O uso de tecnologias em sala de aula é cada vez mais frequente, assim como a discussão sobre a eficiência das ferramentas, como usá-las e o que poderia ser melhor. Mas o que os professores e os estudantes têm a dizer sobre as ferramentas digitais educacionais? Foi para responder a essa pergunta que a The Gates Foundation lançou um estudo chamado Os professores sabem melhor: o que os educadores querem de ferramentas digitais educacionais (Teachers Know Best: What Educators Want from Digital Instructional Tools, em inglês).
“Os professores estão no centro da mudança para o ensino personalizado nas escolas, criando salas de aula onde as experiências dos alunos são adaptadas às suas necessidades, habilidades e interesses individuais. Conteúdos e ferramentas que dão suporte ao ensino híbrido são recursos valiosos para alcançar esse objetivo”, escreveu Stacey Childress, vice-diretora de inovação no blog da fundação.
Para montar o relatório foram entrevistados 3.100 professores e 1.250 estudantes do ensino fundamental dos Estados Unidos para descobrir o que eles pensam sobre as ferramentas educacionais disponíveis atualmente. Um dos principais objetivos do estudo é nortear o trabalho dos desenvolvedores dessas ferramentas para que eles tenham uma melhor compreensão das necessidades dos docentes e seus alunos.
Entre as conclusões do estudo que merecem destaque, uma foi praticamente consensual: os professores buscam ferramentas que os ajudem a ensinar os conteúdos curriculares obrigatórios, para deixar as aulas mais atraentes e interessantes para os estudantes. A pesquisa pediu para os professores identificarem quais são os recursos existentes para cada conteúdo (levando em conta série e disciplina) e questionou se são suficientes. Os dados mostram que há mais ferramentas digitais para determinados temas do que para outros, o que possibilita diagnosticar quais são as áreas em que os professores sentem falta de uma tecnologia que os ajude.
Apenas 2% dos professores entrevistados disseram não ver benefícios ao aprendizado dos alunos com o uso de tecnologias educacionais. A maioria acredita que as ferramentas digitais facilitam a entrega de conteúdos aos estudantes, aumentam o engajamento devido à diversidade de formas que as informações podem ser passadas – jogos e vídeos, por exemplo, estimulam os alunos a aprender mais. Além disso, os docentes apontam que as tecnologias ajudam a fazer o diagnóstico de aprendizagem de cada aluno, possibilitando que as aulas e lições sejam adaptadas de acordo com as necessidades que forem identificadas.
Do lado dos estudantes, a surpresa foi os dados mostrarem que eles não estão preocupados com o potencial de diversão das ferramentas digitais. Cerca de 60% disseram que, ao escolher uma ferramenta educacional, avaliam se ela irá facilitar os estudos. Diversão apareceu como um fator secundário, sendo apontada por 37% dos estudantes como importante.
Por fim, o estudo aponta algumas dicas para desenvolvedores de recursos tecnológicos educacionais baseados nas respostas da pesquisa, como a importância dos produtos serem acessíveis, atenderem às necessidades curriculares, fáceis de serem usados, que tenham funcionalidades ligadas a realidade dos alunos e abordem uma gama maior de temas. O estudo também sugere que os desenvolvedores passem mais tempo nas salas de aula para compreender os fluxos de trabalho e a dinâmica das aulas e que valorizem o que os estudantes e professores têm a dizer sobre seus produtos.
Fonte:
Porvir
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