Imagine um garoto de sete anos deixando de lado o videogame para desenvolver o seu próprio jogo. Agora, pense em um espaço repleto de meninos e meninas, todos unidos por um único objetivo: dominar a linguagem das máquinas. Essa é a ideia da SuperGeeks, uma escola de programação e robótica para crianças e adolescentes que inicia a sua primeira turma no dia 12 de abril, na Vila Mariana, São Paulo.
Com aulas semanais, a escola irá ensinar desde os conceitos mais básicos de programação até a elaboração de games em 3D e aplicativos para dispositivos móveis. No decorrer do curso, os alunos também aprenderão noções de robótica e técnicas para desenvolver pequenos sistemas de automatização residencial, que permitem apagar e acender as luzes com simples comandos, por exemplo. Pode parecer complexo, mas de acordo com o pesquisador brasileiro Silvio Meira, especializado no impacto da tecnologia da informação na sociedade, esses conhecimentos se fazem cada vez mais importantes no século 21, já que “quem não aprender a programar será programado”
O projeto de desenvolver uma escola para ensinar programação surgiu quando o empresário Marco Giroto morava no Vale do Silício, nos Estados Unidos – local conhecido por ser um grande celeiro para as empresas de tecnologia. Na época, há um ano atrás, as discussões sobre a importância de dominar a linguagem de códigos ganhavam força, principalmente com a adesão de personalidades como Barack Obama, Marck Zuckemberg e Bill Gates a uma campanha do Code.org, que reforçava a importância aprenderem a desenvolver sistemas desde a infância.
Baseado nesse discurso e motivado pela ausência do ensino de programação em muitos colégios brasileiros, Giroto decidiu voltar ao país e investir na criação de uma escola especializada para o público infanto-juvenil. “Hoje, tudo gira em torno da tecnologia. Aprender programação é uma forma de conseguir se relacionar melhor com as máquinas”, pontuou o empreendedor. Segundo ele, o domínio dessa linguagem também auxilia no desenvolvimento de habilidades importantes, como lógica e resolução de problemas. Não por acaso, lembra ele, o Brasil apareceu nesta semana em 38º numa lista de 44 países no teste de raciocínio do Pisa, avaliação internacional que mede a habilidade de estudantes de 15 anos em leitura, matemática, ciências e agora também lógica.
Para tornar as aulas mais divertidas, a Super Geeks optou por utilizar uma metodologia chamada game learning. Nela, os alunos aprendem a programar jogando, porém, de forma não convencional. Os controles dos videogames são substituídos por uma série de comandos que devem ser executados pelo teclado do computador, já aproximando o usuário do código por trás daquele comando.
Outro atrativo, são os recursos narrativos a partir dos quais os alunos são introduzidos a determinados assuntos. Por exemplo, se o assunto da aula é código binário, em vez de uma apostila repleta de números, o assunto é apresentado a partir de uma história, com enredo e personagens. “O aluno chega, a gente mostra o conteúdo da aula, apresenta alguns exemplos e, a partir daí, eles estão livres para colocar tudo em prática”, contou Giroto.
O curso é dividido em oito fases e possui duração total de quatro anos. Nas primeiras etapas, os alunos aprendem conceitos básicos de programação, robótica e jogos em 3D. A partir do quinto módulo, eles tomam contato com outros conhecimentos mais específicos como modelagem, animação e criação de softwares. “Neste momento eles começam a escolher as especializações que desejam aprender”, explicou.
As classes são organizadas por faixas etárias entre crianças, de 7 a 12 anos, e adolescentes, de 13 a 18 anos. Segundo Giroto, os conteúdos ensinados nessas turmas são parecidos, o que diferencia é apenas o grau de complexidade e o tempo gasto em cada tema. Durante todo o processo, eles são acompanhados por um professor e um monitor, que auxiliam no desenvolvimento dos projetos e ajudam esclarecer dúvidas. Além dos conceitos de programação e robótica, o curso também ajuda o aluno treinar o inglês com aulas bilíngues. “Como o mundo da tecnologia conversa em inglês, não faz sentido o aluno não dominar esse idioma”.
Atualmente, a escola já conta com 50 matriculados, entre crianças e adolescentes. As aulas irão acontecer terças ou sábados, com duração de 1h30 cada. As inscrições podem ser feitas pela internet ou presencialmente. Para a matrícula e aquisição de materiais é cobrado o valor de R$300. No decorrer do semestre devem ser pagas mais cinco parcelas de R$240.
A SuperGeeks irá lançar em breve os cursos de programação e web para adultos e criação de negócios digitais para jovens que desejam investir em uma startup.
Fonte:
Porvir
# Fundo vai investir R$ 100 mi em edtech no Brasil
# Inscrições abertas para formação integral de jovens
# Veja outras notícias do Planeta Educação
- 26/6 - Copa do Mundo vira tema de oficinas em escolas municipais de Lorena
- 15/6 - Alunos da rede pública de Lorena criam histórias em quadrinhos por meio de programação
- 12/6 - Palestra sobre educação inclusiva acontece amanhã, em Taboão da Serra
- 29/5 - Mérito ambiental
- 29/5 - Alunos de Lorena criam cardápio para restaurante fictício nos Estados Unidos
- 24/5 - Webinar gratuito sobre os quatro pilares da educação acontece na próxima quarta-feira (30)
- 22/5 - Shakespeare invade as salas de aula em Taboão da Serra
- 21/5 - Escolas públicas de Osasco começam a se adaptar à nova Base Nacional Comum Curricular