A busca pela integração acadêmica é a principal conclusão do 3º Encontro Internacional de Reitores Universia, que reuniu no Rio de Janeiro, desde a última segunda-feira, 28, em torno de 1.100 reitores de 31 países.
Segundo Carlos Alberto Netto, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e presidente do comitê acadêmico do encontro, as universidades devem criar um espaço para unir instituições de diversos países. “Nós queremos passar a construir, de forma conjunta, um espaço acadêmico que não seja só brasileiro, mas que seja ibero-americano. Isto é, que envolva todos os países da Ibero-América”, disse.
Durante o encerramento do evento, foi divulgada a Carta Universia Rio 2014, que apresentou estratégias e planos de ação das universidades para os próximos anos. Das propostas, Netto destacou a consolidação do Espaço Ibero-Americano do Conhecimento (EIC). “Nós temos que trabalhar pela integração das universidades no EIC”. Para isso, o reitor da UFRS acredita que o instrumento mais adequado é a criação de um sistema de reconhecimento de estudos e títulos. “Deve haver uma equivalência de estudos realizados e uma confiança entre as instituições para que isso possa acontecer”, disse.
Os reitores propuseram a criação de um sistema de informação sobre educação superior na Ibero-América, integrado em toda a América Latina, “para que a gente possa trabalhar em políticas públicas comuns, que possam atender às demandas de educação dos diversos países”.
Outra proposta objetiva a criação de programas acadêmicos transnacionais de graduação e pós-graduação, que podem ser dados pelas redes já existentes de ensino ou por redes que venham a ser constituídas. Foi indicado também o projeto Ibero-América Investiga, que visa a formação de doutores e pesquisadores. “Por meio da mobilidade acadêmica, as pessoas poderão fazer o seu doutorado e experiências transnacionais, compartilhando laboratórios de pesquisa de grande qualidade que existem nos países desenvolvidos”, acrescentou.
Atrelado a isso, Carlos Alberto Netto disse que foi indicado o plano de compartilhamento de instalações e grandes equipamentos de pesquisa. “Nós temos grandes observatórios astronômicos no Chile, por exemplo, e todo mundo que vai fazer astronomia pode, por meio dessa parceria, ir ao Chile e se beneficiar disso”, comentou.
Ele ressaltou ainda a proposta de criação de um espaço digital ibero-americano. “Nós sabemos hoje que o conhecimento circula muito pela rede mundial de computadores. Todas as universidades têm as suas iniciativas de educação à distância, e nós queremos começar a colocar tudo que está disponível em cada universidade à disposição de todo o conjunto de instituições ibero-americanas. Vamos trocar tecnologia, conteúdos e métodos, os cursos online, chamados mooc, que já são uma febre na Europa e nos Estados Unidos e estão chegando ao Brasil e [demais] países latino-americanos”.
Os reitores definiram também que o próximo encontro internacional ocorrerá em 2018, em Salamanca, Espanha, aproveitando as comemorações dos 800 anos da universidade local. O evento encerrado hoje foi a maior reunião de reitores de universidades da Espanha, Portugal e América Latina. As edições anteriores ocorreram em 2010, em Guadalajara, no México, reunindo 975 reitores de 37 países; e em 2005, em Sevilha, Espanha, com 500 reitores.
Fonte:
Agência Brasil
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