços de Atendimento Educacional Especializado (AEE) são oferecidos também no contraturno escolar, onde professores e profissionais treinados organizam procedimentos didáticos diferenciados.
A coordenadora geral da Política Pedagógica da Educação Especial do Ministério da Educação (MEC), Rosana Cipriano, reuniu-se no último mês com servidores, professores e diretores da rede pública de ensino da capital e destacou Vitória como uma cidade de realidade de educação especial muito favorável e positiva. Rosana recomenda a continuidade das ações que têm sido adotadas pela Secretaria Municipal de Educação e “que positivamente têm resultado em bons trabalhos, como o envolvimento de todos os atores num espaço de diálogo e reflexão com o objetivo de apresentação de novas proposições”.
Atualmente 7449 alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental estão matriculados em programas de Educação Integral, o que representa 15,3% do total de 48.472 alunos da rede. As vagas devem aumentar nos próximos anos, já que o ensino integral está entre as duas principais metas da Educação do município de Vitória.
As crianças de seis meses a três anos de idade frequentam os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) em horário integral. Já as crianças entre 4 a 6 anos estudam nos CMEIs em um turno e, no contraturno, são levadas aos Núcleos Brincartes, onde recebem atendimento pedagógico específico para cada idade.
No Ensino Fundamental os estudantes assistem às aulas no horário regular e, no contraturno, frequentam outros espaços de socialização da cidade, como parques, museus, teatros, clubes e escolas da ciência.
“O aluno não fica só dentro da escola, ele também vai para espaços culturais e outros lugares onde recebem atividades de campo (musica, teatro, cultura, dança, esporte)”, destaca a secretária de Educação do município.
No município de Vitória há uma Política de Educação Continuada, que tem como objetivo potencializar os processos pedagógicos. Dentre as ações previstas já estão em execução a formação dos pedagogos das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental e dos pedagogos da Educação Infantil.
“Para podermos avançar na Educação precisamos dos professores como protagonistas deste processo. O professor é alguém que gosta de participar e produzir junto. Todas as ações que estão sendo construídas têm a impressão digital deles. Isso dá a eles a clareza de qual é nosso problema e dá a possibilidade deles participarem ativamente nas mudanças”, destaca Adriana.
A secretária também afirma que as especializações e o aprofundamento do conhecimento do professor são levados em conta na hora de escolher os profissionais que irão trabalhar na área. “Temos 100% dos trabalhadores da educação de Vitória com pós-graduação – 30% com mestrado”, destaca.
“Em suma, a meta da Educação em Vitória para os próximos anos é universalizar a educação infantil, alfabetizar os adultos e avançar nos indicadores de aprendizagem”, finaliza.
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