Aconteceu na última segunda-feira, 28, o Transformar 2014, evento que apresentou experiências inovadoras concretas que estão transformando a educação no Brasil e no mundo. Em sua segunda edição, o evento, que contou com a cobertura do portal Planeta Educação, procurou trazer mais diversidade e experimentação, além de debater como implementar inovações educacionais desde a sala de aula até as políticas públicas.
Realizado através de uma parceria entre a Fundação Lemann, o Inspirare/Porvir e o Instituto Península, o evento contou com palestrantes do Brasil, Estados Unidos, Londres, Canadá e Finlândia.
“Não podemos só pensar em educação para o mercado de trabalho. Precisamos começar a formar jovens capacitados para criar o futuro”, destacou Ana Maria Diniz, do Instituto Península, ao destacar as experiências que seriam apresentadas durante o evento.
O primeiro painel ficou por conta de Michael Horn, do Clayton Christensen Institute, que falou sobre sua experiência com ensino online e Inovação Disruptiva em sala de aula. “O sistema que temos agora leva em conta o nível de aprendizado médio das salas de aula, e não da a oportunidade para que os alunos trabalhem seus potenciais. Eu não sei como as escolas do futuro serão, mas elas devem encorajar a criatividade, com um ambiente mais acolhedor”, destacou.
Michael procurou mostrar também como é fácil mudar o ensino em sala de aula através de simples passos. “Há muitas formas fáceis de começar a introduzir o ensino online em sala de aula. Uma forma é criar vídeos e outros materiais para colocar na internet e pedir aos seus alunos para estudarem em casa para depois aplicar o conteúdo em sala. Outra é utilizar plataformas como a Khan Academy para introduzir este tipo de ensino dentro da escola, através de grupos de alunos. Isso pode começar amanhã, só depende de você, professor”, disse.
Também esteve presente no evento o professor Luís Junqueira, da Escola Castanheiras, de Santana do Parnaíba/SP, que mostrou como trabalha a criação de livros em sala de aula e encoraja os alunos a produzirem seus próprios textos através de videoaulas com diversas dicas de construção de texto. A ideia do professor é disponibilizar todas as videoaulas e métodos para criação dos livros em uma plataforma on-line, acessível de qualquer lugar do planeta.
Uma das principais novidades apresentadas no evento foi a versão em português da plataforma Codecademy, que ensina jovens e adultos a programarem através de uma plataforma interativa com tutoriais e instruções detalhadas. “O objetivo do Codecademy foi criar uma plataforma aberta e acessível para que qualquer um pudesse começar a programar, de forma fácil e amigável. A partir de hoje ela também estará disponível em português”, destacou Zach Sims, fundador da página.
Zach destacou o método de ensino diferenciado utilizado em sua plataforma e aconselhou que o modelo fosse utilizado pelas escolas no futuro. “Não damos um curso, e sim fazemos com que as pessoas aprendam através de projetos. É difícil aprender de forma online, sem o apoio do professor, mas quando isso se torna divertido fica muito mais fácil. As escolas do futuro devem colocar o estudante em primeiro lugar. Assim como as empresas encontram a forma mais confortável para os clientes comprarem seus produtos, as escolas devem ouvir primeiro os alunos para encontrar formas mais dinâmicas e divertidas de ensinar”, completou.
O método de ensino on-line também é utilizado pela professora Alison Elizondo em sala de aula. A professora, que leciona na escola Burnett Elementary, dos Estados Unidos, utiliza a plataforma Khan Academy para levantar conteúdo aos seus alunos. “Os professores devem estar abertos a novas metodologias. Para alguns pode parecer difícil, porém as crianças aprendem por conta própria e o Blended Learning combina conteúdo personalizado online com as melhores práticas de ensino em sala de aula”, afirmou.
A palestra de encerramento ficou por conta de Mitchel Resnick, do MIT Media Lab. Mitchel, que foi o criador da linguagem Scratch, voltada ao ensino de programação para crianças, destacou como a programação pode ajudar os estudantes a expandir seu conhecimento em outras áreas. “Quero que as crianças sejam pessoas críticas. Quando elas vejam algo no ambiente vão querer saber como funciona. A programação ajuda muito nessa parte, faz com que sejam curiosos”, disse.
Mitchel afirma ter conhecimento das dificuldades enfrentadas em sala de aula, porém destaca que estamos passando por um período de transição e este tipo de técnica de ensino deve ser ainda mais utilizado no futuro. “Estamos na parte difícil, uma fase de transição. Quando as crianças de hoje forem os próximos professores eles serão capazes de ensinar coisas incríveis às crianças do futuro, já que estão aprendendo a linguagem de programação desde cedo”, conclui.
Também estiveram presentes no evento outros destaques como David Nicoll, da Studio Schools Trust, Tony Wan, da edSurge e Peter Vesterbacka, da Rovio Entertainment, criadora do Angry Birds.
O Transformar 2014 também contou com um espaço de experimentação, onde os convidados puderam ver na prática o funcionamento do Scratch, Youtube Educação, Khan Academy e muitas outras plataformas de grandes empresas e também Startups.
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