Iniciativa de Obama com gigantes da tecnologia tenta mudar, até 2018, o quadro onde só 40% têm internet rápida.
A internet cresce a todo o momento, com mais conteúdo postado e novos usuários ligando dispositivos recém-comprados em busca de informações. A cada minuto, 72 horas de vídeo são colocadas no YouTube, o Facebook recebe 2,4 milhões de postagens e o Twitter recebe 277 mil entradas de 140 caracteres. Paralelamente a isso, aumenta a demanda para que a velocidade das conexões melhore para que todos consigam acompanhar as novidades, seja em casa, no trabalho, ou na escola, onde a situação é mais preocupante.
No Brasil, somente uma em cada cinco escolas supera o padrão mínimo de 2 megabits por segundo estabelecido pelo Plano Nacional de Banda Larga. A essa velocidade, baixar 1 GB de dados para assistir um vídeo leva pouco mais de uma hora, um tempo razoável para quem está em casa dividindo a atenção com a TV, mas altamente comprometedor para um professor que queira usar um vídeo do YouTube em alta definição para enriquecer a aula. Engana-se, no entanto, quem pensa que o problema e a preocupação se restringem ao nosso país.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama juntou representantes dos partidos republicano e democrata no final do ano para assinar um compromisso para levar internet rápida às escolas. Na ocasião, aliás, soltou uma frase que mostra o conflito trazido pelos tempos modernos. “Em um país em que todos cobramos Wi-Fi na hora de tomar um cafezinho, o mínimo que se pode esperar é que escolas tenham conexão de qualidade”, disse.
De acordo com a ONG EducationSuperHighway, que auxilia escolas em licitações para compra de soluções tecnológicas, nos Estados Unidos 40 milhões de estudantes ficam para trás por terem que conviver com uma conexão semelhante à doméstica, porém com demanda 100 vezes maior. Para mudar este cenário, a atual administração da Casa Branca lançou o programa ConnectED , que pretende colocar internet de alta velocidade em 99% das escolas (o índice atual é de 40%) até 2018 com investimento de US$ 2 bilhões (R$ 5,3 bilhões).
Segundo Obama, a necessidade de adequar escolas americanas ao século 21 segue o exemplo da experiência bem-sucedida em países asiáticos como a Coreia do Sul, que trocou livros de papel por conteúdo digital, e Cingapura, que levará às escolas uma conexão 40 vezes mais rápida do que a média da velocidade doméstica nos EUA. “Teremos que melhorar nossa situação se quisermos ter certeza que toda as crianças americanas conseguirão ir tão longe quanto seus sonhos permitirem”, disse Obama, que fez ainda questão de ressaltar que “os dispositivos sem fio e os softwares mais complexos do mundo não farão a diferença se não tivermos grandes professores dentro das salas de aula”.
Por isso, uma segunda medida do Connected é investir na formação de professores para garantir que todos recebam treinamento e apoio para ajudar no desenvolvimento dos estudantes. Entre outras estratégias do programa está a avaliação em tempo real, que permitirá a criação de exercícios interativos pelo professor para entender melhor os pontos fortes e as dificuldades de cada aluno. O governo americano também pretende lançar uma “caixa de ferramentas de aprendizagem”baseada nas melhores práticas pedagógicas reunidas pelo país com objetivos e tarefas desenhadas para professores e gestores.
Até por conta do volume de compras, participam da empreitada empresas de grande porte como Adobe, Apple, Autodesk, Coursera, EdX, Microsoft, Sprint e Verizon, cada qual fornecendo equipamentos, software e infraestrutura. Na outra ponta, a enorme demanda será capaz de proporcionar maior musculatura ao mercado de tecnologias educacionais, criar mais oportunidades de emprego e exportar soluções para um mercado com potencial de mais de US$ 1 trilhão (R$ 2,6 trilhões).
Para os que insistem no discurso “só no Brasil”, uma última história saída do encontro para impulsionar o ConnectED ilustra o nível de dificuldade enfrentado por quem comanda a educação. Entre as presentes na reunião, estava Darry Adams, superintendente do distrito escolar de Coachella Valley, na Califórnia, um dos mais pobres do país. Há alguns anos, Coachella começou a dar um tablet para cada estudante de pré-escola. Até aí, nada de diferente de muitas políticas públicas adotadas no Brasil. Mas isso resolvia apenas uma parte do problema, porque muitos dos alunos não tinham conexão à internet em casa. A inovação veio de outra maneira, sem equipamentos de ponta e usando apenas ônibus que receberam roteadores. Todas as noites, após cumprirem seus trajetos, os ônibus eram espalhados pela região e serviam como ponto de acesso sem fio para alunos, seus irmãos e pais.
Fonte: Porvir
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