O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou no Senado Federal um projeto que obriga todos os políticos brasileiros a matricularem seus filhos em escolas públicas durante a educação básica. A ideia do senador é que com os filhos de vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores estudando nas escolas públicas o ensino público irá receber mais verbas públicas e consequentemente haverá uma melhoria significativa no nível de ensino.
Pelo texto, a medida deve ser adotada a partir de 2014 em todo o País, com a possibilidade de vereadores, deputados estaduais e federais anteciparem a nova realidade na unidades da Federação que representam. Segundo o senador, o fato dos políticos brasileiros matricularem seus filhos em idade de educação básica em escolas privadas demonstra descaso e falta de compromisso com o ensino público. “Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, em vez de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios”, afirma o senador.
Outro ponto que o senador destaca na justificativa de seu projeto é a questão fiscal, já que pela estimativa citada no projeto 64.810 políticos se beneficiam de dedução de imposto apresentando comprovantes de custos com a educação de seus filhos. No documento protocolado no Senado Federal, Cristovam destaca que o valor de dedução anual pode chegar a R$ 150 milhões.
Na opinião de Cristovam, o projeto quando for aprovado permitirá que se alcance o compromisso dos políticos com a escola que atende a maioria da população, provocará um maior interesse dos políticos pela educação pública e pela melhoria da qualidade de ensino, evitará a evasão de renda, que atualmente acontece de forma legal e chega a R$ 12 milhões mensalmente e com certeza aumentaria a disponibilidade de recursos voltados para a educação. Em termos de estratégia, Cristovam Buarque destaca que a aprovação do projeto chamará a atenção dos políticos e possibilitará que em sete anos seja feito pela educação no Brasil o que deveria ter sido feito desde a Proclamação da República. (ComuniWeb)